tag:blogger.com,1999:blog-51211480601363467812024-03-12T19:06:59.164-07:00Caixa de PandoraCaixa de Pandora(mulher criada por Zeus como punição aos homens pela ousadia de Prometeu em roubar aos céus o segredo do fogo), uma expressão originalmente utilizada para designar qualquer coisa que incita a curiosidade , aqui tem o intuito nada misterioso ou secreto de ,aberta a urna, fazer aflorar os mais instigantes temas culturais.
a)Mauro Rossomauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.comBlogger318125tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-75458777778472506812015-09-06T06:48:00.003-07:002015-09-06T06:48:28.624-07:00abre-se a XVII Bienal do Livro do Rio de Janeiro - II<div style="background-color: white; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px;">
<span style="line-height: 19.32px;"><b><i><span style="color: #783f04;">A propósito de leitura e livro,impresso e digital</span></i></b></span></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Bienal do Livro, feiras e festas literárias, eventos específicos : todos deveriam – a maioria o faz atualmente, inclusive a Bienal (embora ainda incipiente e timidamente...) – convergir para um propósito, diria melhor um plano efetivo de incentivo e fomento `a leitura : de resto, o maior problema entre as várias vicissitudes culturais do País.<span class="text_exposed_show" style="display: inline;"><br />Índices e aferimentos oficiais ou oficiosos sempre dão conta do paupérrimo status de leitura no Brasil : um irrisório padrão estatístico médio ... 2 livros por ano (!) por cada brasileiro.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">
<div style="margin-bottom: 6px;">
Só que : a concreta (e alvissareira, em dado aspecto) realidade de hoje faz questionar tal índice – os levantamentos,pesquisas e computações retratam,reportam-se e registram única e exclusivamente os dados inerentes a livros impressos – sem catalogar, até porque não existem ainda mecanismos para tal, esses mesmos dados para os livros digitais e todas as formas e meios de leitura intensamente,e irreversivelmente, presentes hoje, no meio digital: tablets,iPads,iPhones,portais,sites, diversos links pela internet e demais plataformas .<br />Vou adiante para uma desafiadora observação: lê-se mais que as (incompletas) estatísticas apontam; e produz-se e lê-se muito mais hoje no Brasil, e em todas faixas etárias e todos os tipos de textos !<br /><i class="_4-k1 img sp_UkKp2mjPS47 sx_587ede" style="background-image: url(https://fbstatic-a.akamaihd.net/rsrc.php/v2/yp/r/aeO1ik7i7-T.png); background-position: 0px -6749px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; display: inline-block; height: 16px; vertical-align: -3px; width: 16px;"><u style="left: -999999px; position: absolute;">☺</u></i>-- não apenas no Brasil : nunca na História do mundo leu-se e escreveu-se tanto como agora.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Então : o digital faz crescer os índices de leitura no Brasil ! quando sustento que lê-se muito mais no meio digital do que revelam as simples(e incompletas ) estatísticas – basta citar o quanto de textos,obras e narrativas literárias que se abrigam,e são consultadas e 'downloanizadas' por milhares de pessoas diariamente, nos portais e sites de literatura,em blogs, nas redes sociais como um todo [ posso falar 'de cadeira'- ou de cnexão (sic) -- devido ao que veiculo no meu Caixa de Pandora [<a href="http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fpandorawiki.blogspot.com.br%2F&h=MAQHFJEfxAQFRZWohesZStxxn2OvxSdnykPK7SX-ieZll6g&enc=AZOBXlIaMJPBH1cLHtWkLsbHmydmsqwPWD-3GLIMrXCAS4oW0Qh67OXBeT8XRUYRzwcX0GpeHOFTU-lrkVngYSe0tZKJ8c1niSNLLmhnsAHYdUjJ3sl5robsaT1whQWDpDb98bXB1372U-MJoTb33EYWpbPnndms2A4URE2wk19QGx3fj6KQaHLslySq1_yXqn2jG_o91PNv9Q8kIIZ55xTY&s=1" rel="nofollow" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">http://pandorawiki.blogspot.com.br/</a>],e no Diário das Letras\Facebook, e pelo que nessa mídia exponho de matéria literária.]</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
As ações e realizações em blogs, portais, sites, nas redes sociais constituem exemplos claros, taxativos de algo que vem sendo chamado de narrativas digitais, literatura eletrônica ou narrativas em rede, caracterizada basicamente por interatividade, hipertextualidade,a não linearidade, a multimídia -- contundente,e inquestionável prova de como o criar textos literários, construir narrações,contar histórias vem sendo remodelado com e pelas novas tecnologias,gerando em especial novos,e nunca tão dinâmicos na história cultural,modos,meios e formas de leitura,conhecimento.aprendizado,entretenimento, lazer e de novos comportamentos.<br />Vale dizer, obras e textos em mídias, veículos e suportes outros que não aqueles metódica e estatisticamente computados.<br />Tudo, enfim, a exigir reflexões, e firmes reformulações de conceitos -- e de práticas...</div>
</div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-583228764169916542015-09-06T06:45:00.000-07:002015-09-06T06:45:00.888-07:00abre-se a XVII Bienal do Livro do Rio de Janeiro - I<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: 16.08px; orphans: auto; text-align: left; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div data-ft="{"tn":"H"}">
<div class="mtm" style="margin-top: 10px;">
<div class="_5cq3" data-ft="{"tn":"E"}" style="position: relative;">
<a ajaxify="/394367320630177/photos/a.396560657077510.89500.394367320630177/947215005345403/?type=1&src=https%3A%2F%2Fscontent-gru1-1.xx.fbcdn.net%2Fhphotos-xpt1%2Fv%2Ft1.0-9%2F11928749_947215005345403_105117106609467590_n.jpg%3Foh%3D26ee7c9a6973473875bc36d8b687b5e0%26oe%3D56757961&size=62%2C117&fbid=947215005345403&player_origin=story_view" class="_4-eo" href="https://www.facebook.com/394367320630177/photos/a.396560657077510.89500.394367320630177/947215005345403/?type=1" rel="theater" style="box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.0470588) 0px 1px 1px; color: #3b5998; cursor: pointer; display: block; position: relative; text-decoration: none; width: 62px;"></a></div>
</div>
</div>
</div>
<br />
<div class="_5pbx userContent" data-ft="{"tn":"K"}" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; font-variant: normal; letter-spacing: normal; line-height: 1.38; orphans: auto; overflow: hidden; text-align: left; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 1; word-spacing: 0px;">
<div style="margin: 0px 0px 6px;">
<span style="line-height: 1.38;"><b><i><span style="color: #783f04;">A propósito da Bienal do Livro – e de feiras e festas literárias</span></i></b></span></div>
<div style="color: #141823; font-style: normal; font-weight: normal; margin: 6px 0px;">
A cada ano, quando da realização de Bienal do Livro – como agora, de 03 a 13.09, no Rio de Janeiro – reportamo-nos às discussões e análises que ora se dão,gradativamente com maior intensidade, com relação à Bienal do Livro -- cujas últimas edições, em São Paulo e no Rio de Janeiro, , mostraram-se esvaziadas ,’fisicamente’\’materialmente’, por parte e no seio do próprio meio editorial-livreiro, haja vista p. ex. grandes editoras estarem ausentes,sob argumentação de "custos exorbitantes" e "parcos resultados", e conceitualmente por força do crescente pensamento crítico quanto ao tradicional "modelão”,ou "formatão" da Bienal (assim são definidos pelos profissionais do ramo), ao mesmo tempo em que as atenções se voltam cada vez mais para os eventos regionais, essa profusão (benéfica,digo eu) de festas e feiras pelo país: Belém, Fortaleza,Recife – a Fliporto -- Ouro Preto, Paraty- a Flipp – Poços de Caldas, Porto Alegre,Passo Fundo (esta, lamentavelmente suspensa em suas duas últimas edições...); além da Primavera dos Livros.<br />Com efeito, as diversas festas e feiras literárias regionais e específicas que se multiplicam pelo país a cada ano, constituem-se claramente em geradores de elementos de reflexão acerca de eventos literários e de novos cenários, ou novas vertentes dos cenários editorial e livreiro,por extensão literários, do país – a proliferação de eventos e feiras de livros contrapostos por suas estruturas,escopo,focos e enfoques, ‘conceitualmente’ à Bienal e seu formato tradicional.<br />Via de regra, todos transcendem o modelo comum de eventos de exposição e venda de livros para se constituírem em notáveis cenáculos temáticos, expressos em painéis, palestras, breves simpósios, mesas-redondas,oficinas, depoimentos – muitos voltados para a Leitura,seus fomento,estímulo e prática.<br />Oferecem, de resto, o que faz parte das proposições preconizadas pelos intentos de reformulação conceitual da Bienal.<br />Persiste o intento, entre editores, livreiros e profissionais do setor, de fortalecimento e incremento a esses eventos regionais, os quais -- tanto por suas próprias concepções como pelas efetivas programações realizadas até aqui --têm oferecido os elementos de uma presente reflexão conceitual sobre a Bienal : constituir-se menos em cenários de venda e exposição de livros e mais de incentivo a leitura – certo é que nas últimas edições a Bienal tem, embora de modo incipiente e algo disperso, incrementar certos painéis,mesas-redondas, debates, até mesmo ligeiras oficinas acerca de temas específicos, reflexões sobre literatura, promoção da leitura,etc.</div>
<div style="color: #141823; font-style: normal; font-weight: normal; margin: 6px 0px;">
Mais uma vez, o momento é propício e oportuno para o deslanchar de reflexões,meditações amplas e profundas,reformulações de pensamentos e concepções,e sobretudo ações concretas de superação de incompreensões e distorções conceituais..</div>
<div style="color: #141823; display: inline; font-style: normal; font-weight: normal; margin: 6px 0px 0px;">
→ Em minha opinião, ainda vejo extrema validade na Bienal -- mesmo sob as formas de seus 'modelão,formatão'; sendo como sempre frequentada pelos contingentes daqueles parcos e raros leitores para os quais todas as pesquisas apontam a média de leitura de ... 2 livros por ano (!); ainda que com as características de ‘feirão’,cenários circenses, etc -- evidentemente admitindo, e concordando plenamente, com a necessidade de certas alterações, ajustes, como em especial o incentivo maior a realização de oficinas,painéis,debates, etc. A validade que sustento tem em vista o chamado 'grande público', por força do comprovado fato de a Bienal representar a contrapartida real,concreta, a um tipo de comportamento desse '(não)leitor comum': sua relação com a livraria, tida e vista por ele como uma espécie de 'templo sagrado', espaço ‘sacralizado’ -- apesar de tudo em termos de atrativo,utilidade, conforto, etc que as livrarias oferecem hoje (café,poltronas,ambientes de leitura,etc) -- a inibi-lo e refrear sua possibilidade de chegar ao livro.<br />A Bienal, justamente por seu ‘modelão’ -- que de resto permite uma exposição mais abrangente quase completa, do conjunto dos acervos de editoras -- por seus cenários 'populares' e descontraídos[sic], propicia um sensível processo de dessacralização.</div>
<div class="" style="color: #141823; font-style: normal; font-weight: normal;">
</div>
</div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-7064842150236596952015-07-14T09:05:00.001-07:002015-07-14T09:05:50.186-07:00Machado de Assis, França, franceses<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; text-align: center;">
<b><i><span style="color: #783f04;">pelo 14 Julho</span></i></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: center; text-autospace: none;">
<b><i><span style="font-family: "Book Antiqua","serif"; mso-bidi-font-family: Gautami;">____________________________ </span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: "Courier New";">Notória
e intensa,sabemos, era a influência praticamente absoluta da França e da
cultura francesa, da moda e costumes, do idioma francês na sociedade brasileira
do século XIX e até mesmo nas primeiras
décadas do século XX : a inteiração com
a França , a rigor, proporcionou à cultura brasileira um decisivo processo de
inflexão contraposta ao círculo histórico colonial a que se atrelava, vindo
a apontar para o cenário de novos
horizontes civilizatórios.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype","serif"; font-size: 11.0pt;">Relata Magalhães Junior (<span style="font-variant: small-caps;">magalhães junior</span>, 1955): no tempo de
Machado circulavam na cidade do Rio de Janeiro vários jornais em francês –
alguns de existência efêmera , mas o suficiente para serem bem acolhidos e
alguns deixarem sua marca .O primeiro deles foi <i>Le Messager</i>, de <st1:metricconverter productid="1831 a" w:st="on">1831
a</st1:metricconverter> 1834 ; em 1839, ano de nascimento de Machado , havia <i>L'Êcho Français</i>,e a ele sucederam-se na década de 1850 o <i>Courrier du Brésil</i>, <i>L'Êcho
de I'Atlantique</i>, <i>L'Êcho du Brésil e
de l'Amérique du Sud</i>, <i>Figaro-Chroniquer</i>, <st1:personname productid="em seguida Le NouveIliste" w:st="on">em seguida <i>Le NouveIliste</i></st1:personname><i>
de Rio de Janeiro</i> , <i>Le Brésil</i> e <i>Gazette du Brésil</i>, no período 1860-70, e depois <i>Le Gil Blas</i> , em 1877-1878. O próprio <i>Diário do Rio de Janeiro</i>, publicava vez
por outra uma edição em inglês, francês
e português. Em meados da década de 1860 surge a revista de caricatura <i>Ba -ta - clan</i>, cheia de charges sobre as grandes figuras do teatro
e as personalidades ilustres da
política, que vinha com os textos redigidos
em francês, inclusive os versinhos satíricos que serviam de legenda às
caricaturas.De todas as publicações em língua francesa de então foi a de maior
duração. - circulou de <st1:metricconverter productid="1867 a" w:st="on">1867 a</st1:metricconverter>
1871 – e mais espirituosa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype","serif"; font-size: 11.0pt;">
Paralelamente, duas companhias francesas apresentavam regularmente
espetáculos anunciados totalmente em francês – o período era de domínio do Alcazar Lyrique ,do empresário de origem
francesa Arnaud. Os hotéis mais concorridos – todos oferecendo “serviços à
francesa”[<i>sic</i>] --eram o Ravot e o des
Étrangers (e seu "restaurant à la mode de Paris"), o des Quatre
Nations, o Hotel Capelle, o Louxembourg,
o des Freres Provenceaux. O comércio elegante era quase todo francês, a
começar pelas grandes lojas, como a Raunier e a Notre Dame de Paris; Mme.
Labrière , camiseira de Sua. Majestade,
concorria com Mme. Bloc., que
vendia camisas vindas da França, com
Mme. Antoinette Verlé e com Mme. Elisa
Hagué , ambas modistas de Paris .A "Casa do Naturalista” vendia os fumos e cigarros Au Caporal
Français, os doces e as frutas cristalizadas do sr. Guillard. de Clermont
–Ferrand, os salames de Arles, as frutas em caldas de Teyssoneau e os "nougat de Montelimer aux pistaches
et à la vanille". "Aux Caves du Médoc", por sua vez, anunciava
"vins, liquers. conserves", Victor Maret propagandeava as últimas
novidades na"Chapelerie Française" ; Leon Boisnard era um dos muitos
joalheiros e relojoeiros , Mme. Auguste Gatto vendia chapéus de senhoras,
rendas de Chantilly , "guipures" e.
vestidos de "barege" ,
J. Rouqué apregoava-se "dourador da casa imperial" ,.
Augusto Baguet vendia pianos e
partituras, Eugene Guenée, na
"Relojoaria Fluminense". anunciava relógios franceses e suíços , e
Auguste Bourget dizia ter em sua loja tudo em matéria de "insectes,
papillons, coquilles et oiseaux" ; o dentista da moda era Napoléon Certain
e a florista da alta roda era Mme. Dehoul,.
proprietária da "A Imperial". Os principais editores eram os irmãos
Garnier, que iriam durante longo tempo iriam publicar com exclusividade os
livros de Machado; os livreiros eram franceses, como Fouchont et Dupont, e
Lavogade. A literatura francesa impregnava ,em maior ou menor grau, a sociedade
da Corte <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype","serif"; font-size: 11.0pt;">
A vida política também gravitava
em torno da França : além das constantes e
irrefreáveis citações e alusões a
personalidades, obras, textos e documentos franceses, deputados e senadores
nunca deixavam de ,pelo menos ter em suas bancadas -- como uma espécie de Bíblia contemporânea --
os exemplares recém-chegados da <i>Revue des
Deux Mondes</i>. O casamento da princesa imperial, D. Isabel de
Alcântara, herdeira do trono, com um príncipe francês - Conde d'Eu – certamente
exerceu forte influência para que o Rio de Janeiro imperial se afrancesasse
cada vez mais.. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype","serif"; font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-family: "Palatino Linotype","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: "Courier New";">No
Rio de Janeiro do século XIX, lia-se todo tipo de publicação francesa, comia-se
à francesa, vestia- se à francesa, dançava-se à francesa, comportava-se à
francesa, ia- se a teatros em francês , modelava-se a vida da cidade pela vida
de Paris. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 14.2pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: "Courier New";">Como todos os literatos e intelectuais, Machado de Assis
evidentemente não ficou ‘imune’ : talvez tenha sido o escritor brasileiro de
seu tempo mais influenciado e mais ‘interativado’ com a cultura francesa criando
vias de mão dupla, traduzindo e sendo traduzido, e por outro lado fazendo de
autores franceses algumas de suas leituras preferenciais além de neles se
inspirar e referenciar em muitos de seus textos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: "Courier New";"> Machado , que não tinha ascendentes
franceses nem viajara pela Europa ou
frequentara escolas francesas, foi um autêntico autodidata : adquirira,
ampliara e aperfeiçoara seus conhecimentos da língua francesa por meio de muita
leitura, pelo convívio com Charles de
Ribeyrolles -- exilado francês de forte influência na formação intelectual de
Machado, no aperfeiçoamento de seus conhecimentos do idioma, no aconselhamento em suas leituras, no
empréstimo de livros - e com artistas de
teatro importados da França.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 14.2pt;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: "Courier New";">Certo é que essa integração de Machado tem muito a ver com a
influência cultural e social do francês na sociedade brasileira do século XIX ,
e sobretudo com o fato de ter Machado pleno conhecimento do idioma, tanto que
traduziu os maiores autores gauleses. <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: center; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Palatino Linotype","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Palatino Linotype";">___________________________________<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
As relações, ou interação, de Machado com a França denotam-se de
imediato e por princípio em suas leituras, haja vista a incidência de obras e
autores gauleses -- a par de uma infinidade de livros e autores outros
traduzidos em versão francesa -- em sua biblioteca, conforme o levantamento
realizado pelo pesquisador Jean-Michel Massa (<span style="font-variant: small-caps;">massa</span>,
2002). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
Registra Massa
que, sabendo da existência da biblioteca particular do escritor, empenhou-se no
levantamento e inventário do acervo , malgrado os problemas enfrentados – o
primeiro deles, simplesmente , “o que restava em <st1:metricconverter productid="1960”" w:st="on">1960”</st1:metricconverter> : bastante incompleta, amputada que fora por duas vezes
, a primeira logo no dia seguinte à morte de Machado, quando cerca de 200 volumes foram doados , sem deixar ‘rastros’
ou vestígios; a segunda, por volta da década de 1940, quando os livros em brochura ,guardados numa garagem, sofreram a ação da
umidade,poeira,fungos, falta de cuidados, e
deterioraram-se (Massa anota ter
sido informado por descendentes de
Carolina Xavier que essa parte do acervo
abrigava muitas obras francesas ,entre elas de
Lamartine, Victor Hugo, Alexandre Dumas, George Sand, Prosper Mérimée,
Gustave Flaubert, e as obras completas de Pierre Loti ; além de obras de Tolstoi e os seis volumes das obras
completas de José de Alencar). Da biblioteca como um todo, restaram somente as
obras encadernadas, a maioria de língua
alemã e inglesa -- mas também uma
quantidade bastante razoável de livros
em francês , alguns já encadernados pelo
editor ou pelo livreiro outros devido ao “cuidado do próprio Machado , a
demonstrar seu interesse pelos textos”, observa Massa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
Em seu trabalho,
Massa adotou como critério de catalogação e classificação agrupar os livros segundo domínios , quais sejam francês, brasileiro, grego, latino,bíblico e
religioso, oriental, italiano, espanhol,inglês e alemão : dos 575 títulos , 413 são em
francês,103 em inglês, 37 em alemão,17
em italiano,5 em espanhol, e 9 traduções em português.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
Machado tinha
ainda em sua biblioteca, informa Massa, em versões francesas, diversas obras
dos domínios (conforme a catalogação criada pelo pesquisador) grego – de
Aristófones, Aristóteles,Ésquilo,Heródoto, Homero, Luciano de Samosate,Platão,
Plutarco, Sófocles, Tucídides ; latino – de Catulo, Horácio, Lucrécio,
Petrônio, Tácito, Tito Livio; italiano – de Maquiavel, Tasso ;espanhol –
Caldéron ;inglês – Buckle,Macaulay,Shakespeare,Lamb,Swift,Darwin, Spencer ;
e alemão – Goethe,Heine, Schiller,
Hartmann, Hegel, Schopenhauer ;além de outras,em edição francesa, nos domínios bíblico e religioso, e oriental..<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: center; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">___________________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
A par das obras e autores mantidos em sua biblioteca e das leituras
preferenciais que sabemos cultivou ao longo da vida , a integração de Machado
com a cultura francesa expõe-se de forma clara nas incontáveis,
reiteradas,repetidas,marcantes citações
e referências que dedicou a autores e textos gauleses em seus escritos,
mormente nas crônicas , em contos e nos romances. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
Antes de
tudo, as citações feitas por Machado revelam suas leituras francesas –
notoriamente os clássicos como Racine, Corneille, Beaumarchais, Dumas, Dumas
Filho, Feuillet , Voltaire, Stendhal e Zola ; outras, advindas de textos filosóficos como os de Rousseau,
Pascal e Montaigne. além da
presença das fábulas de <st1:personname productid="La Fontaine" w:st="on">La Fontaine</st1:personname>, de canções
populares ou de operetas, e de
provérbios, máximas e frases de
Madamede Sévigné, <st1:personname productid="La Rochefoucault" w:st="on">La
Rochefoucault</st1:personname>, e <st1:personname productid="em Dom Casmurro" w:st="on"><st1:personname productid="La Bruy│re." w:st="on">La Bruyère.</st1:personname>
Mas</st1:personname> entre todos, dois autores se detacam nas alusões machadianas nas crônicas e em
contos : o Molière de
comédias teatrais e o Victor
Hugo.de romances e poesia (inclusive,este, de influência marcante na poética de
Machado, mormente em <i>Ocidentais</i> , também
em <i>Crisálidas </i>) ,a
par de referências na crítica teatral e na
crítica literária escritas por
Machado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Raymundo Magalhães Junior sustenta ter sido mesmo ”um de seus prazeres
especiais”, mercê sobretudo de sólidos conhecimentos da literatura
estrangeira,inclusive citando no original “o que cabia e podia nos limites da crônica
ou do conto” (<span style="font-variant: small-caps;">magalhães junior</span>,
1955), neles apondo versos de Corneille,
de Racine, de Boileau, de Musset,de Lamartine, de Alexandre Dumas Filho,de
Baudelaire, pensamentos de Pascal , reverências a Balzac e Montaigne, e
sobremaneira torrenciais citações a Victor Hugo e a Molière, incorrentes na
esmagadora maioria das citações machadianas . Em crônicas e contos, o
dramaturgo tem citações extraídas ,p. ex. , de “Tartuffe” , de “Le Misanthrope”
,de “Les Femmes Savantes” , de “L’ Êtourdi” e “Sganarelle” – inclusive ‘apropriando-se’ do personagem Lélio, personagem da peça “L’étourdi”, de
Molière, como assinatura nas
crônicas da série “Balas de Estalo”(in <i>Gazeta de Notícias</i>, 1883-86) e do conto “Antes a rocha tarpeia”,no <i>Almanaque
da Gazeta de Notícias</i> 1887 – de “Le Mariage Forcé”, de “Le Mèdecin
Malgré Lui”, de “Le Médecin Volant”. Também em “Balas de Estado” o poeta
Charles Rémy tem versos apostos em crônicas, e <st1:personname productid="La Fontaine" w:st="on">La Fontaine</st1:personname> – de quem
Machado chegou a traduzir a fábula “Les Animaux Malades de <st1:personname productid="la Peste" w:st="on">la Peste</st1:personname>” -- aparece aqui e ali
com versos de “Épitaphe d’un Paresseux” .E o vasto elenco é fornido ainda
com Chateaubriand, Emile Zola,
Jean-Jacques Rousseau, Voltaire, Émile Augier, <st1:personname productid="La Rochefoulcauld" w:st="on">La Rochefoulcauld</st1:personname>,
Montesquieu, Vigny, Regnard , até Cyrano de Bergerac e Luis Napoleão. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
E não se poder deixar de
lembrar o quanto os franceses Denis Diderot e Xavier de Maistre,
respectivamente com suas obras <i>Jacques o fatalista</i> e <i>Viagem à roda de
meu quarto</i>, influenciaram decidida e intensamente – melhor dizer :
essencial e estruturalmente – Machado na utilização da sátira menipéia.(assim
como Laurence Sterne e sua obra <i>A vida e as opiniões de Tristam Shandy, um
cavalheiro</i> , e Almeida Garret, com <i>Viagens
na minha terra</i> ).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-autospace: none;">
__________________________<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
A interação machadiana com a
França manifesta-se ainda – e especialmente na importante atividade de tradutor (que,iniciada em 1856 , segundo Mario de Alencar “nunca
deveria ter sido interrompida por Machado”).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
A
atividade tradutória machadiana e as traduções realizadas por ele, revelam
muito do processo de sua formação literária, e essencialmente muito das próprias
construção e constituição de sua obra de
criação. Machado conhecia,em maior ou menor grau, o francês,o inglês, o
espanhol, o alemão, o italiano –
além,claro, do português.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
Jean-Michel Massa (<span style="font-variant: small-caps;">massa,</span> 2008)
relaciona 48 textos traduzidos
por Machado entre 1856 e 1894 (estreando com o poema “<i>On the receipt of my
mother’s picture</i>” [“Minha mãe”], publicado como “uma imitação de William
Cowper”), e logo depois com dois textos
originalmente franceses : uma opereta , “A
ópera das janelas”(provavelmente, nota Massa, extraída de <i>Opéra aux
fenêtres) </i>e “A literatura durante a Restauração”, de Lamartine,ambas
em 1857. Seguiram-se 16 peças de teatro
-- a primeira, também de franceses :“<i>La chasse au lion</i>”, de Vattier et
De Najac -- 24 poemas, 3 ensaios, 2
romances, 1 conto – no caso, “Bagatela”de clara referência francesa -- 1
fábula—do francês <st1:personname productid="La Fontaine" w:st="on">La Fontaine</st1:personname>
-- e até 1 canção — sendo 39 textos
oriundos do francês,4 do inglês, 3 do alemão, 1 texto cada do italiano e do
espanhol. — de autores, entre outros, como Lamartine, Alexandre Dumas Filho,
Chateaubriand, Racine, Alfred de Musset,
Molière, Victor Hugo, Beaumarchais, Émile de Girardin; e Shakespeare, Charles Dickens, Dante
Alighieri, Edgar Allan Poe, Schiller e Heine (estes, a partir de versões francesas) .Massa enfatiza que
em dois anos, Machado na ação tradutória
abordou os principais gêneros literários: o teatro,o ensaio literário e
histórico, a poesia, o conto.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 14.0pt;">__________________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-variant: small-caps; mso-bidi-font-family: "Palatino Linotype"; mso-bidi-font-weight: bold;">A</span>crescente-se a todo esse
profícuo conjunto textos escritos pelo próprio Machado no
idioma francês, publicados nos veículos brasileiros em que colaborava
regularmente .<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 14.65pt 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
Do mesmo modo,
na fértil seara
da produção literária de Machado também deu -se
o ‘inverso’, Machado publicado no
idioma que tanto traduziu<span style="font-family: "Palatino Linotype","serif"; mso-bidi-font-family: "Palatino Linotype";">.</span><span style="font-family: "Palatino Linotype","serif"; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: "Palatino Linotype";"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 14.65pt 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Courier New";">
_____________________________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 14.65pt 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 14.65pt 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: "Courier New";">O Brasil integra-se
historica e culturalmente à
França pelas artes plásticas, pela
música, pelo teatro, pela dança ,por uma identidade que na verdade
irradia-se por diversas searas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 14.65pt 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype","serif"; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: "Courier New";"> Na literatura, especificamente,
ninguém melhor e mais essencialmente representativo que Machado de Assis para personificar,
representar e sedimentar a identificação
e integração com a pátria de Molière, Racine, Victor Hugo, Dumas Filho, Musset, Chénier, Lamartine e
tantos gauleses que o inspiraram e fomentaram.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 14.65pt 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6fx7vgaihC5SVYeMzR8b-o-Nt05buSizVgBJS0tIcHKsj9vEs6KcmrRY59fSXMDqnySuBndiBzftq-3mnwUufqJFfVHQmzb8Wi86lguLg-uNki8uqxypqLPXQ7yqxkEsm9hPtsQm9qsk/s1600/Fran%25C3%25A7a+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6fx7vgaihC5SVYeMzR8b-o-Nt05buSizVgBJS0tIcHKsj9vEs6KcmrRY59fSXMDqnySuBndiBzftq-3mnwUufqJFfVHQmzb8Wi86lguLg-uNki8uqxypqLPXQ7yqxkEsm9hPtsQm9qsk/s1600/Fran%25C3%25A7a+1.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-family: "Monotype Corsiva";">M.R.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-37776129433370247282015-06-30T15:31:00.004-07:002015-06-30T15:31:49.135-07:00A propósito da FLIP – e de feiras e festas literárias<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #783f04;"><i><b><span style="font-size: 11pt;">Abre-se
a FLIP, em sua edição 2015 : tanto ela
quanto as diversas festas e feiras
literárias regionais e específicas que se multiplicam pelo país a cada ano,
constituem-se </span><span style="font-size: 11pt;"> </span><span style="font-size: 11pt;">claramente em
geradores de elementos de
reflexão acerca de eventos literários e de novos cenários, ou novas vertentes
dos cenários editorial e livreiro do país – a proliferação de feiras de livros
contrapostos por suas
estruturas,escopo,focos e enfoques, ‘conceitualmente’ à bienal e seu formato tradicional.</span></b></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Via
de regra, todos </span><span style="color: #333333; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">transcendem </span><span style="font-size: 11.0pt;">o modelo comum
</span><span style="color: #333333; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Tahoma;">de
eventos de exposição e venda de livros para se constituírem em notáveis </span><span style="font-size: 11.0pt;">cenáculos temáticos, expressos em painéis, palestras,
breves simpósios, mesas-redondas,oficinas, depoimentos – muitos voltados para a
leitura,seus fomento,estímulo e prática.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Reporto-me
de imediato às discussões e análises que
ora se dão,gradativamente com maior intensidade, com relação à Bienal do Livro
-- cujas últimas edições mostraram-se
esvaziadas,’fisicamente’ por
parte e no seio do próprio meio editorial-livreiro, haja vista p. ex. grandes
editoras estarem ausentes,sob
argumentação de "custos exorbitantes" e "parcos
resultados", e conceitualmente por força do crescente pensamento crítico quanto ao tradicional
"modelão”,ou "formatão" (assim são definidos pelos profissionais
do ramo) da Bienal, ao mesmo tempo em que as atenções se voltam cada vez mais
para os eventos regionais, essa profusão(benéfica,digo eu) de festas e feiras
pelo país: Belém, Fortaleza,Recife,Ouro Preto, Paraty, Porto Alegre,Passo Fundo
(esta, excepcional, de longa data,
lamentavelmente foi “suspensa” neste ano...). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Persiste
mesmo o intento, entre editores, livreiros e profissionais do setor, de
fortalecimento e incremento a esses eventos regionais , os quais -- tanto por
suas próprias concepções como pelas efetivas programações realizadas até aqui
--têm oferecido os elementos de uma presente reflexão conceitual sobre a Bienal
: constituir-se menos em cenários de venda e exposição de livros e mais de incentivo a leitura – certo é que nas últimas
edições a bienal tem, embora de modo incipiente e algo disperso, incrementar
certos painéis,mesas-redondas, debates, até mesmo ligeiras oficinas acerca de
temas específicos, reflexões sobre literatura, promoção da leitura,etc. As
feiras regionais com efeito oferecem,de resto, o que faz parte das proposições
preconizadas pelos intentos de reformulação conceitual da Bienal : a
proximidade – em agosto – da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, conjugada com a
realização da Flip,no momento, mostra-se propícia para o deslanchar de reflexões,meditações amplas e
profundas,reformulações de pensamentos e concepções,e sobretudo ações concretas
de superação de incompreensões e distorções conceituais..<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Em
minha opinião, ainda vejo extrema
validade na Bienal -- mesmo sob as formas de seus 'modelão,formatão'; sendo como sempre
frequentada pelos contingentes daqueles parcos e raros leitores para os quais
todas as pesquisas apontam a média de leitura de ... 2 livros por ano (!); ainda que com as
características de ‘feirão’,cenários circenses, etc -- evidentemente admitindo, e concordando
plenamente, com a necessidade de certas alterações, ajustes, como em especial o
incentivo maior a realização de oficinas,painéis,debates, etc. A validade que
sustento tem em vista o chamado 'grande público', por força do comprovado fato
de a Bienal representar a contrapartida real,concreta, a um tipo de
comportamento desse '(não)leitor comum': sua relação com a livraria, tida e
vista por ele como uma espécie de 'templo sagrado', espaço de sacralização --
apesar de tudo em termos de atrativo,utilidade, conforto, etc que as livrarias
oferecem hoje (café,poltronas,ambientes de leitura,etc) -- a inibi-lo e refrear
sua possibilidade de chegar ao livro. Na Bienal, justamente por seu ‘modelão’
-- que de resto permite uma exposição mais abrangente quase completa, do
conjunto dos acervos de editoras -- por seus cenários 'populares' e
descontraídos[sic], propicia um sensível processo de dessacralização.Ainda mais
se propostas,e tal tem ocorrido gradativamente (também incipiente),expandir
alguns focos no temático,como de resto enfatizei. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-22053974732815512042015-06-26T09:30:00.001-07:002015-06-26T09:30:04.809-07:00MACHADO DE ASSIS, ‘PLAGIADOR’...<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="color: #f3f3f3;"><b style="background-color: white;"><span style="font-family: Garamond; font-size: 11pt;">Vez </span></b></span><b><span style="color: #783f04;"><span style="font-family: Garamond; font-size: 11pt;">Vez por outra – e o pior é que se repete – e ao mesmo
tempo</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 11pt;">tema de</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 11pt;">diálogos com estudiosos literários[ ontem
mesmo mantive um, via hangout, com interlocutores acadêmicos na Inglaterra],
ressurge, qual uma ‘sombra das cinzas’, um assunto ou tópico que se não for
devidamente esclarecido e repelido acaba tornando-se recorrente na apreciação
da obra de Machado de Assis: o propalado (equivocado) ‘plágio literário’ que
ele teria praticado em algumas de suas produções.</span></span></b></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 11pt;"> ________</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 11.0pt;">Para começo de conversa : ‘plágio’ – com ou sem aspas
– é inerente ao próprio <i>modus operandi</i> do fazer literatura,
comum a todo escritor, no sentido de apropriação de temas e de formas, estilos,
linguagens, de uns por outros, apropriação (consentida, benfazeja, alvissareira
– digo eu) de resto inserida, integrada e abrigada sob o moderno conceito de
intertextualidade, praticada no melhor
de sua concepção teórica e prática e sua
essência, como ninguém na literatura brasileira oitocentista, por Machado : reitero tal e não me canso de
sustentar (em artigos, palestras, na obra ora finalizada “A formação literária de Machado de Assis:
fontes para biografia literária”). Em Machado, apropriações, ou – vá lá,
‘plágios’ [sic]- se dão efetiva e
concretamente, em especial com relação a obras, textos e autores estrangeiros,
com os quais estabeleceu relações,
correlações,interações e interatividades, por eles influenciado e formado,
incorporando-os em seus escritos, com eles estabelecendo e redimensionando
intertextualidades, poucas vezes
anotadas na historiografia literária, e que constituíram-se em
sólidos alicerces de sua formação literária e intelectual. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 11.0pt;">Só que... neste particular (qual antecipador da
antropofagia modernista de 1922 : reporte-se a Oswald de Andrade <i>et allii</i>), Machado assimilou-os ,
‘deglutiu-os’, ‘digeriu-os’ e os incorporou à sua obra, sua escrita e sua linguagem literária, dotando estas ao mesmo tempo (como sabemos)
de brasilidade e universalidade, de localismo e universalismo – binômio sob o
qual e com o qual construiu sua obra. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 11.0pt;">E nessa
apropriação ‘antropofágica’ de autores e obras , quer brasileiros quer
estrangeiros, Machado redimensionou a antiga técnica do <i>aemulatio,</i> em seu mais lídimo sentido, o de definir e passar a ter
autores como mestres (os denominados <i>auctoritas</i>),
retomando-a e atualizando-a com outras implicações e injunções, inclusive sob os modernos conceitos de
intertextualidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Em Machado, o <i>aemulatio,, </i>simbiose<i> </i> do <i>imitatio</i> e do <i>creatio -- </i> <i>imitatio
</i>que não pode, em hipótese alguma, ser tratado como plágio ou cópia : até porque tem vínculo com o <i>creatio</i>, e no caso de
Machado com o recriar -- revela-se e
expressa-se do mesmo modo em sua
atividade de (notável, esmerado) tradutor (inclusive antecipador de
contemporâneos e modernos conceitos e práticas de Teoria Literária e Literatura
Comparada).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 11.0pt;">Então : a formação intelectual e as constituição, produção e vida
literárias machadianas -- processada e realizada, mister observar, paralela
e concomitantemente a notórias e inevitáveis referências brasileiras ( foi o
primeiro e único, em sua época, a referenciar, aludir e refletir sobre os
escritores nacionais seus contemporâneos) – deu-se de modo e escala intensos e precípuos sob a
órbita, égide e <i>approach </i>de influências e orientações estrangeiras, a saber, franceses, portugueses, ingleses,
alemães, gregos, latinos, espanhóis e italianos -- notadamente (como sempre enfatizo e
difundo) os portugueses, de marcante
relevância, por seus autores e obras
lidos e consultados por Machado, aqueles que com ele conviveram no Rio de
Janeiro, aqueles intensamente citados, referenciados em sua obra, absolutamente decisivos na vida, quer
pessoal, social e conjugal, quer intelectual, em suas formação e constituição
literárias e em sua obra, na edificação de sua linguagem, sua escrita e estilo
narrativo, e em seu embasamento político-ideológico-filosófico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond;"><span style="font-size: 11pt;">Todo o recolher, assimilar e incorporar de autores, obras
e textos de outras nacionalidades, devidamente ‘deglutidos’, comungadas com a
incorporação de referências brasileiras assimilando-os
à suas formação e produção literárias, perfeitamente integrado aos mais lídimos conceitos de
intertextualidade – e que não restem dúvidas ou restrições a respeito :
abandone-se de vez essas ruminações acerca de ‘plágios’... – alicerçaram sua
formação literária e intelectual, em decorrência desta e a ela integrada, sua
notável ação informativa e formativa de leitores, de seu tempo, dos períodos
sequentes, de hoje, de sempre, e constitui-se
inquestionavelmente nos sólidos alicerce e vetor de sua grandiosa obra
literária.</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText">
<span style="font-family: 'Monotype Corsiva'; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">M.R.</span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-91000426480413212042015-05-14T04:55:00.000-07:002015-05-14T04:55:21.611-07:00Machado de Assis e a escravidão <div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #783f04; font-family: Palatino Linotype;"><b><i>pelo 13 de maio</i></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Palatino Linotype;"><b><i> _____________</i></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype";">Machado
de Assis nunca deixou de exprimir seu mais absoluto horror à escravatura –
fosse como funcionário da Diretoria da
Agricultura do Ministério da Agricultura (órgão que tratava da política de
terras e da aplicação da Lei do Ventre Livre, de 1871), na qual emitiu centenas de pareceres e réplicas no
sentido de fazer cumprir a Lei e o preceito de liberdade para os filhos de escravos
nascidos , fosse em muitos artigos e crônicas e,em especial, em romances e
contos. Exatamente ao contrário da equivocada e distorcida interpretação --que
,como toda interpretação, é uma ‘leitura’,sujeita pois a melhor avaliação e até
mesmo contestação --difundida ao longo dos anos,no sentido de não ter ele se
integrado à causa abolicionista <i>(sic</i>)
nem ter inserido o negro, ou a
negritude,ou a condição do negro, em seus escritos, nem ter nenhum ‘herói
negro’ entre os protagonistas de sua ficção, como se isso fornecesse
convincente e taxativo certificado de consciência política , como se fosse
elemento imprescindível na construção de romances e contos de qualidade. Os
detratores teimam em julgar o homem com base nos raramente compreendidos e
assimilados artifícios do ficcionista e do cronista – ainda mais quando este
utiliza <i>ad nauseam</i> os recursos da
sutileza, do subterfúgio, da dissimulação. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype";">Além
de tudo, não se queira exigir de Machado uma postura – a mesma,p.ex., de abolicionistas (muitos deles seus amigos) ,
de outra verve e atitude – de militância ativa, discursiva, panfletária : nada
disso fazia parte de sua natureza,e discrição aliás foi o que sempre ostentou
na vida e na própria escrita literária.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype";"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">Machado
fez da escravatura objeto crítico – por vezes desenhada pelas ‘entrelinhas’,
por vezes direta, nada oblíqua ou dissimulada -- de</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">crônicas, de poemas, de peças teatrais,</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">de contos, além de torná-la pano de fundo de
alguns</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">romances, tanto os primeiros como
aqueles pós-1880. Já é mais do que tempo de obrigatória releitura da
equivocadissima omissão machadiana em relação à escravidão e às relações
inter-raciais no Brasil do século XIX , de seu absurdamente propalado</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">“aburguesamento” e</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">de “denegação das origens” em sua obra.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Palatino Linotype';">A
tese da ‘alienação’ machadiana desmorona ao se examinar o naipe de contos em
que a “iníqua escravidão” é exibida criticamente, nas linhas e entrelinhas, com
todos seus horrores; é solapada ao se ler, por exemplo, as crônicas de
18.07.1864, de 04.04.1865,01.10.1876,15.06.1877,14.07.1878,07.11.1883,23.111885,30.08.1887,27.09.1887,11.05.1888,19.05.1888,20\21.05.1888,27.05.1888,01.06.1888,26.06.1888,14.05.1893,04.11.1897
; perde vigor ao conhecer os contos “Frei Simão”,“Virginius”,”Mariana”(que
aborda a escravidão</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">de forma tão mais incisiva
e realista que veio a ser publicado em duas versões, </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">em 1871 e em 1891), “O caso da vara”, “Pai
contra mãe”; ao se deparar com os poemas “Sabina”(1875) e “13 de maio”(1888) ,
ou ao conhecer a crítica teatral à peça “Mãe”(1860), de José de Alencar, e o
texto “O teatro de José de Alencar”(1866); além das
referências,citações,comentários e verdadeiros libelos expostos na novela </span><i style="font-family: 'Palatino Linotype';">Casa Velha</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">(1885) e</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">nos romances </span><i style="font-family: 'Palatino Linotype';">Ressurreição</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> (1872),</span><i style="font-family: 'Palatino Linotype';">Helena</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">(176),</span><i style="font-family: 'Palatino Linotype';">Iaiá Garcia</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">(1878),</span><i style="font-family: 'Palatino Linotype';">Memórias póstumas de Brás Cubas</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">(1881), </span><i style="font-family: 'Palatino Linotype';">Quincas Borba</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">(1891),</span><i style="font-family: 'Palatino Linotype';">Dom
Casmurro</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">(1899) – observando-se o quanto o processo histórico que resultou
da lei de 1871, assim como suas conseqüências,</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">
</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">encontra-se</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">no cerne da concepção
desses seis</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">romances -- </span><i style="font-family: 'Palatino Linotype';">Esaú e Jacó</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">(1904) e no derradeiro </span><i style="font-family: 'Palatino Linotype';">Memorial de Aires</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">(1908) – este, além de retratar
a decadência e extinção da própria escravocracia, personalizada no Barão de
Santa-Pia,sob uma narrativa revestida de contundente historicidade e , como o
condizente</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><i style="font-family: 'Palatino Linotype';">grand finale</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> da obra de um portentoso escritor, ressaltando o papel
político da literatura como guardiã dos fatos passados e da memória coletiva de
um país</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype";"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">A
crônica, até mesmo por sua própria natureza de dirigir-se</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">diretamente ao público-leitor, na verdade foi
a seara onde Machado melhor e mais clara e veementemente</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">expressou sua implacável crítica ao
escravagismo – mormente na série “Bons Dias!”, publicada na </span><i style="font-family: 'Palatino Linotype';">Gazeta de Notícias</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> ininterruptamente de
05 abril de </span><st1:metricconverter productid="1888 a" style="font-family: 'Palatino Linotype';" w:st="on">1888 a</st1:metricconverter><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">
29 agosto de 1889 (</span><i style="font-family: 'Palatino Linotype';">per se</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> como se
sabe um período crucial da história brasileira, entre a concretização da
Abolição e a emergência da República), de todos os conjuntos croniquescos de
Machado aquele de mais contundente teor crítico,fosse à escravidão fosse ao
novo regime , aquele que registra opiniões nunca expressadas por ele com tanta
clareza e coerência, tanto que valeu-se ‘sensatamente’ do anonimato (somente
descoberta autoria de Machado, por Galante de Souza, na década de 1950!),dada
não só a explosiva complexidade do momento mas também ao risco,diante do
delicado tema da</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">república , que um
funcionário público graduado da monarquia pudesse correr.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype";">Em
algumas delas, escritas com sua peculiar ironia ácida e cortante , evidencia-se
a crítica machadiana à hipocrisia política, manifesta naqueles
parlamentares que intitulavam-se
abolicionistas mas votavam sempre a favor dos senhores – o que exibe,sob outro
viés, a inquestionável atualidade de Machado [neste particular, aliás, convém
saber – como ressalta o historiador José Murilo de Carvalho, in <i>D. Pedro II</i>,2007 – que os políticos de
todos os partidos ,até mesmo os liberais e os republicanos, não se opunham à escravidão].<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype";"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">Na
verdade, e sob o espectro mais geral, Machado foi um crítico contundente da
sociedade e das instituições brasileiras, e escreveu muito sobre política, e
até mesmo sobre economia. Tinha, sim, opiniões políticas — era um monarquista
liberal, não apoiava a República --</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">e é
possível observar a política brasileira de sua época através de seu olhar
literário. Raymundo Faoro (em </span><i style="font-family: 'Palatino Linotype';">A pirâmide
e o trapézio</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">) sentencia que pode -- se vislumbrar toda a sociedade
brasileira do século XIX na obra de</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">
</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">Machado : tanto na ficção quanto na não-ficção, arrancou da História a
própria substância de suas narrativas e textos , utilizando uma série de elementos
políticos -- escravidão, liberdade, golpe de Estado, censura,aparelho policial,
autocracia absolutista,totalitarismo, etc – na elaboração,em sua</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">escritura literária, de uma</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">crítica da ideologia brasileira e de uma
teoria política avançada, a qual</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">no
campo dos estudos literários não foi adequadamente percebida pelos
especialistas. Há de se enfatizar ainda que, a par de outros aspectos, uma das
grandes preocupações de Machado, uma espécie de linha-mestra, fulcro e fio
condutor de</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">sua produção não-ficcional
centrava-se</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">na questão da identidade
nacional — preocupação expressa claramente nos</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">
</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">ensaios “O passado, o presente e o futuro da literatura” (ainda em
1858), “Instinto de</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">nacionalidade”(de
1873) e “Nova geração”(1879) e na essência de seus artigos e crônicas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Palatino Linotype';">Em
outro viés, justamente os </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">recursos da
ficção literária, sempre propícia a esse fim, foram os instrumentos que lhe
permitiram expressar com nitidez seu total e visceral repúdio ao sistema
escravocrata do Brasil do século XIX. Por meio de alguns de seus contos, </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">é
possível observar as relações inter-raciais de sua época através do olhar
literário, abordando</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype';">as tensas
relações,inclusive as de ordem afetiva e sexual, entre os membros da família
patriarcal típica do século XIX e seus criados negros e abrigando
trama,ambiência, personagens e ‘ideologia’ inerentes à questão escravagista.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Ficção e
realidade, ficção e história, ficção e sociedade brasileira constituem fulcros
sempre presentes na obra machadiana. Em boa parte de sua ficção e da não-ficção Machado oferece
ao leitor uma interpretação satírica, por vezes alegórica, desnudando mitos e certezas, aparências e
disfarces, dilemas e mentiras -- </span><span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 12.0pt;">sob o mesmo clamor crítico-satírico de seu
olhar ,por vezes direto e transparente,por vezes machadianamente oblíquo e
dissimulado, feito testemunho
incomparável sobre a vida política e
institucional brasileira do século XIX. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-34535565643579796462015-05-07T08:03:00.000-07:002015-05-07T08:03:34.598-07:00Machado de Assis: leitor, formador de leitores<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEive83V-4OUNiLQXgYviBN2CMiQah5PhiAFT-2ot0-Olef57jJsYjsjtEpyf5Fo4xHCDvT5Hm3OEQVph4u3-0Nu1eDl6Fa7K9lMK0VEAU1pfo-dJHEXXmvwdJsdh0eU1A_x3w3VlaVyj2g/s1600/machadodeassis.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEive83V-4OUNiLQXgYviBN2CMiQah5PhiAFT-2ot0-Olef57jJsYjsjtEpyf5Fo4xHCDvT5Hm3OEQVph4u3-0Nu1eDl6Fa7K9lMK0VEAU1pfo-dJHEXXmvwdJsdh0eU1A_x3w3VlaVyj2g/s1600/machadodeassis.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></b><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;">Se
não o maior, um dos maiores e mais significativos da história da literatura
brasileira. Um grande leitor, foi Machado : leitor formado</span><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;">por</span><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;">
</span><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;">leituras e consultas feitas com pleno desvelo durante toda sua vida; um
enorme, gigantesco formador de leitor, melhor dizendo : criador de leitores --
mais quantitativamente intenso e qualitativamente significativo do que qualquer
outro escritor,</span><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;">não apenas do século
XIX, também do século XX, do século XXI, hoje, e para todo o sempre – por via
de citações,referências e recorrências perpetradas por ele em seus textos,
quais diálogos intertextuais com grandes autores de várias épocas e geografias
culturais :</span><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;">malgrado o ser numa
sociedade</span><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-size: 11pt; text-align: justify;">marcada por aterradores níveis
de analfabetismo, escassez de público-leitor, indigência e aridez cultural.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Tais cenários e elementos, no geral, constituem
vetores essenciais acerca da
constituição literária machadiana – por extensão, de sua biografia intelectual.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Neste
particular, subsiste implícita e explicitamente uma mensagem : Machado de Assis tornou- se grande
escritor, e grande formador de leitores,
porque muito leu e muito recolheu de autores e obras, entre clássicos antes
dele e contemporâneos a ele, que informaram, influenciaram, formaram e moldaram
sua magistral obra literária.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Extrapolada
e aplicada funcionalmente a círculos estudantis, acadêmicos, culturais, até
mesmo profissionais, a mensagem emite seus significantes e significados : “leiam, leiam muito, pois
assim se tornarão grandes ledores de modo geral, e especificamente conforme o caso e escolhas de cada um,
grandes escritores, ou grandes profissionais, ou grandes especialistas --
grandes cidadãos em suma”.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">Machado ‘encontrou’, desde os primórdios de sua
atividade literária, um público leitor
--- restrito e incipiente, como o era o
leitorado durante todo o século XIX, vivente e componente em uma sociedade de
elevadíssimo nível de analfabetismo,
inserido num contexto cultural de prática de leitura quase que
exclusivamente em jornais, de resto baseada
preponderantemente na oralidade ; quando dos primeiros anos do século XX, já
‘dispunha’ (pelos 8 anos em que viveu nos Novecentos) de leitores em maior
número, melhor formados e instruídos (embora os índices de alfabetização e
educacionais ainda se mostrassem bastante precários, absolutamente
insatisfatórios.<b><i><o:p></o:p></i></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial;"> <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Apesar
de todas as deficiências estruturais e conjunturais, Machado sempre respeitou o
leitor de seu tempo, moldando sua escrita, sua narrativa, seus textos
(ficcionais e não-ficcionais) ao gosto, hábitos e expectativas do receptor de
sua obra – apesar de sempre buscar [ele,Machado] promover certas variações e
‘subversões’, praticar provocações e
desafios, com o intuito de cada vez mais
fazer o leitor integrar-se ao que lhe
era posto diante dos olhos. Justamente por respeitá-lo, e empenhar-se em
enredá-lo na narrativa e estimulá-lo a assumir interpretação própria dos
elementos narrados, foi um excepcional formador desse leitor, oferecendo-lhe
todas as possibilidades de informação, conhecimento e acesso a autores, obras e
textos os mais representativos e expressivos da Literatura, brasileira e sobremodo estrangeira.<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Sob
a égide e o ‘domínio’ do Romantismo-- cuja
grande contribuição para o país foi possibilitar a criação da idéia de
cultura e de identidade nacionais, com a popularização das letras, por via do aumento do número de periódicos, alguns
com linha editorial exclusivamente artístico-literária – Machado,
cronologicamente primeiro nos contos, em seguida nos romances
dirigia- se (não poderia ser diferente)
ao leitor, que era do ‘público de jornal’, afeito aos folhetins
estrangeiros, ‘submisso’ aos elementos e
parâmetros românticos – e assim moldava e construía suas tramas, sua narrativa
e evocava citações e alusões a autores e obras basicamente românticos. </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Quer
nas narrativas curtas quer nos romances, Machado já apontava para um certo afastamento do padrão literário
romântico vigente e contrariava as expectativas do leitor brasileiro de então –
seduzido, acostumado e ‘treinado’ por histórias de forte apelo sentimental,
,inteiramente afeito aos folhetins estrangeiros. Esboçado,embora esparsa e
incipientemente, nos contos anteriores,
incrementado em seguida nos romances – desde <i>Ressurreição</i> (1872), passando em graus diferentes e variados, por <i>A mão e a luva</i> (1874) <i>Helena </i>(1876) : o seguinte, <i>Iaiá Garcia</i> já revela outros elementos e vieses(até por
ser publicado em 1878, ano crucial na
evolução literária machadiana). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">De
um modo geral, os leitores que Machado
figurou e formou nos contos publicados
até à década de 1870 e nos primeiros
romances caracterizam-se, a par de relativa não-homogeneidade entre eles, pelo
plano machadiano de prepará-los para
receber inovações e variações na estética, na estilística, na narrativa
romântica. Machado já apontava para um
certo afastamento do padrão romântico literariamente vigente e contrariava as expectativas do leitor brasileiro do início
da década de 1870 , propondo-se
sobretudo – esboçado,embora esparsa e incipientemente, nos contos anteriores e nos dois primeiros
romances – a ‘criar’ e constituir um
novo leitor,distanciado da prosa convencional, ainda que mantido sob as ‘balizas’ do gosto romântico,
como não poderia deixar de ser : um “leitor perspicaz”, um “leitor arguto”, um
leitor precursor das futuras obras. </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Leitor
que iria sofrer substancial, e quase radical,
transformação a partir de 1880, quando passa a ser provocado, instado a descobrir significados
ocultos e subjacentes, sub-reptícios nos textos machadianos – seja nos
romances, a partir de <i>Memórias póstumas
de Brás Cubas,</i> seja nos contos, notadamente naqueles enfeixados em <i>Papéis avulsos,</i> seja nas crônicas (o que
já se iniciara em “Notas Semanais”, <st1:personname productid="em O Cruzeiro" w:st="on">em <i>O Cruzeiro</i></st1:personname>,
1878, retificado em “Balas de Estalo”, na <i>Gazeta
de Notícias</i>, 1883-86 , consolidado em “Bons Dias!”, <i>Gazeta de Notícias</i>, 1888-89, confirmado em “A Semana”,<i>Gazeta de Notícias</i>, 1892-1900)) – e
estimulado a ter suas próprias opinião e posição. O leitor colocado como que
num estado de alerta para as aparências das linhas narrativas – posto diante do
conhecido ‘narrador enganoso, não-confiável ’ machadiano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Arial;"> Para
quem os escritores brasileiros imaginavam escrever – e para quem de fato
escreviam ? Quem era o leitor a que se
dirigiam? da (imensa) minoria alfabetizada(a contrapelo do analfabetismo
elevado); adulto; preponderantemente mulher, no início; freqüentador de cafés e confeitarias, de teatros e casas de espetáculo,
freqüentador de saraus e salões literários, freqüentador de livrarias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Arial;"> E o
que liam esses leitores, especialmente os habitantes do Rio de Janeiro, sede da
Corte Imperial,? Em primeiro lugar, vinha o gênero "romance", depois
os manuais de utilidade prática, que ensinavam higiene, magia, como curar
doenças com remédios caseiros, como acertar no jogo do bicho, como criar porcos
etc. e, em seguida, os livros de histórias infantis. Em comum a todos esses
livros, o preço: geralmente brochuras com valores que oscilavam entre cem a mil
réis (o equivalente aproximadamente a um terço do ganho diário de um trabalhador
-- sendo mil réis o preço mínimo do que se pagava por uma refeição barata no
largo da Carioca...) <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Arial;">
Fossem romances ou livros práticos, a leitura ‘praticada’ durante o
Império foi-se disseminando e sedimentando ao longo das décadas Oitocentistas,
até a instauração da República – e daí incrementada(ainda que longe das escala
e níveis desejáveis) -- por pequenos surtos de popularização do livro, porém
sempre limitado majoritaria e geograficamente ao Rio de Janeiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Arial;"> A
rigor, os leitores de livros brasileiros
eram basicamente os habitantes das grandes cidades que trabalhavam no setor
terciário. O mercado do livro brasileiro continuava concentrado no Rio de
Janeiro -- não ultrapassavam o número de
algumas centenas em cada uma das principais cidades do Brasil: Recife,
Salvador, São Luís, São Paulo, Ouro Preto, Belém, Porto Alegre.; e também nos
centros urbanos das regiões prósperas. </span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
______________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Nada
de repetitivo ou redundante enfatizar
: no decorrer de todas as ‘fases’ e
estágios de sua trajetória literária, no exercício dos passos gradativos que a pontuaram e pautaram
, Machado – quer na ficção quer na não-ficção -- alterou formas e ritmos
narrativos, processou e consolidou mudanças na ‘ideologia’ temática de seus
textos, transmutou narradores e vozes narrativas --
sobremodo foi formando ,criando, ‘construindo’ um novo leitor – não a
figura ‘vaga e vaporosa’, ‘volúvel’, pouco dado a leitura, não o leitor
idealizado pelos primeiros românticos brasileiros como “público de arte(porque
Povo)” [<i>sic</i>], educado pelo artista:
mas sim um leitor mais integrado e condizente da realidade e sobretudo passando
a ser um elemento fundamental para a almejada sedimentação, malgrado todos os
fatores adversos (carência educacional, analfabetismo, exigüidade do leitorado,
indigência do meio cultural, “o gosto
mal formado do público pelas artes estrangeiras”), uma sociedade leitora no Brasil Oitocentista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Inquestionável
é que Machado de Assis prosseguiu por todo o século XX e continua neste século
XXI a forjar leitores, de distintos tipos e distintas instâncias -- nestas eras de crescentes escalas e modos de aplicação de
suas obras em programas curriculares, didáticos e paradidáticos, nos circuitos
escolares de todos os níveis, o que enriquece a Educação brasileira (malgrado
inaceitáveis carências e insuficiências ainda persistentes); eras de avanços
nos hábitos e práticas de ler entre brasileiros, mas inda insuficientes (repete-se
a cada ano o fraco índice de leitura de 2 livros por habitante) para uma
efetiva sociedade de leitores no país ; eras de acentuado desenvolvimento de
recursos e meios digitais incrementados, disponibilizados e postos a serviço da
geração,difusão e circulação de matéria literária, matéria textual e matéria
jornalística, sobremodo criando novos tipos e gamas de leitores; eras também de
notável expansão do conhecimento e estudo de Machado de Assis e sua obra no
Exterior, quer nos círculos acadêmicos
quer nas esferas editoriais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">E
assim será, ‘machadianamente’, atraindo,
formando, construindo novos leitores,por
todos os tempos, por meio e luzes de sua magnífica obra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 11.0pt; font-variant: small-caps;"> <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoBodyText">
<b><span style="font-family: Garamond; font-size: 11.0pt; font-variant: small-caps;"> </span></b><span style="font-family: Garamond; font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-64612841985636091232015-04-30T07:34:00.001-07:002015-04-30T07:34:36.619-07:00o 1º. de Maio e Euclides da Cunha <div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOfPH_VoHAHGNuxwgn0G2AZ5tfEFNYTm5My5derIEXAMW9vCa7rcC6uMSKEgDtBurGyZy3pXFOdbER4sA7n8nCtbnp6uLcBs5ERfWl0FSdLp3zOUXBov_M0LeG6Tf4MWEnKA3T7dFV8fk/s1600/Euclides+da+Cunha.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOfPH_VoHAHGNuxwgn0G2AZ5tfEFNYTm5My5derIEXAMW9vCa7rcC6uMSKEgDtBurGyZy3pXFOdbER4sA7n8nCtbnp6uLcBs5ERfWl0FSdLp3zOUXBov_M0LeG6Tf4MWEnKA3T7dFV8fk/s1600/Euclides+da+Cunha.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #783f04;">Euclides da Cunha foi
essencialmente um ser político – um pensador, a princípio convicto militante
republicano, depois,desiludido com o regime, crítico vigoroso,por fim (em
essência, depois de Canudos) presumivelmente socialista ( com efeito,se achegou,por
influência do amigo Francisco Escobar,
ao grupo socialista de São José do Rio Pardo ,onde deu forma final ao texto de <i>Os sertões </i>) --o que, na verdade,
delineara-se,configurara-se e consolidara-se gradativamente em todas as fases e estágios de seu espectro político-ideológico. </span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #783f04;">Haja vista, a expressar e
comprovar com clareza absoluta a postura euclidiana face à questão social e ao
socialismo, três textos em três períodos
distintos todos datados de 1º. de maio :
um artigo de 1892; o texto,de 1899, do programa de <i>O Proletário</i>, órgão do “Clube Internacional Os Filhos do Trabalho”,<st1:personname productid="em S ̄o Jos←" w:st="on">em São José</st1:personname> do Rio Pardo; o
artigo,de 1904, intitulado “Um velho
problema” – este, o mais avançado de sua lavra e um dos mais radicais de seu
tempo. </span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #783f04;">[excertos de meu livro <i>Escritos de Euclides da Cunha :
política,ecopolítica,etnopolítica</i> (PUC-Rio/Loyola, 2009)] </span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
_______________________</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; font-variant: small-caps;">o estado
de S. Paulo,</span><span style="font-size: 11.0pt;"> 1º. maio 1892 <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Extraordinário
amanhecer o de hoje nas velhas capitais da Europa...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Como
que assaltada por uma síncope, subitamente, se paralisa a complicadíssima vida
da mais alta civilização; todo o movimento das grandes sociedades, toda a
espantosa atividade de um século e a admirável continuidade dessa existência
moderna tão poderosa e tão vasta, se extinguem, aparentemente, esvaindo-se em
vinte e quatro horas de inatividade sistemática.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Abandonam
o cérebro dos políticos os interesses nacionais mais urgentes; desaparecem por
um dia todas as fronteiras; reconciliam-se incorrigíveis ódios seculares de
governos - e aqueles exércitos formidáveis, que a todo o instante ameaçam
abalar a civilização, num espantoso duelo, formam silenciosos, pela primeira
vez, sob uma mesma bandeira...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Tudo
isto porque o anônimo extraordinário que é o maior colaborador da história, o
Povo que trabalha e que sofre - sempre obscuro - entende, nessa festiva entrada
da primavera, deixar por momentos as ásperas ferramentas e sonhar também como
os felizes, pensar, ele que só tem um passado, no futuro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">O
escravo antigo, que ia nos circos romanos distrair o humor tigrino dos reis,
num pugilato desigual e trágico com as feras; o servo da gleba, o vilão cobarde
que atravessou a idade média, à sombra dos castelos sob a guante do feudalismo;
que tem alimentado com o sangue a alma destruidora das guerras; ele - a matéria
prima de todas as hecatombes, seguindo sempre acurvado a todos os jugos -
transfigura-se realmente, alentado por uma aspiração grandiosa e apresenta esta
novidade à história - pensa!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Deu
todas as energias ao progresso humano, sempre inconsciente da própria força, e
quando no fim do século XVIII, uma grande aura libertadora perpassou a terra,
ele se alevantou, aparentemente apenas - para trazer às costas, até os nossos
dias - a burguesia triunfante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Cansado
de escutar todas as teorias dos filósofos ou os devaneios dos sonhadores, que
de há muito, intentam-lhe a regeneração - desde os exageros de Proudhon às
utopias de Luis Blanc - ele inicia por si o próprio levantamento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">E
para abalar a terra inteira basta-lhe um ato simplíssimo - cruzar os braços. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">E
que triste e desoladora perspectiva esta - de vastas oficinas e ruidosas
fábricas desertas, sem mais a movimentação fecunda do trabalho - e as profundas
minas, abandonadas, abrindo para os céus as gargantas escuras - num tenebroso
bocejo...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 11.0pt;">*<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Se
entrarmos na análise dos cambiantes que tem assumido o socialismo, temo-lo como
uma ideia vencedora.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">O
Quarto Estado adquirirá, por fim, um lugar bem definido na vida universal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Nem
se lhe faz para isto preciso agitar o horror da anarquia ou fazer saltar a
burguesia a explosões de dinamite. Fala todas as línguas e é de todas as
pátrias. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Toda
a sua força está nessa notável arregimentação, que ora desponta à luz de uma
aspiração comum; a anarquia é justamente o seu ponto vulnerável - quer se
defina por um caso notável de histeria - Luiza Michel, ou por um caso vulgar de
estupidez - Ravachol.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Não
existe, talvez, um só político proeminente hoje, que se não tenha preocupado
com esse grave problema - e o mais elevado deles, o menos inglês dos pensadores
britânicos, Gladstone, cedendo à causa dos <i>home-rulers</i>
o espírito robusto - é, verdadeiramente, um socialista de primeira ordem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Realmente,
a vitória do socialismo bem entendido, exprime a incorporação à felicidade
humana dos que foram sempre dela afastados. Em nossa pátria - moça e rica -
chegamos as vezes a não o compreender - transportando-nos porém aos grandes
centros populosos, observando todas as dificuldades que assoberbam a vida ali,
sentimos quão criminosa tem sido a exploração do trabalho. Ali, aonde o
operário mal adquire para a base material da vida, a falsíssima lei de Malthus
parece se exemplificar ampla e desoladora. Preso a longas horas de uma agitação
automática e além disto cerceado da existência civil, o rude trabalhador é
muito menos que um homem e pouco mais que uma máquina.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 11.0pt;">*<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Os
governos da Europa hão de transigir porém; hão de entabular os preliminares da
paz, pelas concessões justas e inevitáveis que terão de fazer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Nós
assistimos ao espetáculo maravilhoso da grande regeneração humana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Pela
segunda vez se patenteia na História, o fato de povos que se fundem num
sentimento comum - e não sabemos qual mais grandioso, se o quadro medieval das
Cruzadas ou se esta admirável cruzada para o futuro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Seja
qual for este regime porvir, traduza-se ele pela proteção constante do
indivíduo pela sociedade, como pensa Spencer ou pelas inúmeras repúblicas, em
que se diferenciará o mundo, segundo acredita Augusto Comte - ele será, antes
de tudo, perfeitamente civilizador.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Que
se passe sem lutas este dia notável. O socialismo, que tem hoje uma tribuna em
todos os parlamentos, não precisa de se despejar nas revoltas desmoralizadas da
anarquia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Que
saia às ruas das grandes capitais a legião vencedora e pacífica; e levante
altares à esperança, nessa entrada iluminada de primavera, sem que se torne
preciso ao glorioso vencido - o Exército - abandonar a penumbra em que
lentamente emerge à medida que sobe a consciência humana.<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">E.C.<o:p></o:p></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 11.0pt;">___________________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; font-variant: small-caps;">o proletário,</span><span style="font-size: 11.0pt;">1º.
maio<span style="font-variant: small-caps;"> </span> 1899<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">Programa<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">I. Proibição do trabalho das
crianças de qualquer dos sexos até a idade de 14 ou 15 anos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">II. Escolas gratuitas, com o
ensino leigo e obrigatório para todas as crianças, sem distinção de sexo, de
cor e de nacionalidade, tendo as crianças pobres todo o necessário para
freqüentar as escolas: roupa, comida, cuidados médicos, farmácias, etc, etc. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">III. Estabelecimentos
apropriados para recolher os inválidos do trabalho, pobres, velhos e
defeituosos, dando-lhes com abundância roupa, comida, médico, farmácia, etc.,
para não irem morrer nas enxergas dos hospitais e nos adros das igrejas, ou nas
calçadas das ruas, implorando aviltadora caridade, ministrada pelos ricos, e
remédios. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">IV. Emancipação da mulher,
reconhecendo-se-lhes iguais direitos e iguais deveres: aos do homem, inclusive
o de votar e ser votadas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">V. Impostos diretos e
pesadíssimos sobre a renda. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">VI.Substituição das Forças
Armadas pelo povo armado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">VII. Organização do trabalho
por ser o único fator de riqueza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">VIII. Estabelecimento de
bolsas de trabalho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;"> IX. Proporcionar a preços módicos a cada
família uma casa confortável para sua residência. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">X. Fornecer água e luz grátis
a todos em geral. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">XI. Tribunais arbitrais
obrigatórios para as questões internacionais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">XII. Justiça gratuita para
todos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">XIII. Supressão dos
empréstimos internos e externos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">XIV. Tribunais arbitrais para
decidir as questões entre patrões e operários. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">XV. Decretar leis de oito
horas de trabalho e a proibição do trabalho à noite para os assalariados. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">XVI. Leis repressivas contra
os usurários, estabelecendo uma só taxa de juros para todos os negócios. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">XVII. Nacionalização do
crédito. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">XVIII. Leis reguladoras da
venda de bebidas, para acabar com o alcoolismo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">XIX. Leis que estabeleçam o
divórcio, dando à mulher as mesmas garantias que ao homem. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">XX. Pensão aos inválidos do
trabalho. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">XXI. Reivindicação dos bens
do clero para a comunhão social. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
A mensagem <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Festa exclusivamente popular, ela se destina a
preparar o advento da mais nobre e fecunda das aspirações humanas : a
reabilitação do proletariado pela exata distribuição da justiça, cuja fórmula
suprema consiste em dar cada um o que cada um merece. Daí a abolição dos
privilégios derivados quer do nascimento, quer da fortuna, quer da força. Para
esse fim é mister promover a solidariedade entre todos os que formam a imensa
maioria dos oprimidos sobre que pesam as grandes injustiças das instituições e
preconceitos sociais da atualidade, destinados a desaparecer para que reine a paz
e felicidade entre os povos civilizados. Promovendo, entre nós, a comemoração
de uma data tão notável, o Clube "Filhos do Trabalho" promoverá a
divulgação dos princípios essenciais do programa socialista, empenhando –se em
difundi-los entre todas as classes sociais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 11.0pt;">____________________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; font-variant: small-caps;">O estado de s. paulo</span><span style="font-size: 11.0pt;">, 1º. maio
1904<b><o:p></o:p></b></span></div>
<h1>
<i><span style="font-size: 11.0pt; font-weight: normal;"> </span></i></h1>
<h1 align="center" style="text-align: center;">
<i><span style="font-size: 11.0pt; font-weight: normal;">Um velho problema<o:p></o:p></span></i></h1>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Li há tempos alentada dissertação sobre um
singularíssimo direito expresso em velhas leis consuetudinárias da Borgonha.
Direito de roubos... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Recordo-me que, surpreendido com tal antinomia, tão
revolucionária, sobretudo para aquela época, ainda mais alarmado fiquei notando
que a patrocinava o maior dos teólogos, S. Thomaz de Aquino; e com tal brilho e
cópia de argumentos, que a perigosa tese repontava com a estrutura inteiriça de
um princípio positivo. Realmente a repassava uma nobre e incomparável piedade,
fazendo que aquela extravagância resumisse e espelhasse um dos aspectos mais
impressionadores da justiça. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Tratava-se, ao parecer, de um código da indigência;
e os graves doutores, no avantajarem-se tanto, rompendo com nobre rebeldia as
barreiras da moral comum, para advogarem a causa da enorme maioria de
espoliados, chegavam à conclusão de que a opulência dos ricos se traduzia como
um <i>delitum legale</i>, um crime legalizado.
Impressionava-os o problema formidável da miséria na sua feição dupla -
material e filosófica - pois é talvez menos doloroso refletido nos andrajos das
populações vitimadas, que na triste inopia de elementos da civilização para o
resolver. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">E como lhes faleciam, mais do que hoje nos falecem,
elementos para a extinção do mal, justificavam aos desvalidos num crudelíssimo
título de posse a todos os bens - a fome. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">O indigente tornava-se um privilegiado afrontando
impune toda a ortodoxia econômica. O roubo transmudava-se, do mesmo passo, num
direito natural de legítima defesa contra a Morte e num dever imperioso para
com a Vida. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Mas não foram além deste expediente, e dessas
declamações, os piedosos doutores. Tolhia-os, senão a situação mental da Idade
Média imprópria a uma apreciação exata do conjunto do progresso humano, a mesma
ditadura espiritual do catolicismo, na plenitude de força, e para o qual a
miséria - eloqüentíssima expressão concreta do dogma do pecado original - era
sempre um horroroso e necessário capital negativo, avolumando-se com as
provações e com os martírios para a posse anelada da bem-aventurança, nos
céus... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Por outro lado, os pensadores leigos do tempo, e os
que os encalçaram até ao século XVIII, não partiram esta tonalidade sentimental
Mais sonhadores que filósofos, o que os atraía era o lado estético do
infortúnio, a visão empolgante do sofrimento humano, a que nos associamos
sempre pela piedade. Os seus livros, pelos próprios títulos hiperbólicos, à
maneira dos das novelas do tempo, retratam uma intervenção brilhante e
imaginosa, mas inútil. São como títulos de poemas. De fato, na Utopia de Thomaz
Morus, na Oceana de Hallis, ou na Basilidade de Morelly, a perspectiva de uma
existência melhor, oriunda da riqueza eqüitativamente distribuída e dos
privilégios extintos, irrompe :num fervor de ditirambos, aos quais não faltam,
para maior destaque, prólogos arrepiadores de agruras e tormentas
indescritíveis... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">As medidas propostas raiam pelos exageros máximos da
fantasia: do nivelamento absoluto de João Libburne, ao platonismo adorável de
Fontenelle e ao niilismo religioso de Diderot; e para lhes não faltar grotesco,
esse cruel e antilógico grotesco imanente às mais trágicas situações,
culmina-as o desvairado comunismo de Campanella com os seus trezentos monges,
trezentos ascetas barbudos e melancólicos, tentando uma república igualitária
que seria o desabamento de todas as conquistas do progresso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Ora, tudo isto caracteriza bem o completo
desequilíbrio das almas rudemente trabalhadas pelas doutrinas opostas e de todo
desapercebidas, então, de uma síntese filosófica que ao mesmo passo as
emancipasse do apego tradicional ao catolicismo, cuja missão findara, e dos
impulsos demolidores da metafísica triunfante. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Assim, ao arrebentar a crise decisiva de 1789, não é
de estranhar ficasse inapercebido, e talvez sacrificado, o grande problema que
desde Pitágoras e Platão vinha agitando os espíritos. E que a grande revolução,
inspirada pela filosofia social do século XVIII, oferece o espetáculo singular
de repudiar, desde os seus primeiros atos, os seus próprios criadores. A
consideração de Guizot é profunda: nunca uma filosofia aspirou tanto ao governo
do mundo e nunca foi tão despida do império. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Os filósofos foram, de pronto, suplantados, na
agitação revolta dos panfletos e da retórica explosiva dessa literatura
política sempre efêmera, com ser modelada pelos desvarios repentinos da
multidão. A sólida estrutura mental de um d’Alembert antepôs-se o espírito
imaginoso e pueril de um Vergniaud, e aos sonhos desmedidos de Mably e excesso
de objetivismo do trágico casquilho que passeou pelas ruas de Paris :a deusa da
Razão... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">De sorte que a última pancada do antigo regime - já
longamente solapado e prestes a cair por si mesmo - se fez com excesso de
energias que atirou sobre os destroços da ordem antiga as ruínas da ordem nova
planeada. Exclusivamente atraída pelo programa, que se lhe afigurava enorme e
pouco valia, de derruir as classes privilegiadas, a Revolução firmou, nos
"direito:; do homem", um duro individualismo que na ordem espiritual
significava a negação dos seus melhores princípios e na ordem prática equivalia
a destruir as corporações populares, isto é, a única criação democrática da
Idade Média. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">"Os direitos do homem... No entanto, a fórmula
superior daquela filosofia, visava, de preferência, através da solidariedade
humana crescente, exatamente o contrário - os deveres do homem". Mas era
exigir muito à loucura política do momento. Fazia-se mister, antes de tudo, que
as franquias recém-adquiridas tivessem um traço incisivamente
antiaristocrático. Que o camponês, absolutamente livre, fosse absolutamente
dono da quadra de terra onde nascera e onde tanto tempo jazera aguilhoado à
gleba feudal; enquanto o burguês das cidades pudesse agir libérrimo, dispondo a
bel-prazer de todos os seus bens, despeado do liame das jurandes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">E o trono vazio dos Capetos teve em roda a
concorrência tumultuária de não sei quantos milhões de liliputinianos reis... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Despojados o clero e a aristocracia de suas propriedades
(não raro precárias como privilégios sujeitos aos caprichos do poder
monárquico) ficou em seu lugar - intangível, absoluta e sacratíssima - a
propriedade burguesa, para a qual o ilustre Condorcet não encontrara limites no
texto que forneceu à Convenção. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Por isto, a breve trecho, se patenteou a inanidade
das reformas executadas; ao invés de um número restrito de privilegiados, nos
quais o egoísmo se atenuava com as tradições cavalheirescas da nobreza, um
outro, maior e formado pela burguesia vitoriosa, mais inapta ainda a
compreender a missão social da propriedade,. .ávida por dominar na arena livre
que se lhe abria, e tornando maior o contraste entre a sua opulência recente e
a situação inalterável do proletariado sem voto naquele tumulto e destinada
apenas a colaborar anonimamente na epopéia napoleônica, quando em breve,
culminando a catástrofe revolucionária, o mais pequenino dos grandes homens
surgisse, concretizando a reação disfarçada do antigo regime, e fosse
restaurar, entre os fulgores de uma glória odiosa, o anacronismo da atividade
militar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Destruída desta maneira a obra memorável da
Convenção, vê-se, contudo, que ela tinha latentes e aguardando apenas um meio
propício, os princípios de uma distribuição mais eqüitativa da fortuna. Para o rígido
Camus a propriedade "não era um direito natural, era um direito
social"; acompanhava-o neste conceito o romântico Saint Just; e sobre
todos, mais incisivamente, num dizer claríssimo que lhe dá as honras de um
precursor do coletivismo moderno, o incomparável Mirabeau atirava na anarquia
das assembléias estas palavras singularmente austeras: "Le proprietarie
n’est lui-même que le premier des salariés. Ce que nous appelons vulgairement
la proprieté n’est autre chose que le prix qui lui paye la societé pour les
distribuitions qu’il est chergé de faire aux autres individus par ses
consommations et ses depenses. Les proprietaires sont les agents, les economes
du corps social". <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Estas frases admiráveis, porém, que ainda hoje,
transcorridos cento e tantos anos, são a síntese de todo o programa econômico
de socialismo, ninguém as escutou. De modo que à massa infelicíssima do povo, a
quem a revolução libertara para a morte despeando-a da gleba para jungi-la ao
carro triunfal de um alucinado, restavam ainda, como nos velhos tempos, apenas
as fórmulas enérgicas, mas inócuas, de alguns doutores canonizados; e em pleno
repontar do século XIX - quando a filosofia natural já aparelhara o homem para
transfigurar a terra um triste, um repugnante, um deplorável, e um horroroso
direito: o direito do roubo <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Mas esta filosofia natural, tão crescentemente
revigorada e favorecendo tanto, no século que passou, o ascendente industrial,
era por si mesma - isolada no campo das suas investigações - inapta à
verdadeira solução do problema. Dizem-no os insucessos de todos os que o
consideraram esteando-se nela, das estupendas utopias de Saint-Simon e dos seus
extraordinários discípulos, às alienações de Proudhon, às tentativas bizarras
de Fourier e ao soçobro completo da política de Luiz Blanc. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Fora logo acompanhá-los. Se o fizéssemos, veríamos
que, malgrado todos os recursos das ciências, eles pouco se avantajaram aos
sonhadores medievais: o mesmo agitar de medidas fantásticas, e tão radicais,
algumas, abalando tanto os fundamentos da sociedade, a começar pela organização
da família, que acarretavam ante novos elementos perturbadores e novas faces à
questão, dando-lhe um caráter por igual revolucionário e complexo capaz de a
tornar perpetuamente insolúvel.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Assim ela chegou até meados do último século - até
Karl Marx - pois foi, realmente, com este inflexível adversário de Proudhon que
o socialismo científico começou a usar uma linguagem firme, compreensível e
positiva. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Nada de idealizações: fatos; e induções inabaláveis
resultantes de uma análise rigorosa dos materiais objetivos; e a experiência e
a observação, adestradas em lúcido tirocínio ao través das ciências inferiores;
e a lógica inflexível dos acontecimentos; e essa terrível argumentação
terra-a-terra, sem tortuosidades de silogismos, sem o idiotismo transcendental
da velha dialética, mas toda feita de axiomas, de verdadeiros truísmos, por
maneira a não exigir dos espíritos o mínimo esforço para a alcançarem, porque
ela é quem os alcança independentemente da vontade, e os domina e os arrasta
com a fortaleza da própria simplicidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">A fonte única da produção e do seu corolário
imediato, o valor, é o trabalho. Nem a terra, nem as má quinas, nem o capital,
ainda coligados, as produzem sem o braço do operário. Daí uma conclusão irredutível:
a riqueza produzida deve pertencer toda aos que trabalham. E um conceito
dedutivo: o capital é uma espoliação. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Não se pode negar a segurança do raciocínio. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">De efeito, desbancada a lei de Malthus, ante a qual
nem se explicaria a civilização, e demonstrada a que se lhe contrapõe
consistindo em que "cada homem produz sempre mais do que consome
persistindo os frutos do seu esforço além do tempo necessário à sua
reprodução" - põe-se de manifesto o traço injusto da organização econômica
do nosso tempo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">A exploração capitalista é assombrosamente clara,
colocando o trabalhador num nível inferior ao da máquina. De fato, esta, na
permanente passividade da matéria, é conservada pelo dono; impõe-lhe constantes
resguardos no trazê-la íntegra e brunida, corrigindo-lhe os desarranjos; e
quando morre - digamos assim - fulminada pela pletora de força de uma explosão
ou debilitada pelas vibrações que lhe granulam a musculatura de ferro, origina
a mágoa real de um desfalque, a tristeza de um decréscimo da fortuna, o luto
inconsolável de um dano. Ao passo que o operário, adstrito a salários escassos
demais à sua subsistência, é a máquina que se conserva por si, e mal; as suas
dores recalca-as forçadamente estóico; as suas moléstias, que, por uma cruel
ironia, crescem com o desenvolvimento industrial - o fosforismo, o saturnismo,
o hidrargirismo, o oxicarborismo - cura-as como pode, quando pode; e quando
morre, afinal, às vezes subitamente triturado nas engrenagens da sua sinistra
sócia mais bem aquinhoada, ou lentamente- esverdinhado pelos sais de cobre e de
zinco, paralítico delirante pelo chumbo, inchado pelos compostos de mercúrio,
asfixiado pelo óxido de carbônico, ulcerado pelos cáusticos dos pós-arsenicais,
devastado pela terrível embriaguez petrólica ou fulminado por um <i>coup de plomb </i>- quando se extingue,
ninguém lhe dá pela falta na grande massa anônima e taciturna, que enxurra
todas as manhãs à porta das oficinas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Neste confronto se expõe a pecaminosa injustiça que
o egoísmo capitalista agrava, não permitindo, mercê do salário insuficiente,
que se conserve tão bem como os seus aparelhos metálicos, os seus aparelhos de
músculos e nervos; e está em grande parte a justificativa dos socialistas no
chegarem todos ao duplo princípio fundamental: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">
Socialização dos meios de produção e circulação; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">
Posse individual somente dos objetos de uso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Este princípio, unanimemente aceito, domina toda a heterodoxia
socialista - de sorte que as cisões, e são numerosas, existentes entre eles,
consistem apenas nos meios de atingir-se aquele objetivo. Para alguns, e
citam-se apenas João Ligg e Ed. Vaillant, os privilégios econômicos e políticos
devem cair ao choque de uma revolução violenta. É o socialismo demolidor que,
entretanto, menos aterroriza a sociedade burguesa. Outros, como Emílio
Vendervelde, se colocam numa atitude expectante: as reformas serão violentas ou
não, segundo o grau de resistência da burguesia. Finalmente, outros ainda - os
mais tranqüilos e mais perigosos - como Ferri e Colajanni, corretamente
evolucionistas, reconhecendo a carência de um plano já feito de organização
social capaz de substituir, em bloco, num dia, a ordem atual das coisas,
relegam a segundo plano as medidas violentas, sempre infecundas e só aceitáveis
transitoriamente, de passagem, num ou noutro ponto, para abrirem caminho à
própria evolução. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Ferri, em belíssimo paralelo entre o desenvolvimento
social e o terrestre, mostra como os imaginosos cataclismos de Cuvier,
perturbaram, sem efeito, a geologia para explicarem transformações que se
realizam sob o nosso olhar, sendo os grandes resultados, que mal compreendemos
no estreito círculo da vida individual, uma soma de efeitos parcelados
acumulando-se na amplitude das idades do globo. Deslocando à sociedade este
conceito, aponta-nos o processo normal das reformas lentas, operando-se na
consciência coletiva e refletindo-se pouco a pouco na prática, nos costumes e
na legislação escrita, continuamente melhoradas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Nada mais límpido. Realmente, as catástrofes sociais
só podem provocá-las as próprias classes dominantes, as tímidas classes
conservadoras, opondo-se a marcha das reformas - como a barragem contraposta a
uma corrente tranqüila pode gerar a inundação. Mesmo nesse caso, porém, a
convulsão é transitória; é um contrachoque ferindo a barreira governamental.
Nada mais. Porque o caráter revolucionário do socialismo está apenas no seu
programa radical. Revolução: transformação. Para a conseguir, basta-lhe erguer
a consciência do proletário, e - conforme a norma traçada pelo Congresso
Socialista de Paris, em 1900 - aviventar a arregimentação política e econômica
dos trabalhadores. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Porque a revolução não é um meio, é um fim; embora,
às vezes, lhe seja mister um meio, a revolta. Mas esta sem a forma dramática e
ruidosa de outrora. As festas do primeiro de maio são, quanto a este último
ponto, bem expressivas. Para abalar a terra inteira, basta que a grande legião
em marcha pratique um ato simplíssimo: cruzar os braços... <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;"> Porque o seu
triunfo é inevitável. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Garantem-no
as leis positivas da sociedade que criarão o reinado tranqüilo das ciências e
das artes, fontes de um capital maior, indestrutível e crescente, formado pelas
melhores conquistas do espírito e do coração...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b> </b><span lang="PT" style="color: #292929; mso-ansi-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-9601625638002171242015-04-21T05:42:00.001-07:002015-04-21T05:42:03.894-07:00Machado de Assis e Tiradentes<div class="MsoNormal">
<b style="text-align: justify;"><i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;"><span style="color: #783f04;">Neste dia, vale a pena reportar à importante ilação
que o maior nome da literatura
brasileira construiu com uma das figuras primordiais da história nacional –
ilação retratada em um significativo
conjunto de crônicas escritas a
propósito do 21 de abril.</span></span></i></b></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;"> _______________ </span></i></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin50FHXcNb2ioZ8-dAo6vMVWG1kBuP1dKfO4cXLHEgkxU9TBc5-2SHVNM2vGmUBOFDG3ZSQ6pl9j_J-dOBdumc3rKkl838Tp4CzWDdqqzC8MuFKrxD_fRlcQmO1Yx9_8Q1li7yLu87fAY/s1600/Tiradentes+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEin50FHXcNb2ioZ8-dAo6vMVWG1kBuP1dKfO4cXLHEgkxU9TBc5-2SHVNM2vGmUBOFDG3ZSQ6pl9j_J-dOBdumc3rKkl838Tp4CzWDdqqzC8MuFKrxD_fRlcQmO1Yx9_8Q1li7yLu87fAY/s1600/Tiradentes+2.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyP2t5r0gIphiMWP4YHyhnx6RImCWC7g5K4pNGGpqx1K1laXLg4t5ZeXBiB_EGeOdK4xtb5_uz0K_FYVq2VSqQjco8ASwq7tAFIw7okqImScEqWM9heCV9CXA0THL2qiK8GPGdii7om0g/s1600/MA+1890.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyP2t5r0gIphiMWP4YHyhnx6RImCWC7g5K4pNGGpqx1K1laXLg4t5ZeXBiB_EGeOdK4xtb5_uz0K_FYVq2VSqQjco8ASwq7tAFIw7okqImScEqWM9heCV9CXA0THL2qiK8GPGdii7om0g/s1600/MA+1890.jpg" /></a></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">Talvez nenhum dos escritores do século XIX
admirassem, reverenciassem e cultuassem Tiradentes como Machado de Assis : um vínculo
respeitoso ,que remonta à sua postura política durante a década de 1860 , pelo
qual Machado investiu Tiradentes com algo semelhante “a aura cristã do martírio
e sacrifício” . Só que justamente essa aura,de ‘martírio e sacrifício’, e a loa
machadiana ao “homem do povo que sofrera por sua visão de um Brasil independente”
foram os fatores, ou motes, determinantes ,cruciais para tornar Tiradentes
um ‘símbolo republicano’ – suprema ironia : Machado de Assis, simpatizante da monarquia
e crítico da República, foi quem no fundo provocou a assunção do inconfidente a ícone anti-monarquista , dele ‘apropriando-se’
o novo regime e instituindo o dia 21 de abril
como feriado nacional. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -11.35pt; text-align: justify;">
Machado fez
de Tiradentes tema em várias crônicas .
A começar pelos ácidos comentários críticos à edificação da estátua de d. Pedro
I no Largo do Rocio (atual praça Tiradentes,
no centro da cidade do Rio de Janeiro), que se constituiu em um dos maiores
conflitos políticos em torno da figura do
alferes : no lugar onde fora enforcado ‘o mártir’, o governo imperial erguia
uma estátua ao neto da rainha que o condenara à morte ; o líder liberal mineiro
Teófilo Otoni chamou a estátua de
“mentira de bronze”, e Machado participou intensamente dos protestos. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Na crônica de 1 abril
de 1862, publicada no <i>Diário do Rio de
Janeiro</i>, a propósito da festiva
inauguração da estátua, Machado escreveu :</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Está inaugurada a estátua eqüestre do primeiro imperador. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Os que a consideram como saldo de uma dívida nacional nadam hoje em
júbilo e satisfação. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Os que, inquirindo a história, negam a esse bronze o caráter de uma
legítima memória, filha da vontade nacional e do dever da posteridade, esses
reconhecem-se vencidos, e, como o filósofo antigo, querem apanhar mas serem
ouvidos. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Já é de mau agouro se à ereção de um monumento que se diz derivar dos
desejos unânimes do país precedeu uma discussão renhida, acompanhada de adesões
e aplausos. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>O historiador futuro que quiser tirar dos debates da imprensa os
elementos do seu estudo da história do império, há de vacilar sobre a expressão
da memória que hoje domina a praça do Rocio. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>A imprensa oficial, que parece haver arrematado para si toda a
honestidade política, e que não consente aos cidadãos a discussão de uma obra
que se levanta em nome da nação, caluniou a seu modo as intenções da imprensa
oposicionista. Mas o país sabe o que valem as arengas pagas das colunas
anônimas do Jornal do Comércio. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>O que é fato, é que a estátua inaugurou-se, e o bronze lá se acha no
Rocio, como uma pirâmide de época civilizada, desafiando a ira dos tempos. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>O Rocio vestia anteontem galas e louçanias desusadas. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>As ruas por onde passou o préstito estavam ornadas de bandeiras e
colchas, e juncadas de folhas odoríferas, segundo as exigências oficiais. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Mas sabe o leitor quem teve grande influência na festa de anteontem? O
adjetivo. Não ria, leitor, o adjetivo é uma grande força e um grande elemento .
(......)<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Foi o adjetivo quem fez as despesas das arengas escritas anteriormente
em defesa da estátua.(.....)<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">Três anos depois, a 25 abril 1865, publicou também
no <i>Diário do Rio de Janeiro</i> uma
crônica que é uma verdadeira ode a Tiradentes , inclusive prenunciando e
acabando por vir a formalizar,tempos depois,
a mitificação do inconfidente – logo por Machado – e fomentar, depois de
1889, sua construção como signo da República :<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>“Os povos devem ter os seus santos. Aquele que os tem merece o respeito
da história, e está armado para a batalha do futuro. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Também o Brasil os tem e os venera; mas, para que a gratidão nacional
assuma um caráter justo e solene, é preciso que não esqueça uns em proveito de
outros; é preciso que todo aquele que tiver direito à santificação da história
não se perca nas sombras da memória do povo. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>É uma grande data 7 de setembro; a nação entusiasma-se com razão quando
chega êsse aniversário da nossa independência. Mas a justiça e a gratidão pedem
que, ao lado do dia 7 de setembro, se venere o dia 21 de abril. E quem se
lembra do dia 21 de abril? Qual é a cerimônia, a manifestação pública? <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Entretanto, foi nesse dia que, por sentença acordada entre os da
alçada, o carrasco enforcou no Rocio, junto à rua dos Ciganos, o patriota
Joaquim José da Silva Xavier, alcunhado o Tiradentes. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>A sentença que o condenou dizia que, uma vez enforcado, lhe fosse
cortada a cabeça e levada a Vila Rica, onde seria pregada em um poste alto, até
que o tempo a consumisse; e que o corpo, dividido em quatro pedaços, fosse
pregado em postes altos, pelo caminho de Minas. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Xavier foi declarado infame, e infames os seus netos; os seus bens
(pelo sistema de latrocínio legal do antigo regime) passaram ao fisco e à
câmara real. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>A casa em que morava foi arrasada e salgada. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Ora, o crime de Tiradentes foi simplesmente o crime de Pedro I e José
Bonifácio. Ele apenas queria apressar o relógio do tempo; queria que o século
XVIII, data de tantas liberdades, não caísse nos abismos do nada, sem deixar de
pé a liberdade brasileira. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>O desígnio era filho de alma patriótica; mas Tiradentes pagou caro a
sua generosa sofreguidão. A idéia que devia robustecer e enflorar daí a trinta
anos, não estava ainda de vez; a metrópole venceu a colônia; Tiradentes expirou
pelo baraço da tirania. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Entre os vencidos de 1792, e os vencedores de 1822, não há senão a
diferença dos resultados. Mas o livro de uma nação não é o livro de um
merceeiro; ela não deve contar só com os resultados práticos, os ganhos
positivos; a idéia, vencida ou triunfante, cinge de uma auréola a cabeça em que
ardeu. A justiça real podia lavrar essa sentença digna dos tempos sombrios de
Tibério; a justiça nacional, o povo de 7 de setembro, devia resgatar a memória
dos mártires e colocá-los no panteon dos heróis. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>No sentido desta reparação falou um dos nossos ilustrados colegas,
nestas mesmas colunas, há quatro anos. As palavras dele foram lidas e não
atendidas; não ousamos esperar outra sorte às nossas palavras. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Entretanto, consignamos o fato: o dia 21 de abril passa despercebido
para os brasileiros. Nem uma pedra, nem um hino, recordam a lutuosa tragédia do
Rodo. A última brisa que beijou os cabelos de Xavier levou consigo a lembrança
de tamanha imolação. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Pois bem, os brasileiros devem atender que este esquecimento é uma
injustiça e uma ingratidão. Os deuses podem aprazer-se com as causas
vencedoras: aos olhos do povo a vitória não deve ser o criterium da homenagem. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>É certo que a geração atual tem uma desculpa na ausência da tradição; a
geração passada legou-lhe o esquecimento dos mártires de 1792. Mas por que não
resgata o êrro de tantos anos? Por que não faz datar de si o exemplo às
gerações futuras? <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Falando assim, não nos dirigimos ao povo, que carece de iniciativa. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Tampouco alimentamos a idéia de uma dissensão política; conservadores
ou liberais, todos são filhos da terra que Tiradentes queria tornar
independente. Todavia, há razão para perguntar ao partido liberal, ao partido
dos impulsos generosos, se não era uma bela ação, tomar ele a iniciativa de uma
reparação semelhante; em vez de preocupar-se com as questões de subdelegados de
paróquia e de influências de campanário. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Em desespero de causa, não hesitamos em volver os olhos para o príncipe
que ocupa o trono brasileiro. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Os aduladores hão de ter-lhe lembrado que Tiradentes queria a
república; mas o imperador é um homem ilustrado, e há de ver como se distancia
dos aduladores o heróico alferes de Minas. Se os ânimos recuam diante de uma
idéia que julgam ofensiva à monarquia, cabe ao príncipe sufocar os escrúpulos,
tomando êle próprio a iniciativa de um ato que seria uma das mais belas páginas
do seu reinado. Um príncipe esclarecido e patriota não podia fazer uma ação
mais nobre, nem dar uma lição mais severa. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Uma cerimônia anual, com a presença do chefe da nação, com assistência
do povo e dos funcionários do Estado, - eis uma coisa simples de fazer-se, e
necessária para desarmar a justiça da história. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Não sabemos até que ponto devemos confiar nesta esperança; mas, ao
menos, deixamos consignada a idéia. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Morro pela liberdade! disse Tiradentes do alto da forca: estas
palavras, se o Brasil não reparar a falta de tantos anos, serão um açoite
inexorável para os filhos do império.(......) <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">Em <st1:metricconverter productid="1892, a" w:st="on">1892,
a</st1:metricconverter> propósito do centenário de morte de Tiradentes,
Machado fez questão de marcar , o início
da importante série “A Semana”, publicadas na <i>Gazeta de Notícias</i> de <st1:metricconverter productid="1892 a" w:st="on">1892 a</st1:metricconverter> 1900, escrevendo em tom vibrante,pungente e patriótico no dia
24 abril :<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“<i>(......................)<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Para não ir mais longe, Tiradentes. Aqui está um exemplo. Tivemos esta
semana o centenário do grande mártir. A ,prisão do heróico alferes é das que
devem ser comemoradas por todos os filhos deste país, se há nele patriotismo,
ou se esse patriotismo é outra cousa mais que um simples motivo de palavras
grossas e rotundas. A capital portou-se bem. Dos Estados estão vindo boas
notícias. O instinto popular, de acordo com o exame da razão, fez da figura do
alferes Xavier o principal dos Inconfidentes, e colocou os seus parceiros a
meia ração de glória. Merecem, decerto, a nossa estima aqueles outros; eram
patriotas. Mas o que se ofereceu a carregar com os pecados de Israel, o que
chorou de alegria quando viu comutada a pena de morte dos seus companheiros,
pena que só ia ser executada nêle, o enforcado, o esquartejado, o decapitado,
esse tem de receber o prêmio na proporção do martírio, e ganhar por todos,
visto que pagou por todos.. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Um dos oradores do dia 21 observou que a Inconfidência tem vencido, os
cargos iam. para os outros conjurados, não para o alferes.. Pois não é muito
que, não tendo vencido, a história lhe dê a principal cadeira. A distribuição é
justa. Os outros têm ainda um belo papel; formam, em torno de Tiradentes, um
coro igual ao das Oceânides diante de Prometeu encadeado. Relede Ésquilo, amigo
leitor. Escutai a linguagem compassiva das ninfas, escutai os gritos terríveis,
quando o grande titão é envolvido na conflagração geral das coisas. Mas,
principalmente ouvi as palavras de Prometeu narrando os seus crimes às ninfas amadas : Dei o fogo
aos homens; esse mestre lhes ensinará todas as artes". Foi o que nos
fez Tiradentes. . <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Entretanto, o alferes Joaquim José tem ainda contra si uma cousa, a
alcunha. Há pessoas que o amam, que o admiram, patrióticas e humanas, mas que
não podem tolerar esse nome de Tiradentes. Certamente que o tempo trará a
familiaridade do nome e a harmonia das sílabas; imaginemos, porém, que o
alferes tem podido galgar pela imaginação um século e despachar-se cirurgião -
dentista. Era o mesmo· herói, e o ofício era o mesmo; mas traria outra
dignidade. Podia ser até que, com o tempo, viesse a perder a segunda parte,
dentista, e quedar-se apenas cirurgião.(....) <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">Um mês depois, Machado torna a referir-se ao
alferes , utilizando-se do tom mais
irônico que sua contumaz verve satírica poderia conceber. Na crônica de 22
maio, estampada no mesmo jornal, o sarcasmo machadiano chega a criar uma
fantasia – cheia de significados -- ao construir impagável narrativa, exemplar
insofismável do alegórico, acerca de um
embuste imaginário :<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>“Este Tiradentes, se não toma cuidado emr si, acaba inimigo público.
Pessoa, cuje nome ignoro, escreveu esta semana algumas linhas com o fim de
retificar a opinião que vingou, durante um longo século, acerca do grande
mártir da Inconfidência. "Parece (diz o artigo no fim) parece injustiça
dar-se tanta importância a Tiradentes, porque morreu logo, e não prestar a
menor consideração aos que morreram de moléstias e misérias na costa
d'África." E logo em seguida chega a esta conclusão: "Não será possível
imaginar que, se não fosse a indiscrição de Tiradentes, que causou o seu
suplício, e o dos outros, que o empregaram, teria realidade o projeto ?" <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Daqui a espião de polícia é um passo. Com outro passo chega-se à prova
de que ele nem mesmo morreu; o vice-rei
mandou enforcar um furriel muito parecido com o alferes, e Tiradentes viveu até
1818 de uma pensão que lhe dava D. João VI. Morreu de um antraz, na antiga rua
dos Latoeiros, entre as do Ouvidor e do Rosário, em uma loja de barbeiro,
dentista e sangrador, que abriu em <st1:metricconverter productid="1810, a" w:st="on">1810, a</st1:metricconverter> conselho do próprio D. João, ainda
príncipe regente, o qual lhe ·se (formais palavras): <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Xavier, já que não podes ser alferes, ,ma por ofício o que fazias
antes por curioso ; vou mandar dar-te umas casas da rua ,os Latoeiros ... <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Oh ! meu senhor I <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Mas não digas quem és. Muda de nome, Xavier; chama-te Barbosa.
Compreendes, não ? O meu fim é criar a lenda que tu é que foste o mártir e o
herói da Inconfidência, e diminuir assim
a glória de João Alves Maciel. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Príncipe sereníssimo, não há dúvida que esse é que foi o chefe da
detestável conjuração. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Bem sei, Barbosa, mas é do meu real agrado passá-lo ao segundo plano,
para fazer crer que, apesar dos serviços que prestou, das qualidades que tinha
e das cartas de Jefferson, pouco valeu, e que tu é que vales tudo. É um plano
maquiavélico, para desmoralizar a conjuração. Compreendes agora ? <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Tudo, meu senhor. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Assim é bem possível que, se algum dia, quiserem levantar um
monumento à Inconfidência, vão buscar por símbolo o mártir, dando assim
excessiva importância ao alferes indiscreto, que pôs tudo de pernas para o ar,
e a pretexto de haver morrido logo. Não abanes a cabeça; tu não conheces os
homens. Adeus; passa pela ucharia, que te dêem um caldo de vaca, e pede por Sua
Real Majestade e por mim nas tuas orações, Consinto que também rezes pelo
furriel Como se chamava ? Esquece-me sempre o nome. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Marcolino. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Reza pelo Marcolino. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Ah! Senhor, os meus cruéis remorsos nunca terão fim! <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Barbosa, têm sempre fim os remorso! de um leal vassalo! <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>E assim ficará retificada a história, antes de 1904 ou 1905, Tiradentes
será apeadodo pedestal que lhe deu um sentimentalismo que se .lembra de
glorificar um só porque morreu logo, como se não morresse sempre antes de
outros, e demais, enforcado, que é morte Quanto ao esquartejamento e exposição
da cabeça, está provado empírica cientificamente que cadáver não padece, e
tanto faz cortar-lhe as pernas como dar-lhe calças. Mas ainda restará alguma
coisa ao alferes ; pode-se-lhe expedir a patente de capitão honorário. Se está
no céu, e se os mártires formam lá em cima, pode comandar uma companhia. Antes
isso que nada. (.....)<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">E um ano depois, a 23 abril 1893, menciona Tiradentes e sua coragem e disposição
para sacrificar a vida – ainda que
graciosa e bem-humoradamente :<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“<i>(..........)<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Para mistério, mistério e meio. Saí dali, corri à casa de um armeiro,
onde comprei algumas espingardas e bastante cartuchame. Além disso, com o
pretexto de saudar o dia 21 de abril, alcancei por empréstimo duas peças de
artilharia. Assim armado, recolhi-me a 1 casa, jantei, digeri, e meti-me na
cama. Naturalmente não dormi; mas também não vi a aurora, nem o sol de
quinta-feira. Portas e janelas fechadas. Nenhum rumor em casa, comidas frias
para não fazer fogo, que denunciasse pelo fumo a presença de refugiados.
Ensinei à família a senha monástica; andávamos calados, interrompendo o
silêncio de quando em quando para dizermos uns aos outros que era preciso
morrer. Assim se passou a quinta-feira. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Na sexta-feira, pelas seis horas da manhã, ouvi tiros de artilharia. Ou
é a salva de Tiradentes, disse à família, ou é a revolução que venceu. Saí à
rua; era a salva. Perguntei pelos mortos. Que mortos ? Pelos acontecimentos.
Que acontecimentos ? Nada houvera; toda a cidade vivera <st1:personname productid="em paz. Assim" w:st="on">em paz. Assim</st1:personname> se
desvaneceram os sustos, filhos de boatos, filhos da imaginação. Assim se
desvaneçam todos os demais ovos do marido de <st1:personname productid="La Fontaine." w:st="on">La Fontaine.</st1:personname> <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Só um fato se havia dado, como disse, o do coreto. Fui à praça ver os
destroços, mas já não vi nada; achei a estátua e curiosos. Desandei, atravessei
o largo de S. Francisco e desci pela rua do Ouvidor, ao encontro do préstito de
Tiradentes. Soube que já não havia préstito. Era pena; esta cidade tem, para
Tiradentes, não só a dívida geral da glorificação, como precursor da
independência e mártir da liberdade, mas ainda a dívida particular do resgate. Ela festejou com pompa
a execução do infeliz patriota, no dia 21 de abril de 1792, vestindo-se de
galas e ouvindo cantar um Te-Deum. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Espiando para casa , lembrei-me que esse dia 21 era ainda aniversário
de outra tentativa política. O povo desta cidade e os eleitores convocados
revolucionariamente pelo juiz da comarca, reuniram-se na praça do Comércio e
pediram ao rei a constituição espanhola, interinamente. A constituição foi dada
na mesma noite, contra a vontade de algumas pessoas, e retirada no dia
seguinte, depois de alguns lances próprios de tais crises, não por ser
constituição, - visto que, dois anos depois, tínhamos outra -- mas naturalmente
por ser espanhola. De Espanha só mulheres, guitarras e pintores.(......) <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">As referências e menções a Tiradentes – como de
resto os comentários e alusões feitas a diversas personalidades históricas,
assim como a cobertura dos fatos políticos de sua época – constituem provas e
exemplos eloqüentes do quanto Machado de Assis participava ativamente da
história (política,institucional, econômica, social) e em nada – ao contrário
da equivocada interpretação, que exige de uma vez por todas sua revisão – era
alheio às questões de seu tempo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Certamente pelo uso do
subterfúgio, da dissimulação, da sutileza – e do disfarce e do enigma—Machado
de Assis recebeu, indevidamente, a pecha de “despolitizado”, “alienado”,
“alheio às questões políticas e sociais de seu tempo”. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ledo e puro engano. Machado de
Assis foi um crítico ‘avassalador’ da sociedade e das instituições brasileiras,
e escreveu – ou a elas se referiu -- em crônicas e artigos, mesmo em contos e romances e até na poesia. , sobre
política (muito) [e,para surpresa de alguns, sobre economia (em menor monta)].
Machado de Assis tinha opiniões políticas — era um monarquista liberal, não
apoiava a República, repudiava Floriano Peixoto (que ,apoiado em golpe de
Estado em 1891, governava com poderes autoritários, levando o País à ditadura,
à censura e à guerra civil) — e por meio
de sua obra é possível observar a política brasileira de sua época através do
olhar literário. Raymundo Faoro (em <i>A
pirâmide e o trapézio </i>) sentenciou que pode-se vislumbrar toda a sociedade
brasileira do século XIX na obra de
Machado : tanto na não-ficção quanto na ficção, arrancou da História a própria
substância de suas narrativas e textos , utilizando uma série de categorias
políticas - escravidão, liberdade, golpe de Estado, censura ,aparelho policial,
autocracia absolutista,totalitarismo, etc – na elaboração,em sua escritura literária, de uma crítica da ideologia brasileira e de uma
teoria política avançada,que no campo dos estudos literários não foi
adequadamente percebida pelos especialistas.</div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-line-height-alt: 10.05pt; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
As crônicas
e artigos tratando de política são justamente aquelas que registram opiniões
nunca expressadas por Machado com tanta clareza e coerência.</div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-43353526852642616972015-04-14T05:23:00.001-07:002015-04-14T05:23:59.989-07:00PONTES DE VISTA : MACHADO DE ASSIS E OS PORTUGUESES<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9G4rRD_JVeQN7OM6tKyMKmPi4ge6OZFrkI9ClARpfy5AfVy1UvzN_by8riWowhcYrSq_ULOLJ_5xWy2cU4uOrhFp6mMmZIzFg2J5h2O3jDwJQFHgf2Vjy98_ExsCBcvvYKPRSG80zUek/s1600/livraria+Lello+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9G4rRD_JVeQN7OM6tKyMKmPi4ge6OZFrkI9ClARpfy5AfVy1UvzN_by8riWowhcYrSq_ULOLJ_5xWy2cU4uOrhFp6mMmZIzFg2J5h2O3jDwJQFHgf2Vjy98_ExsCBcvvYKPRSG80zUek/s1600/livraria+Lello+1.jpg" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Lançada a 11 abril, com todas ‘pompa e circunstância’, na lendária Livraria Lello (todos devem saber, por certo, de sua gloriosa história), no Porto, Portugal, a 1ª. edição da revista acadêmica de filosofia e literatura “Pontes de Vista” [seu lema diz: “nascemos com pontos de vista, mas só crescemos com pontes de vista.”] publica contribuições de investigadores, filósofos e pensadores de língua portuguesa internacionais, <span class="text_exposed_show" style="display: inline;"><br />-- e abriga meu artigo “Machado de Assis e os portugueses”, escrito especialmente para a revista</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, 'lucida grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.3199996948242px;">
<div style="margin-bottom: 6px;">
<a href="http://revistapontesdevista.com/2015/04/06/machado-de-assis-e-os-portugueses/" rel="nofollow" style="color: #3b5998; cursor: pointer; text-decoration: none;" target="_blank">http://revistapontesdevista.com/…/machado-de-assis-e-os-po…/</a><br />_________</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
inerente a estudo que desenvolvo há mais de um ano, a gerar livro (“ Machado de Assis e os portugueses : influências, intertextualidades, convívios”), cuja finalização se dará no segundo semestre deste ano; livro aguardado com expresso interesse pelo Centro de Estudos Comparatistas da Universidade de Lisboa e pelo Instituto de Literatura Comparada da Universidade do Porto..</div>
</div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-24257350620896943142015-04-02T13:30:00.000-07:002015-04-02T13:32:38.580-07:00O cinema vai à literatura: um réquiem a Manoel de Oliveira<div class="MsoNormal">
-<i><b><span style="color: #783f04;">- morreu em 01.04. um dos maiores cineastas da história
do cinema : mais, um dos magistrais artista do mundo</span></b></i>.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p> ______________________</o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i><span style="font-family: Garamond; font-size: 14.0pt;"><br /></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i><span style="font-family: Garamond; font-size: 14.0pt;">O cinema vai à literatura<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i><span style="font-family: Garamond; font-size: 14.0pt;">(e a literatura se vale do cinema)<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">Sempre é oportuno e indispensável tecer reflexões sobre a sempre
vigente relação literatura-cinema, com suas interseções, confluências ...e
divergências . Poucas formas artísticas estabelecem entre si tantas relações de
sentido mútuo, ainda que sujeitas a entreveros e embates, acusações de
“infidelidade autoral”, polêmicas sobre liberdades de criação, etc.-- até
porque são diferenciadas as linguagens e distintos os respectivos códigos e
modos de funcionamento : narrativa literária e narrativa fílmica distinguem-se
e na maioria dos casos contrastam- se;
são sempre difíceis as transposições de uma para o
outro, pois as características intrínsecas do texto literário --
originalidades, subjetividades, entrelinhas, elaboramentos -- por princípio não
encontram a mesma expressão na narrativa cinematográfica.<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">A par das diferenças, entre a</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">página e a tela há laços</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">estreitos -- em forma de ‘mão e contra-mão’ :
a página contém palavras que acionarão os sentidos e se transformam na mente do
leitor em imagens; a tela abriga imagens em movimento que serão decodificadas
pelo expectador</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">por meio de palavras.Entre
a literatura e o cinema, há um parentesco originário, diálogo que se acentuou
sobremaneira após a intermediação dos processos tecnológicos. Assim, a enorme e
expressiva influência da literatura sobre o cinema tem sua contrapartida, por
meio de um</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">‘cinema interior ou mental’
sobre a literatura e as artes em geral, mesmo em uma época precedente ao
advento dos artefatos técnicos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">Optando pela modalidade narrativa, o cinema roubou da
literatura parte significativa da tarefa de contar histórias, tornando-se, de
início, um fiel substituto do folhetim romântico. E, apesar de experimentações
mais ousadas, como a "Avant-Garde" francesa da década de 1920, ou o
surrealismo cinematográfico, que buscaram fugir dessa linha, a narratividade
continua a ser o traço hegemônico da cinematografia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText2">
<span style="font-family: Garamond;">Daí,
adaptar para o cinema ou para a televisão — meios reconhecidamente ligados à
cultura de massa — obras de autores como Shakeaspeare, Dostoiévski, Tolstói,
Balzac, Flaubert, Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, para
citar apenas alguns nomes de relevo no panorama universal e nacional — equivale
a trazer para as mídias o prestígio da grande arte ou, no dizer de alguns,
tornar a arte erudita acessível ao grande público. Mas a adaptação de obras
literárias para o cinema e, posteriormente para a televisão --</span><span style="font-family: Garamond;"> </span><span style="font-family: Garamond;">meios que privilegiam a linha narrativa —
também não se tem feito sem conflitos, pois as adaptações resultam sempre em
empreendimentos insatisfatórios.</span></div>
<div class="MsoBodyText">
<span style="font-family: Garamond;">Não se pode negar que, principalmente em seu período
clássico, o cinema tenha procurado na aproximação com a literatura uma forma de
legitimar-se. E além das freqüentes adaptações de obras literárias para a tela,
tornou-se prática corrente, em particular naquele período, a contratação de
escritores como roteiristas. Assim é que, em Hollywood, notáveis escritores
como William Faulkner, Scott Fritzgerald, Aldous Huxley, Gore Vidal, , James
Age,Nathanael West, dentre outros, tornaram-se os contadores de muitas
histórias que comoveram o grande público e garantiram o sucesso de vários
empreendimentos. Saber se tais roteiros traziam a marca da criação literária já
é uma outra questão, que talvez possa ser analisada a partir da postura de
alguns desses escritores-roteiristas. Faulkner, por exemplo, não fazia segredo
sobre a natureza de sua atividade em Hollywood: "Faço apenas o que me
dizem para fazer; é um emprego, e pronto."</span></div>
<div class="MsoBodyText">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">“A literatura e cinema não são tão distantes assevera o
pesquisador e professor do departamento de espanhol e português da University
of California (UCLA), Randal Johnson – com quem tive oportunidade de conversar
quando de sua estadia no Rio de Janeiro, em 2008, convidado pelo Programa de
Pós-graduação da Escola de Comunicação (ECO-Pós) da UFRJ em parceria com o
Globo Universidade para ministrar uma disciplina compactada sobre Cinema,
Literatura e TV. Para ele,</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">as relações
entre cinema e literatura não se limitam às adaptações do texto escrito para a
tela, apontando três outros importantes pontos de encontro : o primeiro seria
os filmes feitos sobre escritores – de que gradativamente proliferam vários exemplos
em cinematografias distintas; outro, seria o uso estrutural ou incorporação de
textos literários no discurso cinematográfico – esta indubitavelmente a
ocorrência maior; e também</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">o encontro da
literatura e do cinema poderia se dar através de referências como alusões
literárias nos diálogos e citações implícitas ou explícitas, visuais, orais ou
escritas diretamente na tela – um expediente cada vez mais recorrente na
produção contemporânea. Por outro lado,</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">
</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">Johnson critica</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">
</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">enfaticamente</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">a valorização do
texto literário sobre o discurso cinematográfico, sustentando ser</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">muito comum entre os espectadores uma
exigência de fidelidade do filme ao livro. . A insistência na fidelidade da
adaptação cinematográfica à obra literária originária,pode resultar em
julgamentos superficiais que freqüentemente valorizam a obra literária em
detrimento da adaptação, sem uma reflexão mais profunda. Os filmes são julgados
criticamente porque, de um modo ou de outro, não são “fieis” à obra modelo. O
conceito, de ‘fidelidade’ assume conotação crucial,tornando-se na
discussão\reflexão do relacionamento entre cinema e literatura, no chamado ‘</span><i style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">x </i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">da questão’ : tudo, a rigor, gravita
em torno disso.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">Às vezes a mais fiel das adaptações faz o pior dos
filmes, porque o material não se presta a uma história filmada e, na forma como
está escrito, não funciona na tela, por mais forte que seja a história no
original.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">Esse</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">freqüente
discurso da fidelidade baseia-se,a meu juízo, na crença difundida de que a
literatura é superior ao cinema, um preconceito devido ao fato da literatura
ser anterior no tempo ao cinema, o que pode levar à idéia de que o livro é
historicamente mais nobre e o filme secundário -- além evidentemente do pensamento
de que cinema e literatura são rivais a partir da crença na idéia de que o
filme adaptado suga e destrói o que é essencial no livro.</span></div>
<div class="MsoBodyText">
<span style="font-family: Garamond;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">Na verdade, desde que o cinema é cinema, a literatura tem
sido um de seus pontos de partida – as relações entre o cinema e a literatura
são tão fortes que alguns estudiosos chegam a afirmar a sua existência antes
mesmo do surgimento do cinema. Para isto evocam uma teoria limite, segundo a
qual há uma essência do cinema, de um “pré-cinema” embutido em alguns textos literários
anteriores à forma de expressão cinematográfica, e que teriam como
especificidade o fato de os escritores ordenarem o relato em função da
incidência do olhar do narrador, da sua ‘ocularização’ da cena a narrar. Desse
modo, a narrativa cinematográfica já se encontraria latente em alguns textos
narrativos literários, e </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">a relação logo
passou a trilhar indissolúvel (</span><i style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">sic</i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">)</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">mão dupla, quando literatos e dramaturgos
começaram a se inspirar no cinema para formar narrativas em prosa e </span><st1:personname productid="em poesia. A" style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;" w:st="on">em
poesia. A</st1:personname><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;"> rigor, as diferenças entre textos literários
e filmes neles apoiados são marcadas por historicidades específicas de cada
linguagem --- ísto é, o tempo histórico que cada um retrata (um filme realizado
na década de 2000 abriga um relato literário escrito ou passado em 1890 , ou em
1950, etc ) : e o</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">momento histórico de
cada um é que se constitui faceta que conduz a inevitáveis diferenças. Nenhum
filme ‘repete’ uma obra literária, nenhuma obra literária ‘repete’ um filme,
quer pelas diferenças de linguagem, quer pelo momento próprio de produção e
circulação de cada um de seus produtos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">Essa intrínseca, dialógica e dinâmica relação nasce no
momento em que o cinema descobre seu potencial digamos literário , ao absorver
o modelo narrativo do romance do século XIX a subsidiá-lo para melhor contar
histórias – malgrado podermos hoje levantar a reflexão em plena</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">era da imagem digital em que vivemos : o
cinema</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">continuaria ‘preso’ a um modelo
narrativo já ,em maior ou menor grau, superado pela própria literatura? .Se o
cinema beneficiou-se do romance do século XIX, por que na era da imagem
digital, quando a capacidade plástica do cinema atinge seu ponto mais alto,
continuam-se a ilustrar romances do século XIX?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">Examinado detidamente com isento rigor crítico, no campo
da narrativa, em sua já longa</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">história,
o cinema não sofreu muitas variações – malgrado certas exceções, como
experimentos</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">‘de vanguarda’ – e vem à
mente, por aproximação etimológica, a</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">
</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">“Nouvelle Vague” da década de 1960 , que se propunha a romper</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">com a lógica linearizante da estética e da
narrativa fílmica de até então, inspirada num congênere da seara literária, o
“nouveau roman”—ambas dialogando entre si pelas respctivas técnicas narrativas,
num movimento de realimentação recíproco entre as duas linguagens.Convém não
esquecer,entretanto, que sob a égide de suas</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">
</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">afinidades com a cultura literária, se o cinema europeu tendia, então, a
se afastar do modelo romanesco tradicional, a indústria cinematográfica
hollywoodiana, voltada para o entretenimento, consolidou-se seguindo padrões já
consagrados da narrativa literária – levando</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">
</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">Jorge Luis Borges</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">a</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">observar que, com os </span><i style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">westerns,</i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> “Hollywood, por razões comerciais, naturalmente, salvou a
épica, num tempo em que os poetas tinham esquecido que a poesia começou pela
épica”.Tanto uma quanto o outro buscando ultrapassar</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">as limitações formais e “não procurando</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">ordenar o caos”, ao contrário, o caos
tornando-se o princípio da criação. Os cineastas da “Nouvelle Vague”,p. ex.,
queriam mostrar que nem tudo faz sentido e que os caminhos são múltiplos; e por
fim</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">aquilo que Jean Cocteau afirmou
sobre o cinema pode agora se efetivar, pois para ele, os filmes só seriam bons
quando fossem acessíveis como uma caneta e um papel.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">Contudo, há de se atentar para um outro viés ,uma espécie
de contra-mão no processo de interação cinema-literatura, no caso um
contrafluxo mediado, executado,e recentemente cada vez mais incentivado pelo
setor editorial e mercado livreiro – nos quais dá-se o crescente movimento de
publicação de</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">livros motivados... pelo
cinema :roteiros de filmes, diários de filmagens, histórias sobre a elaboração
de filmes(</span><i style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">making-of</i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">), edição ou
reedição de obras literárias abrigando imagens e outros elementos
iconográficos</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">que remetem para os filmes
realizados a partir da adaptação da obra para</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">
</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">o cinema – uma subversão das relações entre cinema e literatura.</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">De resto, uma tendência à qual avolumam-se
questionamentos sobre até que ponto</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">
</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">sinaliza tanto</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">‘perda de
prestígio’ e ‘distorção\vulgarização’ da matéria</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">literária, como sobretudo ‘dessacralização’
da literatura,</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">tênues que se tornam cada
vez mais as fronteiras entre ela e outros tipos de bens culturais que circulam
pela mídia.e no seio de consumo da sociedade.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">Da mesma forma e desse processo decorrente,
deflagra-se ao longo da segunda metade do século XX,por parte e ação do
setor</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">editorial ,a</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">contrapartida à incorporação da obra
literária,fosse </span><i style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">best seller</i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> ou não –
muitas criadas especificamente para se transporem à tela – pelo cinema , com o relançamento
de romances adaptados e especialmente com a publicação de roteiros .Toda a
literatura poderia, então, ser considerada como texto básico para um filme, e
na direção oposta, parece que o cinema vem buscando cada vez mais o espaço do
livro, no que o mercado editorial explora o filão das publicações derivadas de
filmes.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond;">Por
outro lado e em outra vertente, ao praticarem exercícios literários, cineastas
e roteiristas via de regra imprimem a suas narrativas muito mais o teor, o
timbre, o ritmo, o </span><i style="font-family: Garamond;">timing </i><span style="font-family: Garamond;">fílmico --
e menos literário. E além disso, mesmo que sua estória e trama seja de ação,de
movimento, costumam</span><span style="font-family: Garamond;"> </span><span style="font-family: Garamond;">lidar</span><span style="font-family: Garamond;"> </span><span style="font-family: Garamond;">com o onírico, o</span><span style="font-family: Garamond;"> </span><span style="font-family: Garamond;">sonho , e com o psicológico -- que é,
sabemos,</span><span style="font-family: Garamond;"> </span><span style="font-family: Garamond;">elemento recorrente ao extremo
no cinema, do expressionismo alemão a Stroheim, de Bergman a Buñuel, de Resnais
a Godard. Não poderia ser de outra forma, pois são eles</span><span style="font-family: Garamond;"> </span><span style="font-family: Garamond;">antes e acima</span><span style="font-family: Garamond;">
</span><span style="font-family: Garamond;">de tudo pessoas </span><i style="font-family: Garamond;">do</i><span style="font-family: Garamond;"> cinema.</span></div>
<div class="MsoBodyText2">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">Tudo isso</span><i style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">propicia
um exercício de reflexão e indagação: as incursões de cineastas e de
profissionais de tv na literatura podem ser bem resolvidas e bem sucedidas ? O
caso é que um diretor de cinema ou de tv</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">
</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">quando vai à literatura</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">leva com
ele uma bagagem da linguagem</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">-- o ritmo,
o corte abrupto, o esperar pronto entendimento do leitor, qual um espectador --
e assim</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">comete</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;"> pecados e pecadilhos marcantes . Ao
contrário, um escritor que vai para o cinema -- como roteirista, quase sempre
-- o faz melhor, sabe adaptar, mostra-se mais seguro, os resultados são
melhores: caso de Rubem Fonseca, dos exemplos clássicos dos escritores
norte-americanos com Hollywood ,e ainda de Jean Louis Carrière , Dalton Trumbo
no cinema europeu.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">Sob essa perspectiva, é comum cineastas em incursões
literárias</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">atuarem numa espécie de
contramão, na via inversa do terreno do relacionamento -- ou do embate --
literatura/cinema ; os questionamentos sobre “apropriação de obras literárias
por cineastas”, ao realizar filmes, ganha outro contorno, de sinal trocado : no
caso, um cineasta não pega um livro e faz um filme -- e vale lembrar que</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">para o escritor Autran Dourado “não existe
livro filmado, existe filme </span><i style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">baseado</i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">
em livro” -- mas escreve um livro com elementos e ‘cacoetes’ de filme. Sai de
seu habitat original e vem para outro, mas utilizando o mesmíssimo
instrumental, na vã tentativa de sintetizar o mimetismo palavra-imagem.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">No ‘umbelical’ -- nada dicotômico, portanto --
relacionamento do cinema com a literatura, podem ser extraídos, ou
inferidos\induzidos, alguns elementos que responderiam a Stanley Kubrick --
para quem “tudo que pode ser escrito e pensado pode ser filmado” --</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">também provando o inevitável</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">desejo de cineastas e roteiristas, ao
escreverem uma obra literária, que</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">‘tudo
que pode ser filmado </span><i style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">poderia</i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> ser
escrito’...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyText2">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 14.0pt;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p>
</o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-45155836307776045152015-03-19T06:15:00.000-07:002015-03-19T06:15:31.444-07:00Inéditos de Machado de Assis<div style="background-color: white; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.0799999237061px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
<b><span style="color: #783f04;">atendendo a pedidos -- não, não é frase-feita, ou lugar-comum,muitos me solicitaram, no facebook, em email, até por telefone, que informasse mais sobre<span class="text_exposed_show" style="display: inline;"> o livro "MACHADO DE ASSIS: TEXTOS INÉDITOS EM LIVRO ", publicado pela Academia Brasileira de Letras, 2014.</span></span></b></div>
<div style="background-color: white; color: #666666; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.0799999237061px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline;"> _______________________</span></div>
<div style="background-color: white; color: #666666; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.0799999237061px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
<span style="line-height: 16.0799999237061px;">resultado de cuidadosas pesquisas junto a periódicos, no caso oitocentistas -- como é de meu métier.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #666666; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.0799999237061px; margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline;">então, identifiquei uma crônica, um editorial (sim !), um conto (a rigor, o embrião de conto depois publicado e incorporado ao acervo machadiano), duas traduções<br />ao que eu saiba -- no universo de estudiosos machadianos, uma 'confraria' onde tudo se sabe ou percebe...-- não tinham sido coligidos nem catalogados , daí a meu juízo inteiramente desconhecidos.<br />[para ilustrar :<br />1. a crônica,de sugestivo e provocativo título "A odisséia econômica do sr. ministro da Fazenda", foi publicada em O Parahyba, jornal que raros, inclusive estudiosos e pesquisadores da imprensa brasileira, conhecem, ou conferiram a devida atenção : O Parahyba, de Petrópolis, foi tão importante que nem os grandes jornais da época tratavam de temas que ele encampou, como educação pública, situação da mulher, questão fundiária,colonização, além de veicular muita literatura, inclusive com textos inéditos. .<br />2. poucos iriam imaginar Machado escrevendo editorial, como o fez neste no Diário do Rio de Janeiro, 1866, ainda mais de cunho político (ainda existe muito por aí a pecha, absurda, de Machado alienado politicamente, etc : identifiquei, levantei, mapeei, organizei as 385 crônicas, 55% do total, que publicou tratando de política- para desmistificar tal equívoco crasso).<br />3.a falta de atenção de pesquisadores também manifestou-se no caso do conto -- "Um parêntese na vida", em O Futuro 1863, que apareceu assinado por um tal S., claro que mais um embustes e artimanhas machadianas --um 'embrião' (inacabado)do que seria "Felicidade pelo casamento", publicado no Jornal das Famílias, 1866: aponho no livro os parágrafos absolutamente idênticos de um e de outro.<br />4.do mesmo, entre pesquisadores da imprensa brasileira e entre estudiosos de Machado 'passou ao largo' o jornal A Instrução Pública, exemplo de uma imprensa pedagógica dos anos 1870, de enfoque e conteúdo educacional, e mais ainda desconfiarem (os pesquisadores) de Machado traduzir (por encomenda, como muitas das traduções que fez) uma série de conferências científicas(quem iria imaginar ?!...) ,do então iminente dr. T. Gallard, feitas na Sorbonne,em 1867, "Notions d; Hygiène des Instituteurs Primaires "/ "Higiene para uso dos mestres-escolas"; e no mesmo jornal,em 1872, não se atentar para a tradução de Machado para o canto XXV de "Inferno", de Dante, em cuja publicação em livro não aparecem uma introdução e um prólogo, além de trechos do poema diferentes.</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #666666; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 16.0799999237061px;">
<div style="margin-bottom: 1em; margin-top: 1em;">
lamentável a ABL não comercializar o livro (nenhum, aliás), restringir a doações a escolas, universidades, entidades, etc (nem mesmo para a imprensa: terrível) lamento maior em se tratando de um livro que reveste-se de notável relevância histórico-bibliográfico que escritos de Machado de Assis -- sempre indispensável de ser difundido – per se abrigam; ainda mais da natureza dos textos, manifestações de ineditismo -- imprescindíveis de se darem à luz -- a contribuírem para dar a público mais elementos valiosos da magnífica obra literária do maior nome da literatura brasileira.</div>
</div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-14254025447226841152015-03-17T12:19:00.001-07:002015-03-17T12:19:58.117-07:00Apontamentos e anotações de ‘garimpos’ literários<b><i><span style="color: #783f04;">- a propósito da descoberta recente de poema inédito de Machado de Assis</span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #783f04;">https://www.facebook.com/rosso.mauro</span></i></b><br />
<b style="font-size: 18.6666660308838px; text-align: justify;"><i> ________________</i></b><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Pesquisador dedicado a literatura brasileira
(oitocentista e parte novecentista), ensaísta, articulista, escritor ( autor de
11 livros impressos e 5 <i>e-books</i>), em
meus trabalhos – pesquisas, estudos; artigos,ensaios, palestras, conferências,
e mormente livros – priorizo, melhor dizer torno exclusivo, fazendo disso o
próprio <i>leimotiv</i> de minha atividade
intelectual e autoral., o <i>approach </i>da
diferenciação, no que se refere ao inédito, ou pouco conhecido e divulgado, ou
estudado e publicado, etc. -- investigados,pesquisados, identificados e
recolhidos os textos e escritos nessa
condição em suas respectivas fontes primárias , vale dizer nos periódicos –
jornais, revistas, almanaques, álbuns - dos respectivos tempos de suas
veiculações originais. O vasculhar e o ‘garimpo’ em fontes primárias constituem
<i>per se</i> o mote e força motriz que rege
e impulsiona meus projetos e programas literários.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">Nos periódicos encontra-se, e neles
arregimento, o material básico, a matéria bruta – melhor : a</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">matéria- prima (no mais elevado sentido) –
com que trabalho, a massa e argamassa com que construo meus escritos e obras.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;"> ...............................................</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond;">De
Machado de Assis, o conto até então inédito, dado como desaparecido – tudo
indica que por sua temática e elementos
de trama plenos de sutileza -- “Um para o outro”, publicado em <i>A Estação</i> julho-agosto 1879, que incluí
no livro <i>Contos de Machado de Assis :
relicários e raisonnés</i> (PUC-Rio\Loyola, 2008), veio de um longo trabalho
investigativo desenvolvido durante 6 anos – no caso, com foco exclusivo em uma
única fonte primária, o citado jornal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond;"> --publicado originalmente
nos folhetins de 30 de julho, 15 e 30 de
agosto, 15 e 30 de setembro e 15 de outubro de 1879 em <i>A
Estação</i><b>,</b> o conto “Um para o
outro” , dado como perdido,jamais fora
incluído até então em qualquer antologia,coletânea,seleta ou edição em volume.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond;">A
par do citado livro pela ABL, 2014, ainda referente a Machado de Assis,
debruço-me há mais de um ano no jornal <i>O
Parahyba</i> – periódico de excepcional atuação e extrema importância para a
história jornalística e cultural brasileiras, </span><span style="font-family: Garamond; mso-bidi-font-family: Arial;">e pouquíssimo conhecido e estudado, fundado e
publicado na cidade de Petrópolis,Rio de Janeiro, caracterizado por um
acervo de idéias "progressistas", abrigando, no campo político, teses
e posturas liberais pouco comuns então, como p. ex. a educação, questões
econômico-financeiras, problemas fundiários e de colonização de terras,além de
aspectos ligados a costumes e comportamentos e tratamento de temas pouco
enfocados, alguns considerados ‘difíceis’ ou delicados(como p. ex. a situação
da mulher na sociedade). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoCommentText" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Mesmo
nos casos em que trabalhei com textos e escritos oriundos de fontes secundárias
-- livros, ou coletâneas ou antologias publicadas -- volvi-me às fontes
primárias – os periódicos -- e os cotejei com as formas originais nos
periódicos de origem : e assim sempre o faço e farei para todos os trabalhos..<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; mso-bidi-font-family: Arial;">Assim foi, p. ex., nos contos políticos, inclusos
os chamados “argelinos” de Lima Barreto, os quais publicados em apenas uma
coletânea – a 2ª. edição de <i>Histórias e
sonhos</i>, 1951 (e não na primeira, de 1920) --portanto ‘semi-inéditos’,
conferi com os respectivos textos veiculados originalmente em <i>Careta</i>(1914; 1915; 1919; 1920;1921;1922;
1924 - postumamente) e no <i>Correio da
Noite</i> (1914), nos quais aliás encontrei, em algumas crônicas, trechos
diferentes dos publicados na coletânea, e apontando-os vis a vis uns com
outros incorporei-os no livro <i>Lima Barreto e política : os “contos
argelinos” e outros textos</i> (PUC-Rio\Loyola, 2010)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; mso-bidi-font-family: Arial;">Do mesmo modo, com os textos compondo o livro <i>Escritos
de Euclydes da Cunha: política, ecopolítica, etnopolítica</i> (PUC-Rio\Loyola,
2009), captados em livros e seletas publicados, mas verificados um a um nos
respectivos veículos originais, nos jornais <i>A
Província de São Paulo</i>,1888-89; <i>Democracia,</i>
1890; <i>O Estado de S. Paulo</i>, 1892-97,
1900, 1904; <i>Jornal do Commercio</i>,
1907; <i>O Paiz</i>,1908; na revista <i>Kosmos</i>, 1906; no <i>Almanaque Brasileiro Garnier</i>, 1908.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; mso-bidi-font-family: Arial;">Também com as crônicas machadianas, de duas séries
escritas para a <i>Gazeta de Notícias,</i>
respectivamente em 1886 e em 1886-87, publicadas em um livro e em uma coletânea
(‘semi-inéditas’, pois) , que devidamente confrontadas e verificadas com os
originais nas fontes primárias, foram reunidas no livro <i>Crônicas de Machado de Assis : “A + B” e “Gazeta de Holanda”</i>
(PUC-Rio\Loyola, 2010).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoCommentText" style="text-align: justify;">
De iguais forma e modo
procedi ao indispensável cotejo dos elementos textuais de fontes secundárias –
i.e., livros, seletas, coletâneas e
antologias -- com aqueles das respectivas
primárias -- veiculados originalmente em periódicos, dentre o possível e
disponível encontrar -- em outros dois de meus trabalhos capitais
recentes(ambos a se tornarem livros, ambos ainda sem arregimentar editor) :
“Machado de Assis: leitor, formador de leitor” -- -- que tendo como temática a
leitura e leitores no Brasil, o livro e o escritor como seus instrumentos e
veículos de fomento, com um viés sobre elementos presentes e atuantes na vida literária e
padrões de leitura do Brasil Oitocentista, reporta a Machado de Assis, sua formação literária e capacidade formativa de
leitores, tendo como escopo
levantar, catalogar, mapear, identificar, examinar, e interpretar, as
leituras e influências literárias de autores e de obras, brasileiros e
estrangeiros, na formação intelectual
de Machado , e em decorrência,também constituindo um retrato de inéditas
amplitude e abrangência,das citações, alusões, referências a obras, textos e
autores em todos seus romances, contos, poemas,teatro, traduções, crônicas,
artigos e ensaios, críticas literárias, críticas teatrais, pareceres,
prefácios, com as quais informou,formou e criou leitores no século XIX (e
continua a fazer contemporaneamente e por todos os tempos); e “Machado
de Assis e os portugueses : influências, convivências e convergências literárias e culturais” – a
reportar às relações, interações,
intertextualidades entre Machado de Assis e portugueses, nestes considerados em um viés, autores, obras e textos lusos,
cronologica e literariamente quer a ele
anteriores quer contemporâneos, que exerceram decisiva influência na formação e
vida literárias, constituíram leituras do escritor brasileiro (nos livros em
sua biblioteca pessoal e aqueles objetos de consultas regulares em acervos e
bibliotecas públicas e mesmo em livrarias), receberam citações, alusões,
menções, referências e recorrências feitas por Machado de Assis nos
romances,nos contos,nas crônicas, em artigos e ensaios,na poesia, na criação
teatral, na tradução,na crítica literária,crítica teatral, prefácios,
pareceres, correspondência; em outro viés, tanto vínculos familiares laços conjugais, quanto
personalidades lusas a ele contemporâneos, viventes no Brasil à época,que cada
qual a seus grau, modo e teor, participaram e atuaram ativamente na trajetória pessoal,literária e profissional de Machado
de Assis.</div>
<div class="MsoCommentText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond;">Os dois estudos duas obras têm em comum oferecerem
cenários e cenáculos completos das influências e orientações literárias e
bibliográficas, vale dizer autores, obras e textos, brasileiros e estrangeiros,
em Machado, decisivos para sua formação e biografia intelectual – no caso dos
portugueses absolutamente cruciais, como nenhum outro, também politicamente, socialmente
e pessoalmente, além de lingüística e literária; ambos</span><span style="font-family: Garamond;"> </span><span style="font-family: Garamond;">apresentam, de</span><span style="font-family: Garamond;"> </span><span style="font-family: Garamond;">modo inédito por sua completude, </span><i style="font-family: Garamond;">raisonnés</i><span style="font-family: Garamond;"> de todas as leituras
realizadas por Machado e todas citações,referências, alusões a autores, obras e
textos praticadas por ele em seus escritos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond;">Por
sua vez, Arthur Azevedo, que sempre despertara em mim marcante atração sob o
ponto de vista literário, propiciou-me, e tem propiciado, o desenvolvimento de
um (intensivo ) programa de pesquisa e de produção de obras focados
essencialmente na recolha e recuperação de nada menos do que 95% de suas
crônicas e cerca de 25% de seus contos, até agora inéditos em livro ou outro
meio, inclusive digital, somente publicados em periódicos de distintos
períodos, abrangentes de um leque cronológico de <st1:metricconverter productid="1872 a" w:st="on">1872 a</st1:metricconverter> 1908 : dele,
incorporei 5 contos inéditos,
originalmente em <i>O Mequetrefe</i>, 1884,
em <i>A Rua</i>, 1889,
no <i>Almanaque do Comércio</i>,
1887, na <i>Kosmos</i>, 1906, no <i>Almanaque Brasileiro Garnier</i>, 1910, no
livro <i>Contos de Arthur Azevedo : os
“efêmeros” e inéditos </i>(PUC\Loyola, 2009); e incluí um conto inédito,
“Aventuras de um adolescente.” recolhido de <i>A
Vida Moderna</i>, março 1887, incorporado ao livro e e-book que publiquei em
2012 <i>Arthur Azevedo : Cenas da comédia
humana - contos em claves temáticas</i> (Imã Editorial); 49 crônicas, nunca divulgadas,abrigadas no
livro <i>Arthur Azevedo : crônicas
(inéditas) em A Vida Moderna 1886-87</i> (ABL, 2013); 15 contos, no e-book <i>Arthur Azevedo : contos inéditos</i>, em produção (Foglio\Objetiva);
recolhi e organizei um conjunto de 20 contos
e 20 crônicas (inéditos em livro) publicados
em O Rio-Nu, 1903, jornal humorístico, sarcástico,satírico,mas também de
crítica social e política, que fazia o
maior sucesso no início do século XX no Rio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 10.0pt;"> </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZaKb4f2AANlm2f0_yAtlUPIku-W6o3nrlppLFpVokfvZB1myefFlPwZH7mMgQAHPEiVMfh3Zc7WCSfzH976kxacCqVa938eH3WplohB09rFAl9MfH4rRRH5ByQnbC9-M3Ol5k9_yKyIQ/s1600/manuscrito.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZaKb4f2AANlm2f0_yAtlUPIku-W6o3nrlppLFpVokfvZB1myefFlPwZH7mMgQAHPEiVMfh3Zc7WCSfzH976kxacCqVa938eH3WplohB09rFAl9MfH4rRRH5ByQnbC9-M3Ol5k9_yKyIQ/s1600/manuscrito.jpg" /></a></div>
<span style="font-family: Garamond;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond;">Na
verdade, o vasculhar e garimpar permanentes, sistematizados, concatenados,
consistentes, em periódicos
coaduna-se com a própria conceituação do periódico como
veículo de registro e até intervenção nos fatos,episódios e processos de seu
tempo, e sua relevância como fonte inesgotável
para estudos de história,literatura,artes, cultura, política,
sociologia, etc.: nos estudos literários, especificamente, são cada vez mais
recorrentes para efeito de investigação
e pesquisa , pesquisadores e estudiosos de literatura debruçando-se crescente e
intensamente sobre esses verdadeiros mananciais de informações , muitos até
inexplorados, para constituir ou reconstituir a história literária.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond;">Em
suma, constituintes, desde sempre, do cenáculo basilar de meus estudos e
atuação literários, periódicos - e a consulta, investigação, pesquisas neles
- permanentemente pautaram\pautam,
pontuaram\ pontuam, permearam\permeiam, impulsionaram\impulsionam minhas idealizações,
projetos e realizações em literatura brasileira.<o:p></o:p></span></div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-70848891719365189292015-03-07T13:54:00.001-08:002015-03-07T13:54:50.876-08:00Quem tem medo da literatura feminina / feminista ? <div class="MsoNormal">
<b><span style="color: magenta;"><span style="font-family: 'Monotype Corsiva';">não apenas </span><span style="font-family: 'Monotype Corsiva';">pelo 8 de março , mas todos os dias de todos os anos!</span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond;"><b><span style="color: magenta;"> _________________</span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">Preconizada por Virginia Woolf, na década de 1930
[Virginia, irônica e realista, em conferência para jovens universitárias
inglesas no Giron College, estabelecia as condições mínimas para que as
mulheres atravessassem a fronteira física e psíquica da criação literária, ao
declarar : “tendo um quarto para si e renda própria” -- ditames abrigados no
livro <i>A Room of</i> <i>One’s Own (Um quarto todo seu.) </i>], defendida pelas feministas européias de 1970, uma ‘escrita feminina’
ganhou corpo (e forma) na literatura . <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">Mulheres escritoras (ficcionais e não-ficcionais) passaram
a ter – ou adquiriram, por ‘méritos próprios de qualidade e personalidade -- voz própria, estilo próprio, linguagem
própria, temática própria, longe de “simplesmente reproduzirem modelos
falocêntricos, caracterizados por racionalismos e pragmatismos” acentua a ensaísta Luce Irigaray: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">Qual seria afinal
uma ‘linguagem feminina’, como se expressa
um discurso essencialmente
‘feminino’? existe afinal uma voz
especificamente feminina ?<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">Apesar das (para alguns, incontornáveis) dificuldades
para uma definição precisa, entendo -- e
sustento, convicto -- existir uma linguagem literária feminina com elementos,
valores e vetores próprios, nitidamente percebidos na prosa ficcional, na
poesia e no teatro, e que só fazem
acrescentar e enriquecer a Literatura (e a Cultura, em geral) – linguagem marcada
pela subjetividade, por uma escrita mais sensorial e sensível, mais poética,
lírica , uma escritura com ‘o corpo e a alma’. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">Na ficção feminina, o (originariamente ditado pelos
cânones românticos) amor -- condimentado pelo erotismo, por vezes intenso --
deixa de ser tema absoluto para ceder espaço a sondagens existenciais, e até ao
questionamento político e filosófico. Tudo isso traduzido e materializado em
experiências formais e estilísticas : fragmentação narrativa, o ritmo
‘labiríntico’ no lugar da estrutura
linear, intertextualidade, tendência a impregnar a escrita com elementos
de oralidade, foco narrativo
múltiplo, intenso fluxo-de-consciência..
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">Certamente pode-se encontrar desses elementos na
denominada ‘literatura masculina’– e efetivamente encontra-se: como negar serem
essencialmente ‘femininas’ a linguagem literária, o estilo, a escrita de Marcel
Proust, de Flaubert, de Balzac, ou muitas passagens de Tolstoi, e mesmo de
Shakespeare, para citar gigantes da literatura universal – o que,de algum modo,
desmistificaria esse tipo de distinção acentuada, da qual, enfatizo, não sou
partidário. Gratifica-me bastante acentuar que a escrita feminina, marcante
como é, ostenta suas características próprias, peculiares, plena de,digamos,
‘personalidade literária’, assim como a possui,em sua devida proporção, a
‘literatura</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">masculina’. </span><i style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;"> </i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">E no que enfatizo as
concretas existência e expressão de uma literatura feminina,vis a vis com uma ‘literatura masculina’ [sic -- longe muito longe de ratificar, conforme
certas críticas de contingentes assumidamente feministas, uma indesejável,digna
de repúdio, “divisão de sexos”-- ao
contrário justamente confiroe identidade própria e plena personalidade às
linguagem,escrita e estilo praticados literariamente pela mulher. <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">A meu juízo, valorizo-as, enalteço-as, dignifico-as.<o:p></o:p></span></i></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<i><span style="font-family: "Monotype Corsiva"; font-size: 11.0pt;">
MR<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">. </span></i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">_______________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"> </span></b><b><span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">uma escrita feminina brasileira, sim</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Muitos constataram — e
comprovaram — a influência negativa da literatura em relação à posição da
mulher na sociedade, "os literatos, romancistas e poetas explorando a
concuspicência, a imoralidade e a luxúria que chamam amor; e naturalmente como
nas relações entre senhor e escrava só pode haver obscenidade, os homens de
talento produziram montanhas de livros onde a patologia mundana do amor é
rebuscada ao mais íntimo e profundo limite." Com o tempo e a evolução dos
conceitos sociais, almejada uma efetiva
mudança na sociedade, tornou-se imperativo repensar a condição feminina,
enxergando a mulher, não como um complemento da família, mas como importante
agente de mudanças pela função que exerce na sociedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">No Brasil, o surgimento de
mulheres escritoras ocorre principalmente a partir do século XIX, no contexto
da crescente importância da imprensa e do início de movimentos em prol dos
direitos das mulheres. Quando as questões relativas à emancipação feminina
começaram a aparecer na imprensa, as mulheres se organizavam associativamente e
passaram a reivindicar maior participação na sociedade <st1:personname productid="em mudana. Ocorreram" w:st="on">em mudança. Ocorreram</st1:personname>
então os primeiros movimentos organizados tendo como principal objetivo a
melhoria das condições de vida da mulher — desde que orientada pela ótica
masculina.</span><span style="font-family: Garamond;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">[afinal, na constituição da
família brasileira sempre imperou o <i>pater
familias</i>, ou seja, o poder nas mãos
do homem, responsável não só por seus escravos e agregados como também por sua
mulher, filhos e netos — a família patriarcal como a célula mais importante da
formação da sociedade; este poder social do homem advinha do direito
consuetudinário e as próprias leis brasileiras asseguravam-lhe autoridade : os
direitos civis no Brasil, basicamente, até 1890, eram uma extensão dos de
Portugal, isto é, eram regidos pelas Ordenações Filipinas — o primeiro Código
Civil Brasileiro só vigorou a partir de 1917. Na família monogâmica, criada
para preservar o poderio econômico dentro de um mesmo grupo sangüíneo,
exigia-se que a sexualidade feminina fosse rigorosamente controlada, pois era a
única forma de que o homem dispunha para assegurar a paternidade e a herança
familiar. ]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">O que não impediu, porem, a
formação de uma linhagem de mulheres militantes dentro da literatura (como
personagens ou como autoras) e da sociedade (na militância política, por meio
sobretudo do veículo jornalístico) que desenvolveram trabalho emancipatório
preparador das condições que propiciariam, no século XX, a implementação e
solidificação de um movimento que se</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">
</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">poderia chamar de estética feminista.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">Na literatura brasileira,
considera-se o romance </span><i style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">Úrsula </i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">(1859),
da maranhense Maria Firmina dos Reis, a primeira narrativa de autoria feminina.
O romance reduplica os valores patriarcais, construindo um universo onde a
donzela frágil e desvalida é disputada pelo bom mocinho e pelo vilão da
história. Contrariando os finais felizes, a narrativa termina com a morte da
protagonista, vítima da sanha do cruel perseguidor.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">No entanto, de modo geral
a escrita praticada por mulheres esteve
ausente dos anos decisivos para a formação da literatura brasileira durante o
século XIX , na vigência do Romantismo – o que soa algo inusitado, porquanto
justamente a mulher como leitora foi o grande,crucial, basilar
elemento,primeiro pela</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">
prática de leitura no país, responsável pela existência e proliferação de
escritores e da própria literatura
brasileira</span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt;">. Se não totalmente ausente do mercado, restrita a
colaborações em periódicos de vida curta ou de público definido pela circulação
no espaço doméstico (o que, de resto, significa em meados dos 1800 uma confirmação antecessora
à interpretação de Virgina Woolf,
da década de 1930).. As primeiras manifestações de escrita feminina levadas
oficial e intensamente ao público externo vieram no final do século XIX, já na
‘vigência’ do Realismo na literatura brasileira [paradoxal ? seria o
Romantismo ‘mais apropriado’ para a
expressão da <i>écriture féminine</i>?,
reflito...]</span></div>
<div class="MsoBodyText">
<span style="font-family: Garamond;">Loas, todas as loas,
portanto, para as pioneirissimas</span><span style="font-family: Garamond;"> </span><span style="font-family: Garamond;">Rita
Joana de Souza, Ângela do Amaral Rangel, Barbara Heliodora, Maria Josefa
Barreto, Beatriz Francisca de Assis Brandão, Maria Clemência Silveira, Delfina
Benigna da Cunha, Ildefonsa Laura Cesar, Ana Euridice de Barandas, Nisia
Floresta, Violante de Bivar e Velasco, Alta de Souza, Clarinda da Costa
Siqueira, Joana Paula de Noronha, Ana Luisa de Azevedo Castro, Maria Firmina
dos Reis, Adelia Fonseca, Maria Benedita de Oliveira Barbosa (Zaira Americana),
Maria Angélica Ribeiro, Isabel Gondim, Maria do Carmo de Melo Rego, Rita Barém
de Melo, Joaquina Meneses de Lacerda, Ana Ribeiro, Julia da Costa, Amália
Figueiroa, Luciana de Abreu, Serafina Rosa Pontes, Adelina Vieira, Josefina
Álvares de Azevedo, Carmem Dolores, Narcisa Amália, Gabriela de Andrada, Maria
Benedita Bormann, Inês Sabino, Anália Franco, Delminda Silveira, Adelaide de
Castro Guimarães, Honorata</span><span style="font-family: Garamond;"> </span><span style="font-family: Garamond;">Carneiro de
Mendonça, Carmen Freire, Emilia Freitas, Vitalina de Camargo Queirós, Ana Facó,
Francisca Izidora da Rocha, Maria Carolina Corcoroca de Souza, Ana Autran,
Corina Coaraci, Luísa Leonardo, Alexandrina Couto dos Santos, Ana Aurora do
Amaral Lisboa, Revocata Heliosa de Melo, Anna Alexandrina Cavalcanti de
Albuquerque. Até entrarmos o século XX com Júlia Lopes de Almeida, chegar a
Gilka Machado e Maria</span><b style="font-family: Garamond;"> </b><span style="font-family: Garamond;">Lacerda de
Moura.</span><b style="font-family: Garamond;"> </b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">[ sob o terrível risco de não
elencar aqui todas as escritoras de hoje, o que seria praticamente impossível,contemporaneamente
a escrita feminina brasileira encontra
expoentes, entre outras, em: Clarice Lispector, Cecilia Meireles, Maria
Alice Barroso, Maria Helena Cardoso,Rachel de Queiroz, Lygia Fagundes Teles,
Nélida Piñon, Sonia Coutinho, Ana Cristina César ,Hilda Hist, Adélia Prado, Lya
Luft,Zelia Gattai, Ana Miranda, Marina Colasanti, Lygia Bojunga Nunes, Nilma
Gonçalves Lacerda, Maria Adelaide Amaral, Luzilá Gonçalves Ferreira, Myriam
Campelo. E entre as mais novas, Heloisa Seixas, Patricia Melo, Fernanda Young ;
e nas novissimas, Carmen Oliveira, Adriana Lisboa, Maria Conceição Góes, Clarah
Averbuck, Cíntia Moscovich , Leticia Wierzchowski. O ensaísmo abriga Flora
Sussekind, Heloisa Buarque de Holanda, Leyla Perrone-Moisés, Walnice Nogueira
Galvão, Lucia Abreu, Regina Zilbermann, Nelly Novaes Coelho, Marisa Lajolo,
Marilena Chuaí, Marilene Felinto, Eliane Vasconcelos, Beatriz Resende. </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">E outras e outras e outras,
muitas outras...]<b> <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoBodyText">
<br /></div>
<div class="MsoBodyText">
<i><span style="font-family: Garamond; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><b>Os homens e as mulheres</b></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Naquele século XIX e na primeira quadra do século XX,
no entanto, não foram apenas elas que escreveram ‘sobre elas ou para elas’:
quatro escritores-homens se destacaram
por voltar-se, em graus e enfoques diferentes, para as mulheres.: Joaquim
Manuel de Macedo descreveu-a e tratou-a como “donzela de irrepreensíveis
pendores” em especial <st1:personname productid="em A Moreninha" w:st="on">em <i>A Moreninha</i></st1:personname> e em
inúmeros contos. <b> </b>José de Alencar traçou o mais completo
retrato da mulher ‘urbana’ da corte, no Brasil pós-Independência, no auge do
romantismo, notadamente na trilogia <i>Senhora,</i> <i>Diva</i> e <i>Lucíola,</i> além de
nas novelas <i>Cinco minutos </i>e<i>
</i> <i>A
viuvinha ,e nos romances A</i> <i>pata da gazela, Sonhos d'ouro, Encarnação. </i> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Há de se destacar, porém, Lima
Barreto: debruçou-se como ninguém sobre a mulher ‘republicana’ : primeiro na
década de 1910, ao desenvolver o “tema de Carmen” , uma série de artigos e
crônicas em jornais e revistas nas quais a propósito de crimes ou
julgamentos, ataca os homens “que se
atribuem direitos sobre a vida das mulheres”, denunciando crimes de uxoricídio,
nos quais homens matavam “mulheres infiéis”— e pior eram absolvidos nos
julgamentos por “legítima defesa da honra”; e ao longo de toda sua produção
croniquesca em jornais e revistas tratar de questões como movimento feminino,
voto feminino, direitos femininos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">A rigor, Lima Barreto , que
nunca silenciou sobre seu tempo, não poderia mesmo ficar alheio à situação da mulher na
realidade social brasileira do início do século XX, época de tantas e profundas
transformações na sociedade. Retratou e a fez personagem em contos e romances, escreveu sobre a mulher em
artigos e crônicas, publicadas em jornais e revistas — sob um caráter de ambigüidade,ora a criticando, por
vezes atacando, ora a defendendo, muitas vezes enaltecendo : diz-se
“antifeminista”, põe-se abertamente contra os movimentos feministas, mas
defende a necessidade de instrução para a mulher ; repele o ingresso da mulher
no serviço público (“... <i>rendosos cargos
para as mulheres das classes sociais mais favorecidas : e as reivindicações das
operárias ?...”),</i> mas defende o divórcio ; imbuído da moral do seu tempo,
retrata a mulher pela ótica comum, Lima
destila sua ácida ironia crítica sobre a
mulher ,mas denuncia sua “absurda” situação de dependência aos homens . Longe,
muito longe da falsa, equivocada acusação de
misoginia, posicionado na realidade contra o movimento feminista
brasileiro — o que ele denominava “feminismo bastardo, burocrata”— não contra
as mulheres,e sim como ojeriza aos signos do progresso republicano, Lima
Barreto sempre dá à mulher espaço significativo em sua obra ficcional e
não-ficcional : nos romances, contos, artigos e crônicas, apontamentos e notas,
comenta a situação da mulher perante o casamento; a viuvez; as oportunidades
educacionais e profissionais; a moral que lhe é imposta pelo duplo valor; a
desigualdade de julgamento do adultério masculino e do feminino; o mundo da
prostituição e o início do movimento feminista no Brasil — e sobretudo defende
intransigentemente a mulher “que são “como todos nós, sujeitas, às influências
várias que fazem flutuar as suas inclinações, as suas amizades, os seus gostos,
os seus amores". Uma ambigüidade implícita e explícita em seus artigos não
permeia o retrato da mulher elaborado em seus romances, novelas e contos, em
que elas têm sempre atitude e
comportamento progressista, são superiores aos maridos (exemplos de Olga e
Edgarda em <i>Triste fim de Policarpo Quaresma</i>; Clara e Castorina em <i>Clara
dos Anjos</i>; Efigênia em <i>O cemitério dos vivos</i>; Cecília de <i>Diário
íntimo</i> , Cló, Adélia, Lívia em <i>Histórias e sonhos</i>; muitas outras em
contos, etc) .<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="margin-left: 6.0pt;">
<span style="font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText">
<span style="font-family: Garamond;">Porém, nenhum escritor
brasileiro do período ‘edificou’ tanto a mulher como personagem capital e <i>leitmotiv</i> básico de seus textos como
Machado de Assis. Ele escrevia sobre
mulheres e para mulheres. Amores e frustações femininos eram temas constantes,
sempre presentes o ciúme, o adultério, a prostituição, e as personagens
femininas ocupam lugar privilegiado, lugar de destaque em todos os romances e
na maioria dos contos.E mais :Machado sempre escreveu para periódicos cujo
público era predominantemente feminino, primeiro no <i>Jornal das Famílias</i> ,depois em <i>A
Estação.</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Nas entrelinhas de seus contos,
romances, e também de suas crônicas, Machado sempre chamou atenção para as
necessidades e os direitos da vida afetivo-sexual de suas leitoras: argumentava
que a mulher devia receber instrução e não ficar confinada à vida doméstica,
tendo direito ao amor e à liberdade -- daí, seus temas mais constantes: o ciúme
e o adultério. Machado trouxe à luz a questão da sexualidade feminina ,a
exemplo de Flaubert, Balzac, Eça, e mais tarde Freud . [aliás, como Roberto Schwarz
diz , “Machado é um autor que em 1880 está dizendo coisas que Freud diria 25
anos depois” -- nos romances, principalmente da ‘segunda fase’, Machado capta
de forma aguda, <i>a la Freud</i>, as
sutilezas do ‘discurso do desejo inconsciente’,
descreve conflitos e enfatiza o inconsciente, sua obra como o principal
elemento/vetor de pontos de interseção entre a literatura e a psicanálise ; a
percepção acentuada do funcionamento do psiquismo humano na verdade vem desde
as primeiras obras.]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText">
<span style="font-family: Garamond;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">Na maioria dos romances, a
mulher é o elemento forte, põe o homem dependente, é também o esteio, a base da
relação. Há matriarcas que dominam e comandam propriedades e a família, a
figura masculina sendo até desnecessária; é </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">comum no romance machadiano, que retrata a
sociedade de seu tempo, mulheres fortes, viúvas que não mais casam, como em </span><i style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">Iaiá Garcia</i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">, </span><i style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">Dom Casmurro</i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">, </span><i style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">Casa Velha</i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">,
</span><i style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;">Memorial de Aires.</i><span style="font-family: Garamond; font-size: 12pt; text-align: justify;"> Em toda sua obra,
Machado enfatizou o personagem feminino: mesmo em sua primeira fase, Livia,
Guiomar, Helena, Iaiá Garcia, Lalau já dominavam; na segunda fase, as mulheres --
Marcela, Virgília, Sofia, Capitu, Fidélia, Carmo --são personagens de grande
densidade psicológica</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-size: 10.0pt;">Para muitos estudiosos, Machado
era mesmo ‘feminista’ (eu, particularmente, não chego a tanto...)-- e a cada
leitura de seus contos, romances e
crônicas nos damos conta da sutileza e da abrangência desse 'feminismo'..</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnnFcYg887DY3bIOD48NYKM7kQwwcrBjDls99cSOfAsdxp20p7jqNaksnf0226zIm1vwnbJle5qVMeBk4Q7lsotyL_ECUKFuTTAwa2g9eonrK7LnYxAmUqNwF9q64oONpFjb6Wz7vzdd4/s1600/Dama_do_Livro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnnFcYg887DY3bIOD48NYKM7kQwwcrBjDls99cSOfAsdxp20p7jqNaksnf0226zIm1vwnbJle5qVMeBk4Q7lsotyL_ECUKFuTTAwa2g9eonrK7LnYxAmUqNwF9q64oONpFjb6Wz7vzdd4/s1600/Dama_do_Livro.jpg" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaCxheN8Zg2hul4b3uI4TfoGtcnPpFRPDrEi4jQdEBzfI6qH4rrTvtewc9g6CRaKeyvj4qHLkm8pq2XG7c3jSKJz-oBboSIoEzE99HPOFbej17b5EQlssy0eO-sBmB0vjpnbKrWobBt8s/s1600/leitor+I.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaCxheN8Zg2hul4b3uI4TfoGtcnPpFRPDrEi4jQdEBzfI6qH4rrTvtewc9g6CRaKeyvj4qHLkm8pq2XG7c3jSKJz-oBboSIoEzE99HPOFbej17b5EQlssy0eO-sBmB0vjpnbKrWobBt8s/s1600/leitor+I.jpg" /></a></div>
.<o:p></o:p><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-36605593105446807422015-01-30T07:05:00.000-08:002015-01-30T07:05:44.769-08:00 Machado de Assis e os portugueses nos periódicos oitocentistas <h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: #fff3db; color: #1b0431; font-family: Georgia, 'Times New Roman', sans-serif; font-size: 18.2000007629395px; font-weight: normal; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="color: #29303b; font-size: 13px;">na 2a. Semana de Realizações do projeto "O Real em revista", no Real Gabinete Português de Leitura, Rio de Janeiro,de 26 a 28.01 , com a presença e atuação de pesquisadores -- evento dentro do notável trabalho de digitalização e incorporação de periódicos dos séculos XVIII, XIX e XX nos acervos do RGPL -- discorri acerca de "Machado de Assis e os portugueses nos periódicos oitocentistas do Rio de Janeiro ", um dos temas capitais de meus estudos literários .</span></h3>
<div class="post-body entry-content" id="post-body-7975041154198226597" itemprop="description articleBody" style="background-color: #fff3db; color: #29303b; font-family: Georgia, 'Times New Roman', sans-serif; font-size: 13px;">
<i style="background-color: transparent; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="background-color: transparent; font-size: 11pt; text-align: justify;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><b style="text-align: right;"><i><span style="color: blue;">artigo</span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i><span style="font-size: 14.0pt;">Machado
de Assis e os portugueses : influências,
relações; atuação e convívio </span></i></b><b><span style="font-size: 14.0pt;"> <i>nos periódicos</i></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">Dentro
e na órbita dos estudos machadianos a que me dedico e desenvolvo, as</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">relações e</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">
</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">interações entre Machado de Assis e os portugueses </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcwGbNQcfp4xCd9rG_OyA3DYsB7K_S4P5Cx1juJZjcGANIPZeS8qtP7ftTWh9P7H0FdcxIZVoJBsZml7iy5HhKW9mwX_17ZawITsOoR29g3StZ8qijtm0QmWpq6SC6DVehAqrfyIiI_PA/s1600/O+Parahyba+18590217+-+completo.tif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcwGbNQcfp4xCd9rG_OyA3DYsB7K_S4P5Cx1juJZjcGANIPZeS8qtP7ftTWh9P7H0FdcxIZVoJBsZml7iy5HhKW9mwX_17ZawITsOoR29g3StZ8qijtm0QmWpq6SC6DVehAqrfyIiI_PA/s1600/O+Parahyba+18590217+-+completo.tif" height="320" width="226" /></a></div>
<span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">adquiriram relevância ímpar, no que se refere às influências e
orientações literárias e bibliográficas, nacionais e estrangeiras (nestas, a
abrigar, a par dos portugueses, os franceses, os ingleses, os alemães, os
gregos, os latinos, espanhóis e italianos – a oferecer subsídios valiosos para
os estudos de Literatura Comparada) na formação intelectual</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">de Machado, face a extrema, crucial
importância destes quer na vida pessoal quer</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">
</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">na construção da obra do escritor brasileiro; e mais : no embasamento e
no engajamento político, na fundamentação de seu pensamento ideológico – este,
na verdade, um aspecto pouquíssimo notado e conhecido e raramente estudado.</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Convém aqui esclarecer o quanto de
significância para um ‘desenho’ de marcantes influências literárias,
intelectuais e culturais quer para a
formação do escritor quer para efeito de seu contributo à formação de
seu leitor (e,vale deduzir e induzir, para o leitorado brasileiro do século XIX
) – <i>per se</i> objeto e <i>leitmotiv</i> de um amplo, abrangente
trabalho, de características e elementos quase inéditos, inclusive formalizado
em estudo especial e livro a ser editado sob o título significativo de “A
formação intelectual de Machado de Assis : fontes para biografia intelectual” --
detêm as leituras, fosse nos livros de
sua posse mantidos na biblioteca pessoal fosse nas consultas realizadas por ele
em bibliotecas públicas e particulares,em gabinetes de leitura – mormente no
Real Gabinete Português de Leitura – em entidades e instituições, bem como as
citações e referências expressas em seus escritos. Os acurados, metódicos,
rigorosos levantamento e mapeamento desses elementos tornam-se obrigatórios para
constituição informativa e reflexiva de cenários e vetores das orientações estrangeiras, bem como das
influências brasileiras, em Machado de
Assis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Notório fato: não obstante a preponderância
dos franceses nesse cenário de influências estrangeiras, os portugueses -- por
seus autores e obras lidos e consultados por Machado, naqueles que com ele
conviveram no Rio de Janeiro, naqueles intensamente citados, referenciados em
sua obra -- foram absolutamente decisivos na vida, quer pessoal, social e
conjugal, quer intelectual, em suas formação e constituição literárias e em sua
obra, ficcional e não-ficcional, na edificação de sua linguagem, escrita e
estilo narrativo,até mesmo no embasamento político-ideológico-filosófico de
Machado de Assis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i>relações, vínculos, convívio <o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A solidez e a característica
genuína dos vínculos machadianos com os portugueses são nitidamente expressas
por elementos que se estendem de sua
própria origem familiar aos fortes e intensos laços de amizade com lusitanos
então residentes no Rio de Janeiro, de seu casamento às leituras que lhe acompanharam por toda a vida
,fosse nos acervos públicos por ele regularmente freqüentados fosse nos livros
em sua biblioteca pessoal, de sua formação literária e cultural às inúmeras (e
significativas) citações,alusões, referências e recorrências a autores e obras
lusitanos em sua ficção e não-ficção.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No âmbito de seus vínculos
familiares e conjugais, emerge a constatação do quanto mulheres de origem
portuguesa constituíram-se não apenas em objeto de especial afeto por parte de
Machado – até porque exerceram marcante papel em diversos momentos de sua vida
-- mas sobremodo contribuíram para a
construção de sua linguagem, no que tange a prosódia, sintaxe, léxico e semântica, o que por extensão
incorporou-se à própria linguagem
literária machadiana.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sob outro viés, vale a pena
considerar que, em parte decorrente de desses originários vínculos
familiares, ao mesmo tempo guiado por um
vetor sob o escopo maior de sua iniciação no embasamento literário-cultural,
Machado desde cedo passou a conhecer autores e obras lusitanos, especialmente
os clássicos da língua. Jovem, de parcos recursos financeiros, valeu-se na
freqüência regular, contumaz a bibliotecas públicas e privadas, e de um acurado
autodidatismo em suas leituras de formação, realizadas mormente no Real
Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro (o preponderante), também no Liceu Literário Português, na
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, no Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com o tempo, foi formando
gradativamente – e consistentemente – sua biblioteca pessoal, na qual se não
majoritários em quantidade autores e obras portugueses se fizeram notar por
parâmetros de alta representatividade literário-bibliográfica.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No extenso painel de seus
interesses literários e suas leituras, Machado de Assis constituiu-se , <i>per se</i>, em elo decisivo de contato entre as culturas brasileira e
portuguesa na segunda metade do séc. XIX : os
vínculos familiares de origem, bem como os de eleição afetiva e de
interesse intelectual que manteve ao longo da vida com membros da colônia
portuguesa radicados no Rio de Janeiro,
faziam o escritor circular dentro de um ambiente luso-brasileiro,de marcantes ecos em seus próprios escritos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É extenso, como extremamente
significativo, o elenco de fraternas amizades cultivadas, desde sua juventude,
com escritores portugueses recém transferidos para o Rio de Janeiro (estima-se
que em 1852, por exemplo, viviam cerca
de 30 mil na cidade), atraídos pelo ambiente acolhedor e de alta efervescência cultural, mas também de
cunho filosófico-ideológico, aqui criado desde 1837 por aqueles que,
afastando-se do levante do Porto, inclusive fundaram o Real Gabinete Português
de Leitura. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pelos anos 1850 encontravam-se
radicados no Rio de Janeiro literatos como Francisco Gonçalves Braga, Augusto
Emílio Zaluar, Carlos Augusto de Sá, Faustino Xavier de Novais, Francisco Ramos
Paz, Ernesto Cybrão, Reinaldo Carlos Montoro, Manuel de Melo, Pedro A. Garção.
Todos de alguma influência nas rodas literárias e nos ambientes letrados da
capital brasileira.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Desse elenco, destaque absoluto –
pelas decisivas, preponderantes influências em Machado – a Zaluar e Xavier de
Novais.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Todos esses autores encontram-se
de alguma forma presentes nos escritos de Machado, atestando estreita
interlocução literária – que, de resto, atesta o clamoroso fato de que nenhum
escritor ou literato brasileiro, à época, aproximou-se e identificou-se de tal forma,e
essência, como Machado de Assis junto aos portugueses.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com efeito, foi exatamente por
conta da fértil, profícua, intensa
convivência física com esses que Machado tinha como “amigos fraternos”
que se realça e enfatiza – como se asseverou
anteriormente – a importância crucial dos portugueses muito maior do que a dos
franceses,ingleses, só para citar dois exemplos de preponderantes influências
em Machado</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Relacionamentos, convivências e
atividades intelectuais em comum exercidos e praticados em torno, primeiramente
– ainda que em escala incipiente – da Sociedade Petalógica (criada e
incentivada por Paula Brito),em 1854-55,
na qual estavam Braga,Zaluar e Garção;
em seguida no escritório de Caetano Filgueiras -- que escreveria o famoso
prefácio à 1ª. edição da coletânea poética <i>Crisálidas</i>,
de Machado -- onde inclusive constituiu-se o denominado “Grupo dos Cinco”,
composto de Filgueiras, Braga,.os brasileiros Casimiro de Abreu --que vivera
bom tempo em Lisboa - Cândido Macedo Junior,e Machado, em 1857; depois, um novo grupo,unidos por traços
ideológicos comuns,de elementos democráticos e liberais, a fornecerem o
fermento para uma nova postura política de Machado (que a sustentaria daí por diante, ao longo do
tempo) – tendo como figura central o
proscrito francês Charles Ribeyrolles, e onde estreitou seu relacionamento com
Augusto Emilio Zaluar, Reinaldo Carlos Montoro,Francisco Ramos Paz, Remigio de
Sena Pereira (estes três iriam traduzir, ao lado de Machado e Manuel Antonio de
Almeida, a obra de Ribeyrolles, sob supervisão e acompanhamento deste, <i>Le Brèsil Pittoresque</i>)-- todos mais
tarde participantes e atuantes, com
Machado, no (importantíssimo) jornal <i>O Parahyba</i>, de Petrópolis, e no <i>Correio Mercantil</i> </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas também exercidos, os
relacionamentos e convivências, nos saraus literários; nas reuniões no Grêmio
Literário Português, no Retiro Literário Português (uma dissidência do Grêmio),
na Arcádia Fluminense (onde, em 1864, Machado apresentou sua peça “Os deuses de
casaca”); e ao ensejo de dois eventos bastante
significativos : o centenário (aliás, mais comemorado no Brasil que em
Portugal) de nascimento de Bocage, em
1865, e o tricentenário de nascimento de Camões, 1880, iniciativa do Gabinete
Português de Leitura (acontecimento inclusive de intensa participação popular
no Rio de Janeiro) – quando Machado apresentou a peça,escrita especialmente
para a ocasião, “Tu,só tu puro amor”</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i>-- nos periódicos oitocentistas<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sobretudo e sobremodo a intensa e
decisiva convivência de Machado com os literatos portugueses deu-se e
dinamizou-se nos jornais oitocentistas nos quais atuavam e colaboravam, sob distintos graus de
regularidade. Assim : </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* <i>Marmota Fluminense</i>- sob essa denominação de 1855 a 1857, quando
passou a <i>A Marmota</i> -- em 1855-56 (que
publicava transcrições de obras portuguesas, como “Folhas caídas”, de
Garret,poemas de João de Lemos e Antonio Dinis, e outros); </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* <i>Correio Mercantil</i>,.1858-59, no qual
Machado conheceu Faustino Xavier de Novais, e publicou,entre outros
textos, o artigo “O Jornal e o Livro”, marco
de um posicionamento dialético-político machadiano, cuja (escreveu ele) “idéia
pertenceu ao sr. Reinaldo Carlos [Montoro]” –
artigo contendo trecho de
manifestação de clara adesão aos
princípios democratas e republicanos<span class="MsoFootnoteReference">;<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></a></span>
; </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* <i>O Parahyba</i>, de Petrópolis, 1858-59 (jornal progressista, avançado
para seu tempo, de relevância ímpar na história jornalística,editorial e
literária brasileiras – até aqui não devidamente estudado<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>
), criado por Zaluar, editorialista e seu redator-chefe,e contando com Carlos
Montoro, Ramos Paz e Machado ; </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* <i>Diário do Rio de Janeiro</i>, 1861-62 – nele (com Machado), Ramos Paz e Sena Pereira; </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* <i>O Futuro</i>, 1862-63, criado e dirigido por Faustino Xavier de Novais,
contando com Zaluar, Braga, Sena Pereira, Carlos Montoro, Cybrão, Ramos Paz,
Manuel de Melo; o primeiro – e
pode-se dizer principal, se não único -- jornal explicita e essencialmente
luso-brasileiro, de resto expresso formalmente no texto de editorial de seu 1º.número, a 15.09.1862, e que inclusive abrigou crônicas machadianas de
teor político (e de outros timbres)</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A rigor, o período de cerca de oito anos na vida de
Machado, desde meados da década de 1850,
marcado por atuações nesses periódicos, em todos eles ‘cercado’ de
portugueses, constitui-se de suma relevância – não só cultural, também e especialmente filosófica e
mesmo ideologicamente -- na construção do pensamento, idéias, opiniões,
comentários, criação, produção e manifestações literárias do escritor, sob um
processo decisivo de assunção de personalidade e independência de pensamento
não submisso a doutrinas e dogmas. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Machado, formado
bibliograficamente por muitos portugueses, em leituras e consultas desde o
início, e convivente dia a dia com literatos lusos, chegava aos 24 anos (1863), lido, respeitado, requisitado,
apreciado, extremamente dedicado a difundir e propagar sua obra literária, à
época já composta de crônicas, poemas,contos,peças teatrais, crítica teatral e
literária, um literato bastante respeitado,requisitado, apreciado,
‘amadurecido’ e em evolução.</div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 144.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><i><span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">os portugueses formadores do Machado escritor <o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Primeiramente,
por meio dos autores e obras clássicos, quer
antigos e canônicos quer contemporâneos a ele, dos quais foi Machado um
persistente leitor, entre aqueles
armazenados em sua biblioteca e aqueles consultados, uns regularmente
outros especifica e episodicamente, nos acervos públicos e privados que
freqüentava. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Às
intensas e perenes leituras e consultas nas bibliotecas e acervos
bibliográficos e à estreita e criativa convivência com literatos lusos
estabelecidos no Rio de Janeiro, acoplam-se, por sua extrema significância no
retrato dessas relações, as profusas
citações e recorrências aos portugueses em toda a obra machadiana
(devidamente mapeadas e formalizadas em <i>raisonnés<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="font-size: 11pt;">[3]</span></b></span><!--[endif]--></span></a></i>)
– o que, torno a enfatizar, identificam os teores,graus e influências de
autores,obras e textos lusos em sua
genealogia literária concomitantemente apontam para vetores na constituição,hábitos,gostos e perfis de
leitores a sua época<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
vale dizer serem vistas como fontes de
informação e conhecimento dessas referências autorais e bibliográficas a seus
leitores, por extensão ao leitor brasileiro de seu tempo : no que registra e
faz aparecer em seus textos, Machado os ‘apresenta’ e transmite aos que o lêem.
Há um claro, relevante processo de ‘transferência’ e transmissão de
conhecimento literário, bibliográfico,cultural, histórico, político, etc, de
insofismável formação cognitiva e de modulação de padrões de leitura da época. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Neste
particular, quais autores portugueses, a par de exercerem marcante influência
em sua formação literária, Machado de
Assis informou e difundiu junto a seus leitores ? hegemônico foi Luis de Camões (quem, de resto, pode-se
considerar, no cômputo geral das menções e referências de Machado, somente
superado por Shakespeare) -- e <i>Os Lusíadas</i>, a obra mais citada por Machado depois da <i>Bíblia</i> ; e mais Almeida Garret,
Alexandre Herculano,Bocage, Antonio F. de Castilho, Antonio .Dinis da Cruz e
Silva, Nicolau Tolentino. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">O
papel e influências de poetas
portugueses na formação de Machado de
Assis, inserido de resto na própria tradição poética luso-brasileira da época,
têm exemplos cristalinos em Camões,Garret e Castilho, que marcaram forte e intensamente a poética
machadiana, bem como um daqueles conviventes no Rio de Janeiro, Francisco
Gonçalves Braga , a quem Machado designou como “meu primeiro mestre”. A se
destacar também as influências significativas de Alexandre Herculano – ao lado
de Garret, considerado por Machado como modelo na prosa -- e João de Barros na
constituição de seu conhecimento histórico. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Almeida
Garret, mister enfatizar, a par da acentuada influência temática e estilística
na poética machadiana, teve seu “Bosquejo da História da Poesia e Língua
Portuguesa”, de 1827, estudo fundamental para a história da literatura no
Brasil, a apontar caminhos da emancipação literária – o que viria a se
constituir na égide do movimento deflagrado na década de 1830 por Gonçalves de
Magalhães e José de Alencar, em prol de um “nacionalismo literário brasileiro”
– como forte inspiração para as
reflexões de Machado acerca da literatura<u> </u>brasileira, expressas nos
ensaios “O passado, o presente e o futuro da literatura brasileira”(1858),
“Instinto de nacionalidade”(1873) e “A nova geração”(1879), e sua obra <i>Viagens da minha terra</i> como uma das
peças que moldaram,no teor da sátira menipéica-luciânica (ao lado das obras de
Sterne,Diderot e Xavier de Maistre), a
célebre inflexão machadiana no início da década de 1880. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">A
se arrolar ainda Camilo Castelo Branco, que inspirou Machado em certos recursos
narrativos, como as digressões metaliterárias, as interferências do narrador em
diálogo com o leitor, o uso da ironia (já foram apontados elementos da
novela <i>Coração ,cabeça e estômago: uma estética da ambiguidade</i>, de Camilo,
em <i>Memórias póstumas de Brás Cubas</i>)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">E
de um português que não era escritor ou literato, Furtado Coelho, que produtor teatral propiciou a Machado , porque
as levava a cena, o incrementar de sua importantíssima atividade de tradutor<u>
</u>(que Mario de Alencar, considerando-o “um dos maiores tradutores
brasileiros”, lamentava tivesse Machado interrompido ).<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: center; text-autospace: none;">
_______________</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: center; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Por
fim, uma reflexão a respeito de questão que muito me instiga, e julgo
pertinente. Machado – como representante proeminente do movimento de
‘nacionalização literária’ brasileira -- parece ter sido o primeiro, se não o
único a se aproximar e interagir aos portugueses: não se tem referência, por
exemplo, das presença e atuação, nesse
sentido, de Gonçalves de Magalhães, José de Alencar e dos demais românticos
empenhados,no Brasil, nesse projeto (que se dava simultaneamente em Portugal,
convém frisar) de afirmação de nacionalidade literária e cultural..<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Não
existem dúvidas de quanto ambíguos, ou no mínimo reticentes, postaram-se os
românticos brasileiros com relação ao legado lingüístico e cultural dos
portugueses: mesmo tendo em conta a importância, ou necessidade, de
estabelecer, e sedimentar, traços
diferenciadores do novo país depois da independência de 1822, o curioso – e
contraditório – é que desenrolou-se um processo de obediência e
preservação dos padrões lingüísticos,sintáticos,gramaticais,léxicos portugueses
como uma espécie de atestado de qualificação cultural e ‘civilidade’ intelectual. Isto é, intentavam
os primeiros românticos brasileiros se constituírem nos agentes a afirmação
nacionalista brasileira, no âmbito cultural, sem no entanto romperem com o arcabouço lusitano... E por
outro lado sem assumirem, e praticarem, como o foi para e em Machado de Assis, lídimas, eficazes, indispensáveis relações e
interações -- que só embasaram,
consolidaram, consubstanciaram uma notável constituição intelectual.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
</span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<i> <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> <i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -18.0pt; text-align: justify; text-indent: 18.0pt;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
</span></i><span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> <i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11pt;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11pt;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
</span></i><span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11pt;">. <i> </i></span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
</span></i><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 11pt;"> Texto que oferece aos
estudiosos amplo arsenal de elementos para uma reflexão, até mesmo de cunho
‘revisionista’, acerca da (até então e,de resto, quase consensualmente tida)
índole e perfil ‘monarquista-liberal’ machadianos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“(Graças ao jornal...)
completa-se a emancipação da
inteligência e começa a dos povos.O direito da força,o direito da autoridade
bastarda consubstanciada nas individualidades dinásticas vai cair. Os reis já
não têm púrpura,envolvem-se nas constituições. As constituições <span style="font-size: 11pt;">são os tratados de paz
celebrados entre a potência popular e a potência monárquica” [“O Jornal e o
Livro”, in Correio Mercantil, Rio de Janeiro :10-12.01.1859].<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn2">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 11pt;"> Encontro-me em trabalho
de finalização de livro a respeito de <i>O
Parahyba.</i><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn3">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 11pt;"> No estudo a que me
dedico, acerca das influências e orientações estrangeiras em Machado de Assis, foram
construídos <i>raisonnés</i> de todas as
citações e referências lusitanas em todas as obras – gênero por gênero --
machadianas , assim como os autores,obras e textos constantes de sua biblioteca
pessoal e aqueles lidos e consultados em acervos públicos.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn4">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 11pt;"> Como mencionado, a
constituição intelectual de Machado, assim como
sua capacidade formativa de leitores – aos quais transmitiu e
‘transferiu’, por via das citações e alusões, os elementos dessa constituição – é tema e conteúdo do estudo,
a ser livro, “A formação literária de Machado de Assis : fontes para biografia
intelectual”.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11pt;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11pt;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
</span></i><span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11pt;">. <i> </i></span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<b><i><span style="color: blue;">artigo<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i><span style="font-size: 14.0pt;">Machado
de Assis e os portugueses : influências,
relações; atuação e convívio </span></i></b><b><span style="font-size: 14.0pt;"> <i>nos periódicos oitocentistas </i><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“(...) <i>Portugal não teve</i> [apenas] <i>influência, ele está presente</i> [no
Brasil]. <i>Os portugueses suscitam
desdobramentos delicados</i> (...) ;<i>são
eles próprios engrenagens vivas e sensíveis. Trata-se de recolher os elementos
que permitirão escrever a história interatlântica do mundo lusofalante no
século XIX. Em conseqüência,o conhecimento do século XIX português e
especialmente a transição do romantismo ao realismo serão bem esclarecidos,já
que as duas literaturas vivem em simbiose.</i>”</div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
J.M-Massa, <i>A juventude de Machado
de Assis</i>. Rio de Janeiro: INL, 1965, p. 630</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Dentro e na órbita dos estudos machadianos a
que me dedico e desenvolvo, as relações
e interações entre Machado de Assis e os
portugueses adquiriram relevância ímpar, no que se refere às influências e
orientações literárias e bibliográficas, nacionais e estrangeiras (nestas, a
abrigar, a par dos portugueses, os franceses, os ingleses, os alemães, os
gregos, os latinos, espanhóis e italianos – a oferecer subsídios valiosos para
os estudos de Literatura Comparada) na formação intelectual de Machado, face a extrema, crucial
importância destes quer na vida pessoal quer
na construção da obra do escritor brasileiro; e mais : no embasamento e
no engajamento político, na fundamentação de seu pensamento ideológico – este,
na verdade, um aspecto pouquíssimo notado e conhecido e raramente estudado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Convém aqui esclarecer o quanto de
significância para um ‘desenho’ de marcantes influências literárias,
intelectuais e culturais quer para a
formação do escritor quer para efeito de seu contributo à formação de
seu leitor (e,vale deduzir e induzir, para o leitorado brasileiro do século XIX
) – <i>per se</i> objeto e <i>leitmotiv</i> de um amplo, abrangente
trabalho, de características e elementos quase inéditos, inclusive formalizado
em estudo especial e livro a ser editado sob o título significativo de “A
formação intelectual de Machado de Assis : fontes para biografia intelectual” --
detêm as leituras, fosse nos livros de
sua posse mantidos na biblioteca pessoal fosse nas consultas realizadas por ele
em bibliotecas públicas e particulares,em gabinetes de leitura – mormente no
Real Gabinete Português de Leitura – em entidades e instituições, bem como as
citações e referências expressas em seus escritos. Os acurados, metódicos,
rigorosos levantamento e mapeamento desses elementos tornam-se obrigatórios para
constituição informativa e reflexiva de cenários e vetores das orientações estrangeiras, bem como das
influências brasileiras, em Machado de
Assis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Notório fato: não obstante a preponderância
dos franceses nesse cenário de influências estrangeiras, os portugueses -- por
seus autores e obras lidos e consultados por Machado, naqueles que com ele
conviveram no Rio de Janeiro, naqueles intensamente citados, referenciados em
sua obra -- foram absolutamente decisivos na vida, quer pessoal, social e
conjugal, quer intelectual, em suas formação e constituição literárias e em sua
obra, ficcional e não-ficcional, na edificação de sua linguagem, escrita e
estilo narrativo,até mesmo no embasamento político-ideológico-filosófico de
Machado de Assis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i>relações, vínculos, convívio <o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A solidez e a característica
genuína dos vínculos machadianos com os portugueses são nitidamente expressas
por elementos que se estendem de sua
própria origem familiar aos fortes e intensos laços de amizade com lusitanos
então residentes no Rio de Janeiro, de seu casamento às leituras que lhe acompanharam por toda a vida
,fosse nos acervos públicos por ele regularmente freqüentados fosse nos livros
em sua biblioteca pessoal, de sua formação literária e cultural às inúmeras (e
significativas) citações,alusões, referências e recorrências a autores e obras
lusitanos em sua ficção e não-ficção.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No âmbito de seus vínculos
familiares e conjugais, emerge a constatação do quanto mulheres de origem
portuguesa constituíram-se não apenas em objeto de especial afeto por parte de
Machado – até porque exerceram marcante papel em diversos momentos de sua vida
-- mas sobremodo contribuíram para a
construção de sua linguagem, no que tange a prosódia, sintaxe, léxico e semântica, o que por extensão
incorporou-se à própria linguagem
literária machadiana.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sob outro viés, vale a pena
considerar que, em parte decorrente de desses originários vínculos
familiares, ao mesmo tempo guiado por um
vetor sob o escopo maior de sua iniciação no embasamento literário-cultural,
Machado desde cedo passou a conhecer autores e obras lusitanos, especialmente
os clássicos da língua. Jovem, de parcos recursos financeiros, valeu-se na
freqüência regular, contumaz a bibliotecas públicas e privadas, e de um acurado
autodidatismo em suas leituras de formação, realizadas mormente no Real
Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro (o preponderante), também no Liceu Literário Português, na
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, no Instituto Histórico e Geográfico
Brasileiro</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com o tempo, foi formando
gradativamente – e consistentemente – sua biblioteca pessoal, na qual se não
majoritários em quantidade autores e obras portugueses se fizeram notar por
parâmetros de alta representatividade literário-bibliográfica.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No extenso painel de seus
interesses literários e suas leituras, Machado de Assis constituiu-se , <i>per se</i>, em elo decisivo de contato entre as culturas brasileira e
portuguesa na segunda metade do séc. XIX : os
vínculos familiares de origem, bem como os de eleição afetiva e de
interesse intelectual que manteve ao longo da vida com membros da colônia
portuguesa radicados no Rio de Janeiro,
faziam o escritor circular dentro de um ambiente luso-brasileiro,de marcantes ecos em seus próprios escritos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É extenso, como extremamente
significativo, o elenco de fraternas amizades cultivadas, desde sua juventude,
com escritores portugueses recém transferidos para o Rio de Janeiro (estima-se
que em 1852, por exemplo, viviam cerca
de 30 mil na cidade), atraídos pelo ambiente acolhedor e de alta efervescência cultural, mas também de
cunho filosófico-ideológico, aqui criado desde 1837 por aqueles que,
afastando-se do levante do Porto, inclusive fundaram o Real Gabinete Português
de Leitura. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pelos anos 1850 encontravam-se
radicados no Rio de Janeiro literatos como Francisco Gonçalves Braga, Augusto
Emílio Zaluar, Carlos Augusto de Sá, Faustino Xavier de Novais, Francisco Ramos
Paz, Ernesto Cybrão, Reinaldo Carlos Montoro, Manuel de Melo, Pedro A. Garção.
Todos de alguma influência nas rodas literárias e nos ambientes letrados da
capital brasileira.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Desse elenco, destaque absoluto –
pelas decisivas, preponderantes influências em Machado – a Zaluar e Xavier de
Novais.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Todos esses autores encontram-se
de alguma forma presentes nos escritos de Machado, atestando estreita
interlocução literária – que, de resto, atesta o clamoroso fato de que nenhum
escritor ou literato brasileiro, à época, aproximou-se e identificou-se de tal forma,e
essência, como Machado de Assis junto aos portugueses.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Com efeito, foi exatamente por
conta da fértil, profícua, intensa
convivência física com esses que Machado tinha como “amigos fraternos”
que se realça e enfatiza – como se asseverou
anteriormente – a importância crucial dos portugueses muito maior do que a dos
franceses,ingleses, só para citar dois exemplos de preponderantes influências
em Machado</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Relacionamentos, convivências e
atividades intelectuais em comum exercidos e praticados em torno, primeiramente
– ainda que em escala incipiente – da Sociedade Petalógica (criada e
incentivada por Paula Brito),em 1854-55,
na qual estavam Braga,Zaluar e Garção;
em seguida no escritório de Caetano Filgueiras -- que escreveria o famoso
prefácio à 1ª. edição da coletânea poética <i>Crisálidas</i>,
de Machado -- onde inclusive constituiu-se o denominado “Grupo dos Cinco”,
composto de Filgueiras, Braga,.os brasileiros Casimiro de Abreu --que vivera
bom tempo em Lisboa - Cândido Macedo Junior,e Machado, em 1857; depois, um novo grupo,unidos por traços
ideológicos comuns,de elementos democráticos e liberais, a fornecerem o
fermento para uma nova postura política de Machado (que a sustentaria daí por diante, ao longo do
tempo) – tendo como figura central o
proscrito francês Charles Ribeyrolles, e onde estreitou seu relacionamento com
Augusto Emilio Zaluar, Reinaldo Carlos Montoro,Francisco Ramos Paz, Remigio de
Sena Pereira (estes três iriam traduzir, ao lado de Machado e Manuel Antonio de
Almeida, a obra de Ribeyrolles, sob supervisão e acompanhamento deste, <i>Le Brèsil Pittoresque</i>)-- todos mais
tarde participantes e atuantes, com
Machado, no (importantíssimo) jornal <i>O Parahyba</i>, de Petrópolis, e no <i>Correio Mercantil</i> </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas também exercidos, os
relacionamentos e convivências, nos saraus literários; nas reuniões no Grêmio
Literário Português, no Retiro Literário Português (uma dissidência do Grêmio),
na Arcádia Fluminense (onde, em 1864, Machado apresentou sua peça “Os deuses de
casaca”); e ao ensejo de dois eventos bastante
significativos : o centenário (aliás, mais comemorado no Brasil que em
Portugal) de nascimento de Bocage, em
1865, e o tricentenário de nascimento de Camões, 1880, iniciativa do Gabinete
Português de Leitura (acontecimento inclusive de intensa participação popular
no Rio de Janeiro) – quando Machado apresentou a peça,escrita especialmente
para a ocasião, “Tu,só tu puro amor”</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i>-- nos periódicos oitocentistas<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sobretudo e sobremodo a intensa e
decisiva convivência de Machado com os literatos portugueses deu-se e
dinamizou-se nos jornais oitocentistas nos quais atuavam e colaboravam, sob distintos graus de
regularidade. Assim : </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* <i>Marmota Fluminense</i>- sob essa denominação de 1855 a 1857, quando
passou a <i>A Marmota</i> -- em 1855-56 (que
publicava transcrições de obras portuguesas, como “Folhas caídas”, de
Garret,poemas de João de Lemos e Antonio Dinis, e outros); </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* <i>Correio Mercantil</i>,.1858-59, no qual
Machado conheceu Faustino Xavier de Novais, e publicou,entre outros
textos, o artigo “O Jornal e o Livro”, marco
de um posicionamento dialético-político machadiano, cuja (escreveu ele) “idéia
pertenceu ao sr. Reinaldo Carlos [Montoro]” –
artigo contendo trecho de
manifestação de clara adesão aos
princípios democratas e republicanos<span class="MsoFootnoteReference">;<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></a></span>
; </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* <i>O Parahyba</i>, de Petrópolis, 1858-59 (jornal progressista, avançado
para seu tempo, de relevância ímpar na história jornalística,editorial e
literária brasileiras – até aqui não devidamente estudado<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>
), criado por Zaluar, editorialista e seu redator-chefe,e contando com Carlos
Montoro, Ramos Paz e Machado ; </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* <i>Diário do Rio de Janeiro</i>, 1861-62 – nele (com Machado), Ramos Paz e Sena Pereira; </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* <i>O Futuro</i>, 1862-63, criado e dirigido por Faustino Xavier de Novais,
contando com Zaluar, Braga, Sena Pereira, Carlos Montoro, Cybrão, Ramos Paz,
Manuel de Melo; o primeiro – e
pode-se dizer principal, se não único -- jornal explicita e essencialmente
luso-brasileiro, de resto expresso formalmente no texto de editorial de seu 1º.número, a 15.09.1862, e que inclusive abrigou crônicas machadianas de
teor político (e de outros timbres)</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A rigor, o período de cerca de oito anos na vida de
Machado, desde meados da década de 1850,
marcado por atuações nesses periódicos, em todos eles ‘cercado’ de
portugueses, constitui-se de suma relevância – não só cultural, também e especialmente filosófica e
mesmo ideologicamente -- na construção do pensamento, idéias, opiniões,
comentários, criação, produção e manifestações literárias do escritor, sob um
processo decisivo de assunção de personalidade e independência de pensamento
não submisso a doutrinas e dogmas. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Machado, formado
bibliograficamente por muitos portugueses, em leituras e consultas desde o
início, e convivente dia a dia com literatos lusos, chegava aos 24 anos (1863), lido, respeitado, requisitado,
apreciado, extremamente dedicado a difundir e propagar sua obra literária, à
época já composta de crônicas, poemas,contos,peças teatrais, crítica teatral e
literária, um literato bastante respeitado,requisitado, apreciado,
‘amadurecido’ e em evolução.</div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 144.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><i><span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">os portugueses formadores do Machado escritor <o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Primeiramente,
por meio dos autores e obras clássicos, quer
antigos e canônicos quer contemporâneos a ele, dos quais foi Machado um
persistente leitor, entre aqueles
armazenados em sua biblioteca e aqueles consultados, uns regularmente
outros especifica e episodicamente, nos acervos públicos e privados que
freqüentava. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Às
intensas e perenes leituras e consultas nas bibliotecas e acervos
bibliográficos e à estreita e criativa convivência com literatos lusos
estabelecidos no Rio de Janeiro, acoplam-se, por sua extrema significância no
retrato dessas relações, as profusas
citações e recorrências aos portugueses em toda a obra machadiana
(devidamente mapeadas e formalizadas em <i>raisonnés<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="font-size: 11pt;">[3]</span></b></span><!--[endif]--></span></a></i>)
– o que, torno a enfatizar, identificam os teores,graus e influências de
autores,obras e textos lusos em sua
genealogia literária concomitantemente apontam para vetores na constituição,hábitos,gostos e perfis de
leitores a sua época<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
vale dizer serem vistas como fontes de
informação e conhecimento dessas referências autorais e bibliográficas a seus
leitores, por extensão ao leitor brasileiro de seu tempo : no que registra e
faz aparecer em seus textos, Machado os ‘apresenta’ e transmite aos que o lêem.
Há um claro, relevante processo de ‘transferência’ e transmissão de
conhecimento literário, bibliográfico,cultural, histórico, político, etc, de
insofismável formação cognitiva e de modulação de padrões de leitura da época. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Neste
particular, quais autores portugueses, a par de exercerem marcante influência
em sua formação literária, Machado de
Assis informou e difundiu junto a seus leitores ? hegemônico foi Luis de Camões (quem, de resto, pode-se
considerar, no cômputo geral das menções e referências de Machado, somente
superado por Shakespeare) -- e <i>Os Lusíadas</i>, a obra mais citada por Machado depois da <i>Bíblia</i> ; e mais Almeida Garret,
Alexandre Herculano,Bocage, Antonio F. de Castilho, Antonio .Dinis da Cruz e
Silva, Nicolau Tolentino. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">O
papel e influências de poetas
portugueses na formação de Machado de
Assis, inserido de resto na própria tradição poética luso-brasileira da época,
têm exemplos cristalinos em Camões,Garret e Castilho, que marcaram forte e intensamente a poética
machadiana, bem como um daqueles conviventes no Rio de Janeiro, Francisco
Gonçalves Braga , a quem Machado designou como “meu primeiro mestre”. A se
destacar também as influências significativas de Alexandre Herculano – ao lado
de Garret, considerado por Machado como modelo na prosa -- e João de Barros na
constituição de seu conhecimento histórico. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Almeida
Garret, mister enfatizar, a par da acentuada influência temática e estilística
na poética machadiana, teve seu “Bosquejo da História da Poesia e Língua
Portuguesa”, de 1827, estudo fundamental para a história da literatura no
Brasil, a apontar caminhos da emancipação literária – o que viria a se
constituir na égide do movimento deflagrado na década de 1830 por Gonçalves de
Magalhães e José de Alencar, em prol de um “nacionalismo literário brasileiro”
– como forte inspiração para as
reflexões de Machado acerca da literatura<u> </u>brasileira, expressas nos
ensaios “O passado, o presente e o futuro da literatura brasileira”(1858),
“Instinto de nacionalidade”(1873) e “A nova geração”(1879), e sua obra <i>Viagens da minha terra</i> como uma das
peças que moldaram,no teor da sátira menipéica-luciânica (ao lado das obras de
Sterne,Diderot e Xavier de Maistre), a
célebre inflexão machadiana no início da década de 1880. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">A
se arrolar ainda Camilo Castelo Branco, que inspirou Machado em certos recursos
narrativos, como as digressões metaliterárias, as interferências do narrador em
diálogo com o leitor, o uso da ironia (já foram apontados elementos da
novela <i>Coração ,cabeça e estômago: uma estética da ambiguidade</i>, de Camilo,
em <i>Memórias póstumas de Brás Cubas</i>)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">E
de um português que não era escritor ou literato, Furtado Coelho, que produtor teatral propiciou a Machado , porque
as levava a cena, o incrementar de sua importantíssima atividade de tradutor<u>
</u>(que Mario de Alencar, considerando-o “um dos maiores tradutores
brasileiros”, lamentava tivesse Machado interrompido ).<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: center; text-autospace: none;">
_______________</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: center; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Por
fim, uma reflexão a respeito de questão que muito me instiga, e julgo
pertinente. Machado – como representante proeminente do movimento de
‘nacionalização literária’ brasileira -- parece ter sido o primeiro, se não o
único a se aproximar e interagir aos portugueses: não se tem referência, por
exemplo, das presença e atuação, nesse
sentido, de Gonçalves de Magalhães, José de Alencar e dos demais românticos
empenhados,no Brasil, nesse projeto (que se dava simultaneamente em Portugal,
convém frisar) de afirmação de nacionalidade literária e cultural..<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Não
existem dúvidas de quanto ambíguos, ou no mínimo reticentes, postaram-se os
românticos brasileiros com relação ao legado lingüístico e cultural dos
portugueses: mesmo tendo em conta a importância, ou necessidade, de
estabelecer, e sedimentar, traços
diferenciadores do novo país depois da independência de 1822, o curioso – e
contraditório – é que desenrolou-se um processo de obediência e
preservação dos padrões lingüísticos,sintáticos,gramaticais,léxicos portugueses
como uma espécie de atestado de qualificação cultural e ‘civilidade’ intelectual. Isto é, intentavam
os primeiros românticos brasileiros se constituírem nos agentes a afirmação
nacionalista brasileira, no âmbito cultural, sem no entanto romperem com o arcabouço lusitano... E por
outro lado sem assumirem, e praticarem, como o foi para e em Machado de Assis, lídimas, eficazes, indispensáveis relações e
interações -- que só embasaram,
consolidaram, consubstanciaram uma notável constituição intelectual.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
________________</div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><i>Mauro Rosso<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 144.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
pesquisador de
literatura brasileira; ensaísta, escritor</div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 144.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; tab-stops: 387.0pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt; text-align: right;">
ice <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<b><i><span style="color: blue;">apêndice<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<b><span style="font-variant: small-caps; mso-ansi-language: #0400;"> <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<b><span style="font-variant: small-caps; mso-ansi-language: #0400;"> machado de assis e portugueses nos periódicos oitocentistas do rio de janeiro</span></b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<i>raisonée</i> 1<span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> : </span><b><span style="font-size: 11.0pt; font-variant: small-caps; mso-ansi-language: #0400;">machado
de assis e portugueses, atuação e convívio nos periódicos </span></b><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<b><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">_______________________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<b><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> periódico período rubricas da os
portugueses atuantes e conviventes<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<b><span style="font-size: 8.0pt; mso-ansi-language: #0400;">[ordem
cronológica de de atuação e convívio </span></b><b><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">colaboração<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<b><span style="font-size: 8.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> de MA<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<b><span style="font-size: 8.0pt; mso-ansi-language: #0400;">__</span></b><b><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">______________________________________________________________________________________________________________</span></b><i><o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">Marmota Fluminense </span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1855- 57 poesia;</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> artigos; tradução; conto;</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> F.G.Braga/Caetano Filgueiras/ A.E.
Zaluar/E. Garção / </span><i><o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<i>
</i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">crítica
literária<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">A Marmota </span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1857-61
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">. </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">poesia;ensaio; índefinido’<b>*</b> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> Correio
Mercantil </span></i> <span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">1858/1865<i> </i>poesia; conto;artigos;
ensaio;<i>
</i>F. Xavier
Novaes/Reinaldo Carlos Montoro<i> </i></span><i><o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<i> </i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">(interruptos</span><i>) </i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">crítica literária<i>
<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span></i><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">O Parahyba </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">1858-59 </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">poesia;</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> tradução; crônica </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">A.E. Zaluar/</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> Reinaldo Carlos Montoro/<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">
RemigioSena Pereira/ Francisco Ramos Paz<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> <i>Diário do Rio de Janeiro</i></span><i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">1861-67
<i> </i>crônicas; artigos</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">;</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> tradução;
RemigioSena
Pereira/ Francisco Ramos Paz <i> </i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<i>
</i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">crítica
literária;</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> poesia <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> O Futuro</span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">1862-63 <i> </i></span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> poesia</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">; crônicas; contos</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">F. Xavier Novaes/</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> A.E. Zaluar</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> /Reinaldo Carlos Montoro/<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">
</span></i><span style="font-size: 10.0pt;">Remigio Sena Pereira/ E. Cybrão/ F. Ramos Paz/</span><i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">F.G.Braga/<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
Caetano
Filgueiras/ Ma</span><span style="font-size: 10.0pt;">nuel de Melo.</span><i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<b>_______________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<b><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">*</span></b><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> “Queda que as mulheres têm
pelos tolos” (1861)<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<i>
<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<i>
........................................<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<i>raisonée</i> 2<span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> : </span><b><span style="font-variant: small-caps; mso-ansi-language: #0400;">machado de assis e portugueses : citações, alusões, referências
nos periódicos </span></b><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<b><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">_______________________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<b><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> periódico período rubrica do texto título do texto citações
(autor;obra)<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<b><span style="font-size: 8.0pt; mso-ansi-language: #0400;">[ordem alfabetica</span></b><b><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">]<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<b><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">______________________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<i><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">A Crença</span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> . </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">1875</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> artigos;ensaios</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> <i>A A. J. Porciúncula</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">Camões<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">______________________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">A Época</span></i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span><span style="font-size: 10.0pt;">1875</span><span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i>contos<i> O sainete
</i> Camões [<i>Os Lusíadas</i> ] <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">____________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;">A Estação </span></i><span style="font-size: 10pt;">1879</span><span style="font-size: 11pt;"> <i> </i></span><span style="font-size: 11.0pt;">contos<i>
A chave</i> A.Dinis da
Cruz e Silva <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">1881</span><span style="font-size: 11.0pt;"> contos <i>O alienista </i> Pedro António; Correia Garção .<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;"> 1882</span><span style="font-size: 11.0pt;"> contos <i>O
imortal</i> pd.Francisco
Manuel do Nascimento<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1883 </span><span style="font-size: 11.0pt;"> contos <i>O programa
</i> Camões [<i>Os Lusíadas</i>
]; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11pt;"> Justiniano
José da Rocha ;</span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11pt;">
Firmino Rodrigues Silva <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">1883</span><i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">contos<i> Troca de datas </i> A.Herculano</span><span style="font-size: 10pt;"> [<i>Eurico,
o presbítero</i></span><span style="font-size: 11pt;"> ]. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1894 </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i>contos<i> Um erradio </i> <i> * </i>pde.António Pereira de
Figueiredo <i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1889-91</span><i> </i><span style="font-size: 11.0pt;">romances <i>Quincas Borba</i></span><i><span style="font-size: 10.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;">Camões
[</span><i><span style="font-size: 10.0pt;">Elegia</span></i><span style="font-size: 10.0pt;"> ; “Sobolos Rios que Vão</span><span style="font-size: 11.0pt;">”] ; <i> </i> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
Mendes Leal [<i>A pobre das ruínas </i>];
Bernardim Ribeiro; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
A. Garret [<i>Lírica de João Mínimo </i>];<i> </i> .
Manuel
de Almeida e Sousa de Lobão ;
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> pd.
Manuel Bernardes[ <i>Nova Floresta</i> ] ; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
Manuel
Antônio Coelho da Rocha <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">_____________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">A Marmota </span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1859 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">. artigos;ensaios</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">O passado,
o presente e</span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">A. Garrett ; Sousa Caldas
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
<i>o futuro
da literatura </i></span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">__________________
_____________________________________________________________________________________________</span><i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">Almanaque Brasileiro <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
Garnier </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">1896</span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11pt;">contos<i> Um incêndio
</i></span><span style="font-size: 11.0pt;">Camões [<i>Os
Lusíadas</i> ] <i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">____________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: -9.0pt;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
Diário do Rio de Janeiro</span></i><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1860 </span><span style="font-size: 11.0pt;">crítica
teatral </span><span style="font-size: 10.0pt;"> Revista Dramática <i> </i></span><span style="font-size: 11.0pt;"> Camilo Castelo
Branco <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1861</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Bocage ;</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Pinheiro Guimarães</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>História
de uma moça rica</i> ]<i> </i> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1861</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
Pinheiro Guimarães</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>História de uma moça rica</i> ]<i> </i> <i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">.</span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1861 </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">pde. José
Agostinho de Macedo</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Martim literário</i>]
</span><span style="font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> Camões</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Os
Lusíadas</i>]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1861 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas<i> </i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">pde. Francisco Manuel de Nascimento [“Em defesa da língua</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">”] <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1861</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
Bernardim Ribeiro</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">[<i>Menina e moça</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> ] <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt;">
</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1861 </span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">A.Dinis da Cruz</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>O hissope</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> ] </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1862</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
A.Dinis da Cruz</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>O hissope</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> ];</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Bocage </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 8.0pt;">
</span><span style="font-size: 10.0pt;">1862</span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">A. F.Castilho\José F. Castilho</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [</span><i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">Tributo à Memória de <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">
Sua
Majestade Fidelíssima</span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">,<i> o Sr</i>.<i> D</i>.<i> Pedro V</i>,<i> o Muito Amado</i>]</span><span style="font-size: 10.0pt;">
;.<i>
</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
José Castilho</span><span style="font-size: 10.0pt;">[ </span><i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">Memória acerca da 2</span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">.ª<i> Égloga de Virgílio</i></span><span style="font-size: 10.0pt;"> ].<i> </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">A. F. Castilho</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>A noite do castelo;</i>“Cartas de Eco e Narciso”; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
“Ciúmes do bardo” ]. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">pde. F.Manuel do Nascimento<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1862</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
Sá Miranda</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [“Carta”]</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1862 </span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Sá Miranda</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">[“Carta”]; Caldas
Barbosa <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1863 </span><span style="font-size: 11.0pt;">crítica
literária A. E. Zaluar </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-style: italic;">[</span><i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">Revelações </span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">]<i>
</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1863</span><span style="font-size: 11.0pt;"> crítica literária </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> A.</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: "Courier New";">Herculano</span><i><span style="font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1863 </span><span style="font-size: 11.0pt;"> crítica literária </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> A. E. Zaluar</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"> [ <i>Pereg</i></span><i><span style="font-size: 10.0pt;">rinação pela província de S. Paulo</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> ]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1864 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">A. Garret</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [ “Tratado de educação”
; “Camões”; <i>Folhas caídas </i>]; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Camões</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Os Lusíadas</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> ]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1864 </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> A.D.Pascual</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Morte moral</i></span><span style="font-size: 11.0pt;">
]</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1864 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">A.D. Pascual</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> { <i>Morte
moral</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
].</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1864 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> A.E.Zaluar</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Folhas do caminho</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> ].<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
1864 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> Camões</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Os Lusíadas</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> ]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1864 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> A.Herculano</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Eurico, um presbítero</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> ].<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1864 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">A.
Vieira <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
1864 </span> <span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span> <span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Rebelo da Silva</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [A mocidade de D.João V]</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1864 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> Teixeira
de Melo</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [ <i>Sombras e sonhos</i> ];</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 585.0pt; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Fernandes Pinheiro</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Manual do pároco ; Meandro poético</i> ]</span><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> . </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1865 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> José
Antonio F. </span><span style="font-size: 11.0pt;">da Silva</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Lembranças de
José Antônio</i>] ].</span> <span style="font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1865 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Camões; Bocage<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1865 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Bocage<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1865 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">pde. Manuel
Bernardes</span><i><span style="font-size: 10.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">[<i> Floresta ; Exercícios morais</i></span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">]; <i> </i></span><span style="font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">A.F. de Castilho \</span><span style="font-size: 11.0pt;"> José F. de Castilho</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [ <i>Livraria clássica</i> ; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 10.0pt;">
Excertos do pde.Manuel Bernardes </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">].<i> </i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: -9.0pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;"> 1865 </span><span style="font-size: 11.0pt;">crítica
teatral </span><span style="font-size: 10.0pt;">Revista Dramática <i> </i></span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">Mendes Leal<i>; </i>Bocage</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [“Pena de Talião”]; .</span><i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">A.Herculano; A. F. Castilho</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Camões</i> ]; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;"> <i> </i> </span><span style="font-size: 11.0pt;">A.Garret [</span><i><span style="font-size: 10.0pt;">Frei Luis de Souza</span></i><span style="font-size: 11.0pt;">] <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 8.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1866</span><span style="font-size: 11.0pt;"> crítica literária </span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">J. de Vasconcelos Ferreira </span><span style="font-size: 10.0pt;">[<i>Um livro de
rimas</i></span><span style="font-size: 11.0pt;"> ]
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">1866 </span><span style="font-size: 11.0pt;">crítica teatral </span><i><span style="font-size: 10.0pt;">O teatro de </span></i><i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">José de Alencar</span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">A. Garret.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 8.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">1866</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">crítica literária </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> Caetano Filgueiras<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-ansi-language: #0400;">
</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">1866 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">crítica literária </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> F. Gomes de Amorim</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> [<i>Cantos matutinos</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">.] </span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;"> 1866</span><span style="font-size: 11.0pt;"> crítica literária </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i>A. Dinis da Cruz</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Dido; </i> <i>Hissope</i> ]<i> </i> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">1866 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">crítica literária </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> F. Gomes de Amorim</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> [ <i>Efêmeros</i> ]
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;"> <i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: "Courier New";"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> 1868</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">crítica literária </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> Faustino X. de
Novais<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">_____________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">Gazeta de Notícias </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">1881</span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> contos<i> Teoria do medalhão </i>*
pde. Francisco Manuel do Nascimento<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;"> 1882</span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">contos<i> A serenissima república </i> <i> </i>Camões<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;"> 1883 </span><span style="font-size: 11.0pt;"> contos <i>A igreja do Diabo </i> <i> </i>A.Dinis da Cruz e Silva [<i>Hissope </i>]<i> </i> <i> <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;"> 1884</span><span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i>contos<i> O diplomático </i> <i> </i>Camões [<i>Os Lusíadas</i> ] <i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">1884
</span><span style="font-size: 11.0pt;"> contos <i>As academias de Sião </i>Camões [<i>Os Lusíadas </i>].<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1884 </span><span style="font-size: 11.0pt;">contos</span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;">Viagem à roda de mim mesmo </span></i><span style="font-size: 11pt;">Camões; Bernardim Ribeiro</span><span style="font-size: 10pt;"> ["Vilancete seu"] <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1884 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> Camões </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">[“Elegia-XI”; João de
Barros]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1884 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> crônicas </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Camões</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Os Lusíadas</i> ]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt;"> 1885</span><span style="font-size: 11.0pt;">
contos <i>O dicionário </i>Pedro
A. Garção</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Obras poéticas</i></span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">]<i> </i></span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt;">1887</span> <span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas
</span> <span style="font-size: 11.0pt;">Camões</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span> <span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1888 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">pde.
Perereca</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Memórias para servir à história do reino do
Brasil</i></span><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">]. </span><i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1888 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> crônicas
Camões</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
[<i>Os Lusíadas</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> ]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1888 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> crônicas Eça de Queiroz</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [ <i>A
correspondência de Fradique Mendes</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> ].<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1888 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Camões<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1888 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">N.
Tolentino</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [
“O bilhar” ].</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1889 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> crônicas Mendes
Leal</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [Pedro]. </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1889 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> crônicas
Manuel do Nascimento[Filinto
Elisio] <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1889 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> crônicas
N.Tolentino<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1889 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Camões </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">[<i>Os Lusíadas</i> ]. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1892 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Camões</span><span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1893 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">pde.
Manuel Bernardes</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
[<i>Pão partido em pequeninos</i> ]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1893 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">N.
Tolentino<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1893 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Camões</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Os Lusíadas</i> ]</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1893 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">A.
Garret</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [“Camões</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">”]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1894 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> crônicas
Camões<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1894 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Bocage<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1894 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">João
de Barros<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1894 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> crônicas
Camões <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1895 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas
</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Camões</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Os Lusíadas</i> ]</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1895 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> crônicas
Camões <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1895 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Pedro Rabelo</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">[<i>Alma alheia</i> ]; </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Bocage ;Camões</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Os Lusíadas</i> ]</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1896 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">N.Tolentino; Guerra
Junqueiro<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">.1</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">896 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Valentim Magalhães</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Bricabraque</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> ] <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1896 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">João
de Barros</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Décadas da Ásia</i> ]; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Camões</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Os
Lusíadas</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
]
.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1896 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Bocage
; Filinto Elisio </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1896 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">A.
Vieira ; Camões</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
[ <i>Os Lusíadas</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> ] </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">.</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1896 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Valentim Magalhães</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Flor de sangue</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> ] .</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1897 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Xavier da Cunha</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Endechas de Camões a Bárbara</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> ] </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1897 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Camões</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Os Lusíadas</i> ]</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1897 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
C</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">amões<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">1899</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> artigos;ensaios</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> A.
Garret</span><span style="font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 585.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1899</span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">artigos;ensaios</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;">Garret </span></i><i><span style="font-size: 10.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">A. Garret</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Viagens na minha terra</i> ];<i> </i>Camões;
<i> </i></span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 17.0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;">Frei Luís de Sousa</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [“Adozinda”; “Folhas caídas”];.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;">Bernardim Ribeiro; Gil Vicente</span><span style="font-size: 10.0pt;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -9.0pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1900</span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">artigos;ensaios</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;">Eça de Queiróz</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> Eça de Queiróz; A.Vieira; Camões</span><span style="font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 8.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1904</span><span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i>crítica
literária </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i>A. Garret<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">
_______________________________________________________________________________________________________________</span><i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">Gazeta Literária </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">1884</span><span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i>contos<i> A segunda vida </i>A. Herculano</span><span style="font-size: 10pt;"> [<i>Eurico,
o presbítero</i> ]; </span><span style="font-size: 11.0pt;">Sousa Caldas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">______________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;">Ilustração
Brasileira</span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1877 </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Pinheiro Guimarães</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [ História de uma
moça rica ; A punição ]</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1877 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">A.Herculano</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Eurico,um presbítero</i></span><span style="font-size: 11.0pt;"> ].</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">______________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">Jornal das Famílias </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">1866</span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> contos <i>Uma excursão milagrosa </i>Camões</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Os Lusíadas</i>
];.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;">A.Dinis da Cruz e Silva</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Hissope</i> ].<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;"> 1873</span><span style="font-size: 11.0pt;"> contos <i>As bodas de Luís Duarte </i> N. Tolentino</span><span style="font-size: 10pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<span style="font-size: 10pt;">
1873 </span><span style="font-size: 11pt;">contos</span><span style="font-size: 10pt;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;">Decadência de dois grandes homens</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> A. José de Castilho <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1874 </span><span style="font-size: 11.0pt;"> contos <i>Os
óculos de Pedro Antão</i> <i> </i>Francisco Rodrigues Lobo;<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
Pedro
António ;Correia Garção<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 108.0pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">1876 </span><span style="font-size: 11pt;">contos</span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;">Encher tempo </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">Gil Brás; Sousa Caldas<i> <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">1876</span><span style="font-size: 11.0pt;"> contos <i>Uma visita de Alcibíades </i>A.Garret<i>
<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">1878</span><span style="font-size: 11.0pt;"> contos <i>Dívida extinta</i> N.Tolentino <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">______________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">Jornal do Commercio </span></i><span style="font-size: 10.0pt;"> 1872</span><span style="font-size: 11.0pt;"> crítica literária
Vasco Nunes ; Junqueira Freire<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">_____________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">Marmota Fluminense </span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1855 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">poesia</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Um sorriso</span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> Camões </span> </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 393.0pt;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
A. Garret<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1855 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">poesia</span><i><span style="font-size: 10.0pt;"> </span></i><i><span style="font-size: 11.0pt;">No álbum do
sr.</span></i><i><span style="font-size: 10.0pt;"> <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 10.0pt;">
</span></i><i><span style="font-size: 11.0pt;">F. G. Braga Manuel José</span></i><i><span style="font-size: 10.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;">F. G. Braga<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1855</span><span style="font-size: 11.0pt;"> poesia <i>A derradeira injúria</i> Camões</span><span style="font-size: 10.0pt;">[ <i>Os Lusíadas</i></span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 10.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">1855</span><span style="font-size: 11.0pt;">
poesia <i>A
uma menina</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">Manuel José Quintana
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1856</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> poesia <i>Um anjo</i></span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">A.E.Zaluar
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;"> 1856</span><span style="font-size: 11.0pt;"> poesia <i>Consummatum est !</i> João de
Lemos <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> _____________________________________________________________________________________________________ <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <i>O</i> <i>Cruzeiro </i></span><span style="font-size: 10.0pt;"> 1878</span><i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;">romance<i> Iaiá
Garcia </i>pde.
Manuel Bernardes</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Luz e calor</i> ]; </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">A.Garret [</span><i><span style="font-size: 10.0pt;">Romanceiro</span></i><span style="font-size: 10.0pt;"> ]</span><span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1878</span><span style="font-size: 11.0pt;"> contos
</span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;">Elogio da
vaidade </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">A.Garret<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 26.35pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">1878 </span><span style="font-size: 11.0pt;"> crítica literária
Eça de Queiroz</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"> [</span><i><span style="font-size: 10.0pt;">O primo
Basílio</span></i><span style="font-size: 10.0pt;"> ]; Camões ; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;"> <i> </i> </span><span style="font-size: 11.0pt;">A.Herculano</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>O
monge de Cister </i>; <i>Eurico um presbítero </i>];<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 26.35pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;">A.Garrett</span><i><span style="font-size: 10.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-style: italic;">[</span><i><span style="font-size: 10.0pt;">O arco de Sant' Ana</span></i><span style="font-size: 10.0pt;"> ]; Gil Vicente <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i> </i><span style="font-size: 10.0pt;"> 1878</span> <span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span> <span style="font-size: 11.0pt;">Pedro Garção</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [“O
suicídio”];<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;">João de
Lemos</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [“Lua de Londres” ]; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">João de Barros</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Décadas </i>]</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1878</span>
<i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas<i>
</i></span><span style="font-size: 11.0pt;">N. Tolentino</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [“O colchão dentro
do toucado</span><span style="font-size: 11.0pt;">”]</span><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt;"> 1878</span> <span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span>
<span style="font-size: 11.0pt;">Eça de Queiroz</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>O primo
Basílio</i> ]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt;">
1878 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas </span><span style="font-size: 10.0pt;"> <i>Eça de Queiroz e Eleazar</i> </span><span style="font-size: 11.0pt;">Eça de Queiroz<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;"> 1878</span> <span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> crônicas
</span><span style="font-size: 11.0pt;"> F.Manuel do Nascimento ; Camões</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Os</i> <i>Lusíadas</i> ].</span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;"> 1878</span> <span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">crônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span> <span style="font-size: 11.0pt;">A. Vieira</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [S<i>ermão do Bom Ladrão</i></span><span style="font-size: 11.0pt;"> ]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: 26.35pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">_____________________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">O Espelho</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1859</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">artigos;ensaios</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> <i> </i></span><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">Os</span></i><i><span style="font-size: 11.0pt; font-variant: small-caps;"> </span></i><i><span style="font-size: 11.0pt;">imortais –<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;"> O marinheiro batavo</span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">Camões </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1859 </span><span style="font-size: 11.0pt;">crítica
teatral </span><span style="font-size: 10.0pt;">Revista
dos Teatros <i> </i> </span><span style="font-size: 11.0pt;">Ernesto Cybrão</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [
Luiz].<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1859 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">artigos;ensaios</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> <i> </i> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;">A</span></i><span class="CharacterStyle1"><i><span style="font-family: Garamond; font-size: 11.0pt;">quarelas:</span></i></span><span class="CharacterStyle1"><i><span style="font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<span class="CharacterStyle1"><i><span style="font-size: 10.0pt;">
</span></i></span><span class="CharacterStyle1"><i><span style="font-family: Garamond; font-size: 10.0pt;">O empregado público aposentado</span></i></span><span class="CharacterStyle1"><i><span style="font-size: 10.0pt;"> </span></i></span><i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">A. Herculano; Rebelo da
Silva <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: -9.0pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1859 </span><span style="font-size: 11.0pt;">crítica
teatral </span><span style="font-size: 10.0pt;"> Revista dos Teatros
<i> </i></span><span style="font-size: 11.0pt;"> Mendes Leal</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [Abel e Caim] ; </span><span style="font-size: 11.0pt;">Camões<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: "Bookman Old Style";">_____________ ________________________________________________________________________________________________ </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">O Futuro </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">1862 </span><span style="font-size: 11.0pt;">contos
</span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;">O país das quimeras</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i>A. Dinis da Cruz e Silva</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Hissope</i>] <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1862</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas
Tomás Ribeiro</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [“D. Jaime</span><span style="font-size: 11.0pt;">”]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">.1863</span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônica
Camilo Castelo Branco</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Agulha no palheiro</i></span><span style="font-size: 11.0pt;"> ]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1863</span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônica<i>
</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">N.Tolentino;
</span><span style="font-size: 11.0pt;">A. Dinis da Cruz e Silva</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Hissope</i></span><span style="font-size: 11.0pt;"> ]</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1863</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônica<i>
</i>Jacinto de Freitas Oliveira</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Esboço histórico</i> <i>de José Estevão</i> ]</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1863
</span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônica<i>
</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">A.E.
Zaluar</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Revelações</i></span><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">;</span><i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Dores e flores</span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> ];</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Mendes Leal</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [<i>Calabar]</i></span><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1863 </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônica<i> </i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">João Francisco Lisboa</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [ <i>Jornal do Timon</i> ]; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 129.0pt; margin-right: -6.8pt; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Luis
Ramos Filgueiras</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
[<i>Dalmo ou os mistérios</i> <i>da noite</i> ]</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;"> ______ _________________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">O Globo</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1874</span><span style="font-size: 11.0pt;"> romances <i>A mão e a </i></span><i><span style="font-size: 10.0pt;">luva </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">António Ferreira</span><span style="font-size: 10.0pt;">
[<i>Carta a Diogo Bernardes</i></span><span style="font-size: 11.0pt;"> ] <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1876</span><span style="font-size: 11.0pt;"> romances <i>Helena</i>
A. Garret [<i>Camões</i>]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">______________________________________________________________________________________________________ <i> </i></span><i><span style="font-size: 10.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">O Novo Mundo</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1873</span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">artigos;ensaios</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><i><span style="font-size: 10.0pt;">Notícia da
atual literatura brasileira: </span></i><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">Camões; Fernão Mendes Pinto</span><span style="font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 10.0pt;">
Instinto de nacionalidade<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 10.0pt;">________________________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">Revista Brazileira</span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> 1</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">879 </span><span style="font-size: 11.0pt;">crítica
teatral </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Antonio
José(e Moliére)</span></i><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond; mso-bidi-font-style: italic;">Gil
Vicente; Manuel de Figueiredo; Camões</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond; mso-bidi-font-style: italic;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1879</span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">artigos;ensaios</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> A
nova geração </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">Fontoura Xavier</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [“Régio
saltimbanco”] ;<i> </i> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> Guerra
Junqueiro</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [“Musa em férias”];
</span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">Francisco de Castro</span><span style="font-size: 10.0pt;">
[<i>Estrelas errantes</i>];<i>
</i>.
</span><span style="font-size: 11.0pt;">Antônio F. de Castilho; A.Vieira; A. Garrett</span><span style="font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">1880
</span><span style="font-size: 11.0pt;">romances</span><span style="font-size: 10.0pt;">
</span><i><span style="font-size: 11.0pt;">Memórias póstumas <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
de Brás Cubas
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;">pd. Manuel Bernardes; Bocage;
A. Vieira;</span><span style="font-size: 10.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;">Camões</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Os Lusíadas</i> ]; </span><span style="font-size: 11.0pt;">A.Garret</span><span style="font-size: 10.0pt;">; <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;">Camilo Castelo Branco</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>Coração, cabeça e estômago</i>
] <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;"> 1896 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">artigos;ensaios</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;"> <i> </i></span><i><span style="font-size: 11.0pt;">Henriqueta Renan</span></i><i><span style="font-size: 10.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">Camões</span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">[ </span><i><span style="font-size: 10.0pt;">Os Lusíadas </span></i><span style="font-size: 10.0pt;">];
</span><span style="font-size: 11.0pt;">Sá de Miranda</span><span style="font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1898.</span><span style="font-size: 11.0pt;"> crítica literária -- </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> Eça
de Queirós<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">______________________________________________________________________________________________________<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">Semana Ilustrada </span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">.</span><span style="font-size: 10.0pt;">1861</span><span style="font-size: 11.0pt;">
poesia <i>Elegia</i> Camões
[<i>Elegias </i>].<i> </i></span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1863 </span><span style="font-size: 11.0pt;"> poesia <i>Os dois horizontes</i> M.
Ferreira Guimarães
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1864</span><span style="font-size: 11.0pt;"> poesia <i>As rosas</i>
Caetano Filgueiras <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1864 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">José
F..de Castilhos</span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1864 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
Pinheiro Guimarães</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">[<i>História de moça rica ; A punição </i>]</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1864 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Pinheiro Guimarães</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">[<i>História de moça rica</i>] <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1865</span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">artigos;ensaios</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <i>Conversas com</i></span><i><span style="font-size: 10.0pt;"> <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -69.8pt;">
<i><span style="font-size: 10.0pt;">
</span></i><i><span style="font-size: 11.0pt;">as mulheres</span></i><i><span style="font-size: 10.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">Antônio F. de Castilhos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;"> 1865 </span><span style="font-size: 11.0pt;">contos</span><span style="font-size: 10.0pt;">
</span><i><span style="font-size: 11.0pt;">O Teles e o Tobias</span></i><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">A. Vieira<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1869 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> crônicas
A. Dinis Cruz e Silva<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;"> 1869</span><span style="font-size: 11.0pt;">
poesia <i> A F.X. de Novais</i> Francisco X
.Novais
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1870 </span><span style="font-size: 11.0pt;"> poesia <i>A Francisco Pinheiro Guimarães</i> F. P. Guimarães
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond; mso-bidi-font-weight: bold;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1870
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;">Sá de
Miranda </span><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1870 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> c</span><span style="font-size: 11.0pt;">rônicas</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
Correa
de Miranda</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [ <i>Vôos
do tambaqui</i> ] <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;">1871 </span><span style="font-size: 11.0pt;">crítica teatral </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">Júlio Dinis</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> [<i>As</i> <i>Pupilas do Sr</i>.<i> Reitor</i></span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> ]</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1872 </span><span style="font-size: 11.0pt;">crítica teatral
</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">A. Garret <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1873 </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">crítica teatral
</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> pde. Francisco Manuel de Melo
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1873 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">crítica
teatral </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> Pedreira Braga</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [“A um poeta morto</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">”].<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;">1874</span><span style="font-size: 11.0pt;"> crítica literária - </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> Sabbas da Costa</span><span style="font-size: 10.0pt;"> [<i>A</i> <i>Revolta</i> ]</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">1875 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">artigos;ensaios</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> </span><i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span></i><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">O Visconde
de Castilho</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">A.F. de
Castilho</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"> [</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">“</span><span style="font-size: 9.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">Ciúmes de bardo”; “Noite
do castelo</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">”]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
1876 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">Camões</span><span style="font-size: 10.0pt;">[<i>Os Lusíadas</i></span><span style="font-size: 11.0pt;"> ].</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> 1877 </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">A. Herculano</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> [ <i>E</i></span><i><span style="font-size: 10.0pt;">urico,um presbítero</span></i><span style="font-size: 10.0pt;"> ;<i>História de Portugal</i></span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 10.0pt;">________________________________________________________________________________________________________________ </span></i><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: "Bookman Old Style";"> </span></i><b><span style="font-size: 10.0pt; font-variant: small-caps; mso-bidi-font-family: "Bookman Old Style";">mr</span></b><span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i></span><span style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: #0400;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: #0400;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
</span><span lang="FR" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: FR; mso-bidi-font-family: Garamond; mso-bidi-font-weight: bold;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="FR" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: FR; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 8.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">. </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">.<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 8.0pt;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><i><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
</span><span style="font-size: 10.0pt;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;">
</span><span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-family: Garamond;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<i> <o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> <i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -18.0pt; text-align: justify; text-indent: 18.0pt;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
</span></i><span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> <i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <i> </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
</span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11pt;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11pt;"> </span><i><span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
</span></i><span style="font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11pt;">. <i> </i></span><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<i><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
</span></i><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 11pt;"> Texto que oferece aos
estudiosos amplo arsenal de elementos para uma reflexão, até mesmo de cunho
‘revisionista’, acerca da (até então e,de resto, quase consensualmente tida)
índole e perfil ‘monarquista-liberal’ machadianos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“(Graças ao jornal...)
completa-se a emancipação da
inteligência e começa a dos povos.O direito da força,o direito da autoridade
bastarda consubstanciada nas individualidades dinásticas vai cair. Os reis já
não têm púrpura,envolvem-se nas constituições. As constituições <span style="font-size: 11pt;">são os tratados de paz
celebrados entre a potência popular e a potência monárquica” [“O Jornal e o
Livro”, in Correio Mercantil, Rio de Janeiro :10-12.01.1859].<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn2">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 11pt;"> Encontro-me em trabalho
de finalização de livro a respeito de <i>O
Parahyba.</i><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn3">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 11pt;"> No estudo a que me
dedico, acerca das influências e orientações estrangeiras em Machado de Assis, foram
construídos <i>raisonnés</i> de todas as
citações e referências lusitanas em todas as obras – gênero por gênero --
machadianas , assim como os autores,obras e textos constantes de sua biblioteca
pessoal e aqueles lidos e consultados em acervos públicos.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn4">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 11pt;"> Como mencionado, a
constituição intelectual de Machado, assim como
sua capacidade formativa de leitores – aos quais transmitiu e
‘transferiu’, por via das citações e alusões, os elementos dessa constituição – é tema e conteúdo do estudo,
a ser livro, “A formação literária de Machado de Assis : fontes para biografia
intelectual”.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11pt;"> </span><span style="font-size: 11.0pt;">
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-size: 11pt;">
</span></i><i><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span style="font-size: 11pt;"> </span></i><span style="font-size: 11.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-right: -6.8pt; mso-layout-grid-align: none; tab-stops: 17.0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 11pt;"> Texto que oferece aos
estudiosos amplo arsenal de elementos para uma reflexão, até mesmo de cunho
‘revisionista’, acerca da (até então e,de resto, quase consensualmente tida)
índole e perfil ‘monarquista-liberal’ machadianos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“(Graças ao jornal...)
completa-se a emancipação da
inteligência e começa a dos povos.O direito da força,o direito da autoridade
bastarda consubstanciada nas individualidades dinásticas vai cair. Os reis já
não têm púrpura,envolvem-se nas constituições. As constituições <span style="font-size: 11pt;">são os tratados de paz
celebrados entre a potência popular e a potência monárquica” [“O Jornal e o
Livro”, in Correio Mercantil, Rio de Janeiro :10-12.01.1859].<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn2">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 11pt;"> Encontro-me em trabalho
de finalização de livro a respeito de <i>O
Parahyba.</i><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn3">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 11pt;"> No estudo a que me
dedico, acerca das influências e orientações estrangeiras em Machado de Assis, foram
construídos <i>raisonnés</i> de todas as
citações e referências lusitanas em todas as obras – gênero por gênero --
machadianas , assim como os autores,obras e textos constantes de sua biblioteca
pessoal e aqueles lidos e consultados em acervos públicos.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn4">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///C:/Users/Armando%20Pc/Desktop/MAURO/MA%20portugueses/artigo%20%20MA%20e%20portugueses%20nos%20peri%C3%B3dicos.doc#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 11pt;"> Como mencionado, a
constituição intelectual de Machado, assim como
sua capacidade formativa de leitores – aos quais transmitiu e
‘transferiu’, por via das citações e alusões, os elementos dessa constituição – é tema e conteúdo do estudo,
a ser livro, “A formação literária de Machado de Assis : fontes para biografia
intelectual”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText">
<br /></div>
</div>
</div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-15066234940005163952015-01-18T05:17:00.001-08:002015-01-18T05:17:36.255-08:00OUI, CE SONT CHARLIE- II<div class="MsoNormal">
<span style="color: #783f04;"><b>"<i>Humor te</i></b></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #783f04;"><b><i><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbtKprHRYBJShHNvdR7ThZprGkLnp7Cg9PtNrB24urCiJh-MSFz7uSEARxG0JLusbMEnQcGV1ARLNXm7FRxCS6HLHsVF5PPNEt51Csp-ViOUb6ElRv9X-UFqHKRlNKTLvBdYmXIoeGzeU/s1600/O+Rio+Nu++1903+II.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbtKprHRYBJShHNvdR7ThZprGkLnp7Cg9PtNrB24urCiJh-MSFz7uSEARxG0JLusbMEnQcGV1ARLNXm7FRxCS6HLHsVF5PPNEt51Csp-ViOUb6ElRv9X-UFqHKRlNKTLvBdYmXIoeGzeU/s1600/O+Rio+Nu++1903+II.JPG" height="320" width="223" /></a></i></b></span></div>
<span style="color: #783f04;"><b><i>m se ser
crítico, senão vira 'secos e molhados'; Imprensa tem de ser oposição, senão é
propaganda</i>". <span lang="FR">[ Millor
Fernandes]</span></b></span><br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="FR"><b> ___________</b>___________ <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nos jornais brasileiros do final
do século XIX e início do século XX, os leitores encontravam crônicas sobre a
cidade e ocorrências cotidianas, sobre os teatros e os eventos artísticos,
críticas literárias sobre obras recém publicadas, e sobretudo o folhetim,
estampado nos rodapés das folhas, contendo um romance, ou um conto, ou uma
novela. A rigor, desde mais intensamente a década de 1870, todos os periódicos
comportavam uma parte literária – a princípio, e sobremodo, essencialmente
dirigida ao público feminino, mas que no decorrer do tempo ampliando sua
audiência aos homens.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Paralelamente, a fim de atenuar
as ‘seriedade e gravidade’ de notícias (de ordem política, social, do cotidiano
da cidade, etc) e, ao mesmo tempo, quebrar um pouco da sisudez dos jornais --
típica da imprensa do século XIX -- ao arranjo gráfico uniforme, monótono e
maçante dos jornais, as matérias dispostas em colunas corridas, com títulos
discretos e sem muitos atrativos, começava a contrapor-se a tendência de
tratamento jocoso e satírico às matérias e textos publicados, o que além de
quebrar a austeridade editorial-gráfica, funcionava como chamariz para o
leitor, em especial o menos escolarizado e não-letrado. Necessitando de
encontrar recursos para atrair o leitor, as amenidades em forma de folhetins,
poesias e contos, acompanhados de farto material iconográfico, quebravam a
monotonia das linhas corridas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim, os registros cômicos
seriam uma das maneiras de representação de impasses e temporalidades diversas
da história brasileira, a partir no período inaugurado pela abolição e pela
República. Tais registros eram fruto de um círculo de humoristas concentrados
no Rio de Janeiro, desde então a efetiva capital cultural do país --
utilizando-se do humor para problematizar questões urbanas, administrativas e
sociais da capital do Império, satirizar instituições, ironizar fatos e
personalidades, e até ridicularizar os próprios leitores. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nesse contexto inseria-se
O RIO-NU, periódico bissemanal, exemplarmente integrado ao elenco que então
começara a sedimentar-se no jornalismo da recém-implementada República : a
imprensa de cunho arrivista, galhofeira, de humor malicioso, cáustico, com
tinturas de conotações sexuais e até mesmo pornográficas. Fundado em 1898,
circulou até 1916, dirigido por J. Brito, redigido por jovens integrantes da
denominada boemia literária da Belle époque, consolidou-se a partir de 1900 como
o principal representante, exemplo e referência para diversas outras
publicações do mesmo gênero coexistentes na época -- com farta matéria
iconográfica, e sobretudo espírito satírico, sarcástico, debochado,
iconoclasta. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
[ Arthur Azevedo em O Rio –Nu do
ano de 1903 – apenas publicado originalmente no jornal -- estará no livro que
preparei “ Contos e crônicas inéditos de Arthur Azevedo em <i>O Rio-Nu”</i> (a
publicar pelos 450 anos do Rio)</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O RIO-NU, 'frére hebdomaidaire'
do CHARLIE HEBDO</div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-68504371625188032732015-01-18T05:13:00.000-08:002015-01-18T05:13:57.973-08:00OUI, CE SONT CHARLIE - I<div class="_5pbx userContent" data-ft="{"tn":"K"}" style="background-color: white; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.38; overflow: hidden;">
<div style="display: inline; margin-top: 6px;">
<span style="color: #141823;"> </span><b><span style="color: #783f04;">"<i>Humor tem se ser crítico, senão vira 'secos e molhados'; Imprensa tem de ser oposição, senão é propaganda".</i> [</span></b></div>
<span style="line-height: 19.3199996948242px;"><b><span style="color: #783f04;"> Millor Fernandes] </span></b></span></div>
<div class="_5pbx userContent" data-ft="{"tn":"K"}" style="background-color: white; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.38; overflow: hidden;">
<span style="line-height: 19.3199996948242px;"><b><span style="color: #783f04;"> __________________________</span></b></span></div>
<div style="background-color: white; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px;">
</div>
<div style="background-color: white; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px;">
<form action="https://www.facebook.com/ajax/ufi/modify.php" class="live_10203407329006554_316526391751760 commentable_item autoexpand_mode" data-ft="{"tn":"]"}" data-live="{"seq":0}" id="u_jsonp_6_o" method="post" rel="async" style="margin: 0px; padding: 0px;">
<div class="_5pcp _5vsi" style="color: #9197a3; margin-top: 10px;">
</div>
</form>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p>Já se disse, e a vida , também
por que não a própria História, confirma isso, que nada é ao mesmo tempo mais
individual, cultural e universal do que o humor. Praticado em exemplos
clássicos desde a Antiguidade , pelo grego Aristofanes ou pelo latinos Plauto e
Terencio, na complexa Idade Média , do saxão Chaucer e do florentino Boccacio,
no profícuo Renascimento ,do espanhol Cervantes, do francês Rabelais, do inglês
Shakespeare, o riso acompanha o mundo e os homens nas formas,graus e jeitos
mais variados , mesmo que seja (diria eu, principalmente que seja) para a
humanidade gozar dela própria e sorrir, ou satirizar, ou pilheriar, ou debochar
da eterna tragédia humana.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É preciso por outro lado ficar
claro que o humor não se manifesta pela matriz básica da piada, da
gargalhada,do deboche , mas se expressa por tantos matizes -- como por exemplo
a irreverência, a paródia , a metáfora, a parábola, o tragicômico e o
melodramático, ou a sátira política, a crítica social e comportamental -- quanto
sejam adequados para retratar o ridículo,o patético . O humor, a História mais
uma vez nos prova, muitas vezes é muito perigoso, inúmeros são os casos
daqueles que, só para ficarmos no terreno da literatura, foram ‘retribuídos’
com prisão , ou exílio, ou desterro, ou morte : aliás, já que adentramos na
seara literária, convém lembrar que o humor na literatura é feito desde que o
mundo é mundo, por escritores, antigos, ocidentais, orientais, medievais,
renascentistas, clássicos, modernos, contemporâneos ,pós-modernos – e até mesmo
por aqueles tidos como sérios,sóbrios,sisudos,austeros, como se verá\lerá em um
inusitado caso aqui.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O que dizer então, nesse
particular, do brasileiro,cuja proverbial natureza bem-humorada [sic] faz
dele,ou fez dele, um estereótipo, aos olhos universais, da alegria em sua
conceituação mais original. Verdade ou mito, o sorriso, a anedota, a ironia, o
sarcasmo, a galhofa, a comicidade parece ter concedido uma espécie de ‘marca
registrada’ ao nascido, ou habitante, destes trópicos – sob tal ótica, nada
‘levistraussianamente’ tristes.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E o cômico brasileiro, assevera
ainda a cartilha, atinge sua mais perfeita tradução, ou expressão, no carioca,
a cidade do Rio de Janeiro erigida à capital da gargalhada nacional --
respeitadas evidentemente outras searas geográficas,e antropológicas, onde
também se pratica esse ‘esporte’ pátrio(como esquecer,por exemplo, Juó Bananére
e Alcântara Machado em São Paulo: Bernardo Guimarães em Minas Gerais:; Ascenso
Ferreira,e até Gilberto Freyre – sim ! -- em Pernambuco;QorpoSanto, no Rio
Grande do Sul; Gregório de Mattos – o irresistível “Boca do Inferno” -- na
Bahia :.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mais : dessa matriz da
irreverência , extrai-se a inevitável vertente fescenina, dito o fescenino como
licencioso, lascivo, devasso, obsceno, ou pornográfico mesmo , por vezes
escatológico, grotesco -- todos clandestinos no nascedouro e primeiros tempos
de existência, muitos deles de autoria anônima, somente depois identificados
seus autores verdadeiros, ‘não publicáveis’,escondidos e guardados a ‘setenta
mil chaves’, mantidos ou destruídos sob ação censória oficial,institucional ou
particular.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
fesceninos -- creio aqui muitos,
senão todos saberem --compõem o conjunto para livro que finalizo.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
´Charlie fescenino' é por exemplo
Bob -- pseudônimo de renomado, consagrado, canônico, clássico , e tido como
comportado, escritor brasileiro. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
.................................</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O pecado</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Bob</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A Anacleta ia caminho da igreja,
muito atrapalhada, pensando no modo porque havia de dizer ao confessor os seus
pecados... Teria a coragem de tudo? E a pobre Anacleta tremia só com a idéia de
contar a menor daquelas cousas ao severo padre Roxo, um padre terrível, cujo
olhar de coruja punha um frio na alma da gente. E a desventurada ia quase
chorando de desespero, quando, já perto da igreja, encontrou a comadre Rita.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Abraços, beijos... E lá ficam as
duas, no meio da praça, ao sol, conversando.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Venho da igreja, comadre
Anacleta, venho da igreja... Lá me confessei com o padre Roxo, que é um santo
homem...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Ai! comadre! — gemeu a Anacleta
— também para lá vou... e se soubesse com que medo! Nem sei se terei a ousadia
de dizer os meus pecados... Aquele padre é tão rigoroso...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Histórias, comadre, histórias!
— exclamou a Rita — vá com confiança e verá que o padre Roxo não é tão mal como
se diz...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Mas é que meus pecados são
grandes...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— E os meus então, filha? Olhe:
disse-os todos e o Sr. padre Roxo me ouviu com toda a indulgência...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Comadre Rita, todo o meu medo é
da penitência que ele me há de impor, comadre Rita...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Qual penitência, comadre?! —
diz a outra, rindo — as penitências que ele impõe são tão brandas!... Quer
saber? contei-lhe que ontem o José Ferrador me deu um beijo na boca... um
grande pecado, não é verdade? Pois sabe a penitência que o padre Roxo me deu?...
mandou-me ficar com a boca de molho na pia de água benta durante cinco
minutos...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Ai! que estou perdida, senhora
comadre, ai! que estou perdida! — desata a gritar a Anacleta, rompendo num
pranto convulsivo — Ai! que estou perdida!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A comadre Rita, espantada, tenta
em vão sossegar a outra:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Vamos, comadre! que tem? então
que é isso? sossegue! tenha modos! que é isso que tem?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E a Anacleta, chorando sempre:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Ai, comadre! é que, se ele me
dá a mesma penitência que deu á senhora, — não sei o que hei de fazer!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Porque, filha? porque?</div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Porque... porque... afinal de
contas... eu não sei como é que... hei de tomar um banho de assento na pia!..</div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-22427920748417318312014-12-29T12:24:00.000-08:002014-12-29T12:24:07.289-08:002014, um ano de ‘entradas na posteridade’— IV<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">significativo, histórico este ano – nele se dá
o 175º. aniversário de nascimento da maior figura da literatura brasileira. predestinado foi Machado de Assis naquele 21 junho 1839 quando vindo ao mundo
dos homens, na chácara do Livramento no Rio de Janeiro, abria as portas da
posteridade que se configuraria pelo supremo quilate de sua obra.</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> </span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><i>_______________<o:p></o:p></i></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i>Machado de Assis, esfinge de transcendência literária<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“Decifra-me – mas não te devoro”[<i>sic</i>] : parece dizer Machado de Assis,
dirigindo-se ao leitor.
Brincadeira, talvez... – mas
expressa uma espécie de lema machadiano a pautar as relações com aquele que o
lê.; Machado, na verdade, ‘brinca’ (no bom sentido), essencialmente na
crônica,no conto, até no romance, com aquele que o lê. Em seus textos, às
características de leveza de tom , fluência textual e estilística muito
próxima da oralidade, ironia satírica e pilhéria, metáfora e paródia, alia-se a
presença incisiva dos admiráveis elementos machadianos do disfarce, da
dissimulação, do subterfúgio, da sutileza, postos como desafios ao leitor.. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A nem sempre linear narrativa,
ficcional ou não-ficcional – na crônica, por exemplo, nela predominante a “arte
das transições”, levada a extremos no unir tópicos aparentemente distintos, um
parecendo não ter nada a ver com outro, mas que justapostos oferecem um
resultado surpreendente; no conto,
oferecidas explícitas ou veladas armadilhas retóricas e significados ocultos -- tem seu
trajeto ‘amenizado’ para o leitor
, primeiro desviando-o do tema principal, depois retornando e
reintegrando-o,numa espiral de circularidade muitas vezes nem percebida de
todo. Machado esconde ou disfarça uma
parte da verdade e desafia o leitor a descobri-la e fazê-la emergir -- o
conhecido narrador machadiano, o ‘narrador volúvel’, presente tanto na ficção
quanto na não-ficção..</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sua
obra parece sempre ‘pronta’ a oferecer e
revelar surpresas – não fosse ele autêntico mestre do subterfúgio, da
dissimulação, da sutileza, do disfarce e do enigma, inclusive por meio de
outras de suas peculiaridades, o uso do anonimato e do pseudônimo: foram quase
40 assinaturas em contos (como eram publicados em folhetins, por vezes uma
assinatura diferente para cada capítulo) e em crônicas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um, ou <i>o</i>, Machado ‘misterioso’ fez
seu debut literário, por assim dizer, logo em seu primeiro livro publicado, <i>Queda que as mulheres têm pelos tolos</i>,
em 1861 (antes, nesse mesmo ano,
veiculado em folhetins <st1:personname productid="em A Marmota" w:st="on"><st1:metricconverter productid="em A Marmota" w:st="on">em <i>A
Marmota</i></st1:metricconverter></st1:personname><i>)</i>. Obra de extrema representatividade histórico-literária na
produção machadiana, revestida de características especiais de definição
genérica, conotação autoral, geradora de polêmica entre machadianos e de
fundamental, crucial relevância pelo que contém, e projeta, de elementos e
concepções que pautariam toda sua ficção literária.</div>
<div class="MsoBodyText">
<span style="font-family: Garamond; font-size: 12.0pt;">Além
de abrigar um conjunto de peculiaridades que a fazem única e diferenciada.A
primeira de suas peculiaridades refere-se ao fato de ter despertado ao longo do tempo – não tanto
quando de sua publicação – dúvidas, daí uma salutar (culturalmente falando)
polêmica, quanto à sua condição de criação original ou tradução de Machado de
Assis,contendo em si, portanto, uma conotação de mistério,dúvida e polêmica,
que de resto apenas corroboram, por assim dizer, o ‘espírito’ machadiano de
fazer literatura. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Outra das particularidades --que se percebe de imediato – reside em
não constituir-se em um gênero definido, difícil de classificar nos
moldes tradicionais, aproximando-se mais de uma sátira e menos de um ensaio,
muito longe de ser um romance,uma novela, um conto ou uma crônica. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sobretudo a multiplicidade da representatividade
histórica de <i>Queda que as mulheres têm
para os tolos</i> expressa-se em especial por deflagrar um elo de interações, afinidades e
intertextualidades , prenunciando,anunciando, antecipando e consubstanciando em
sua forma,linguagem,estilo e conteúdo muito
do que viria a seguir na lavra ficcional do autor. Que elos de
intertextualização são esses ? <i>a</i>)
como suposta tradução, inserida na
produção machadiana, constitui manifestação pioneira do conceito da tradução, a
incorporar a célebre “teoria do molho” ,
reaplicada e reutilizada numa perspectiva das teorias do comparatismo
elaboradas por ele próprio, em muitos
aspectos antecipadora da vertente atual dos estudos de Literatura Comparada ; <i>b</i>) a ‘teoria amorosa’ desenvolvida em
“Desencantos”, em <i>Ressurreição</i>, e chegando a <i>Dom Casmurro</i> –
o livro inaugural interagindo com a
primeira peça teatral, com o primeiro romance e
com a <i>opera-mater</i> : em todas
elas, a ‘ideologia’ da dubiedade,
da ambigüidade, da dicotomia ; <i>c</i>) a mulher como protagonista
primordial da ficção machadiana ,que
traz para o centro das discussões, o feminino e a questão da sexualidade feminina : nenhum escritor de seu tempo ‘edificou’ tanto a mulher como personagem
capital e <i>leitmotiv</i> básico de seus textos
como Machado ,que escrevia sobre mulheres e para mulher ; <i>d</i>)
a tríade tolo -- mulher -- homem de espírito , que
permeia toda a ficção machadiana, sob uma teia dramatúrgica presente em
contos e romances ao longo do tempo e da evolução literária de Machado
,transportando a 'ideologia' de <i>Queda que
as mulheres têm para os tolos </i> para
muitas das obras posteriores.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em se tratando de Machado,
sabemos tudo ser possível – o feito pelo não-feito, o criado pelo traduzido, o
escrito pelo não-escrito. A alimentarem
especulações, ilações e interpretações em torno não apenas de <i>Queda que as mulheres têm pelos tolos, </i>a
rigor, um prenúncio do que se desenrolaria na produção literária de
Machado, mas de várias outras obras,
entre dúvidas , sutilezas e enigmas, disfarces
e subterfúgios -- que não faltam na obra e na carreira literária machadiana.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
‘Mistérios’, subterfúgios,
disfarces, ‘jogos com o leitor’ à parte,
na verdade, sempre existiu em Machado um notável e meticuloso experimentador
-- mutável na utilização de
formas,estilos e modelos -- mas
absolutamente seguro,determinado e consciente.. Ao longo do tempo, sempre preocupou-se com configurações para sua obra –
essencialmente, tanto o conto quanto a crônica foram notáveis e eficazes
terrenos de experimentações narrativas, nelas se revelando uma seqüência
notável de exercícios formais,estilísticos, de linguagem e de enfoque ao longo
de sua produção e evolução literárias.. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Evolução literária machadiana que
desenvolveu-se ao longo de sua vida
literária (e pessoal) como um todo coerente e consistente – obediente a escalas
e estágios – mediado por um período de marcante inflexão que antecede o que se
convencionou denominar ‘o grande salto’, a grande mudança -- que tanto instiga
estudiosos, pesquisadores,historiadores, críticos ; e leitores, claro. Inflexão
que, a par de contribuir positivamente para a análise e interpretação adequadas
da trajetória machadiana, em
contrapartida serve para sedimentar um conceito, ou avaliação, de muitas
formas discutível : a divisão da obra --
ficcional e não-ficcional -- de Machado em duas fases ,o ‘aprendizado’ <i>versus</i> a ‘maturidade’, a ‘formação’ <i>versus </i> a ‘radicalização’.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Para de uma vez por todas reformular
o conceito estabelecido sobre tal
dicotomia : a obra machadiana submete-se
a estruturas básicas que se superpõem, se interligam e se renovam “<i>como um todo coerentemente organizado(...) à
medida que seus textos se sucedem cronologicamente certas estruturas primárias
e primeiras se desarticulam e se rearticulam sob forma de estruturas
diferentes,mais complexas e mais sofisticadas</i>”, sentencia Silviano
Santiago. Na verdade, a estética ficcional e não-ficcional e o pensamento literário machadianos não podem
nem devem ser tão facilmente encaixados
nesses dois blocos distintos, até porque
se desenvolvem e se coadunam concomitantemente,seguindo, ambos, vis a vis,a
mesma linha no decorrer de toda sua carreira,apenas sedimentando-se e
amadurecendo consistentemente pós-1880 e nas obras seqüentes -- o romance <i>Memórias póstumas de Brás Cubas</i><b> </b>(1881) e a coletânea de contos <i>Papéis avulsos</i> (1882), como
incontestáveis epígonos da transformação.</div>
<div class="MsoCommentText" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;">Nítida
e lídima é</span><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;">a relação-interação entre a
mudança do contexto político-social do Brasil do século XIX – notadamente a
partir de 1871 -- e as transformações formais e de conteúdo da obra machadiana,
em cujo cerne encontrava-se o pensamento político-histórico sobre o Brasil --
haja vista a extrema ‘presença’ da política,e do lúcido olhar para ela -- que
permeou e sedimentou a totalidade quer da</span><span style="font-size: 12pt;">
</span><span style="font-size: 12pt;">ficção quer</span><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;">da não-ficção,</span><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;">numa espécie de espinha-dorsal, no decorrer
de todas as ‘fases’ e estágios de sua trajetória literária.Machado percebeu
nitidamente a necessidade de fazer algo mais diferenciado –</span><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;">no plano estritamente literário, tanto do</span><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;">Romantismo</span><span style="font-size: 12pt;">
</span><span style="font-size: 12pt;">ainda vigente (para ele, já “acabado”) quanto do</span><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;">Realismo-Naturalismo, que então impunha
narrativas e descrições ao mesmo tempo minuciosas e contundentes da vida real (
via de regra surpreendendo,e muitas vezes ‘assustando’, o público-leitor);</span><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;">no plano histórico,</span><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;">em função da própria mutação política e
social que o país</span><span style="font-size: 12pt;"> </span><span style="font-size: 12pt;">experimentava .</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
‘Dinâmico’ na construção e
sedimentação de sua vida literária,
obediente a um consciente,coerente e
consistente processo evolutivo, de ‘camadas’
superpostas, interligadas e re-articuladas ; ‘misterioso’, ‘enigmático’,
disfarces e subterfúgios postos a serviço e uso da criação ficcional e
não-ficcional – sempre ‘pronta’ a revelar surpresas(e inéditos...)-- Machado de
Assis e sua magnífica obra exemplificam e emblematizam à perfeição a sentença
do crítico e ensaísta Alcides Villaça: “<i>é
papel da Literatura dar expressão ao que não a tem, revelar disfarçadamente o
que se disfarça de fato</i>”. A relativização de valores constituía-se numa
estratégica de Machado para levar adiante seu projeto literário, e certa
contundência de suas relativizações, não
conclusivas em si mesmas,
propicia e estimula de resto reflexões e interpretações que servem para
valorizar e enriquecer mais e mais,através dos tempos, sua grandiosa obra literária.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na qual evidencia-se e
sedimenta-se o vaticínio que ele mesmo formulou:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“<i>A literatura, como Proteu, troca de
formas, e nisso está a condição de sua
vitalidade.</i>”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsXt-TmHrAMuM3D5vRBCho3NFZnORIxqxC8QD37_NWlI-C962qg8LJMONVZtb9gtFxH6rGJ6OoONbHdloUv3HLMZOcrh1N1JLu9IAnEn3ooS1TzYvYXuewWBdqiXpYtpffZ21rr38wnmA/s1600/MA+raro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsXt-TmHrAMuM3D5vRBCho3NFZnORIxqxC8QD37_NWlI-C962qg8LJMONVZtb9gtFxH6rGJ6OoONbHdloUv3HLMZOcrh1N1JLu9IAnEn3ooS1TzYvYXuewWBdqiXpYtpffZ21rr38wnmA/s1600/MA+raro.jpg" height="320" width="231" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-41963011164034911072014-12-21T06:02:00.001-08:002014-12-21T06:02:13.230-08:002014, UM ANO DE ‘ENTRADAS NA POSTERIDADE’—III<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjNVBmh9yNjXTE_pWxHsR95H5-7o7suAeDOPshSrSwM4_wUeEf_F98TDgNqanIiAj02VOt7E2N7-Ay3Qis4upBf5K1noKyzmciYpFBPzKvrWxsTNsbcbaJlFulioFoj3nS7IjoifXzU_o/s1600/Coelho+Netto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjNVBmh9yNjXTE_pWxHsR95H5-7o7suAeDOPshSrSwM4_wUeEf_F98TDgNqanIiAj02VOt7E2N7-Ay3Qis4upBf5K1noKyzmciYpFBPzKvrWxsTNsbcbaJlFulioFoj3nS7IjoifXzU_o/s1600/Coelho+Netto.jpg" /></a></div>
<b><i><span style="color: #783f04;"><span style="background-color: white; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">As outras facetas de Coelho Neto</span></span></i></b><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">Coelho Neto (1864-1934) abriga duas marcas de efemérides, neste 2014 : sesquicentenário de seu nascimento (1864), 80 anos de morte (1934).</span><br style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;" /><span style="background-color: white; color: #141823; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">* [por essa dupla sig</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">nificância, publico pela Academia Brasileira de Letras a coletânea de contos , na verdade quase crônicas, A cidade maravilhosa, rigorosamente a última obra ficcional do escritor, de edição original pode-se dizer rara pois publicada apenas em 1928; do mesmo modo, algo inusitada, pois revela em Coelho Neto um afastamento definitivo das linhas do naturalismo e do regionalismo que conferiu e com as quais pautou e pontuou os contos escritos em períodos e fases imediatamente anteriores a estes: nos contos denotam-se nitidamente, uns mais outros menos, claros vieses e cunhos essencialmente reflexivos, mais discursivos e dialéticos e menos descritivos, sob um fluxo algo filosófico de expressão e formalização de pensamentos, interpretações, especulações intelectuais -- ainda que exibam e sejam permeados por manifestações do ‘parnasianismo’ marcantes genericamente de sua escrita , desde sempre ].<br /><br />Ao pesquisar e estudar Coelho Neto para o livro que publiquei em 2010, acerca do antagonismo com Lima Barreto, já tivera a atenção despertada – sem poder então dedicar-me e aprofundar-me nisso – para as crônicas do escritor, bem mais conhecido (e pouco valorizado) por romances,contos,teatro e mesmo artigos na imprensa pautados, pelos estilo e escrita que tão ‘ácidos’ comentários críticos,desairosos mesmo, provocaram p. ex. em Lima Barreto durante a ‘convivência’ dos dois – década de 1910 (e os dois primeiros anos dos 20,uma vez Lima ter morrido em 1922) – nos modernistas,a partir da década de 1920, e nos analistas e leitores de hoje.<br /><br />O que pouco, muito pouco se conhece – até porque raramente divulgado e estudado—é justamente o Coelho Neto cronista, ‘fértil’ cronista diga-se, pois bastante alentado o acervo de sua produção em jornais e revistas ao longo de quase 50 anos.<br />E o que menos,muito menos ainda se sabe, é o quanto ,e como, Coelho Neto tratou, em determinadas séries de crônicas, da... política de seu tempo. Registrou e legou importante testemunho textual sobre momentos e processos de grande importância na história brasileira do final do século XIX e primeiras décadas do século XX – e relevante observar : face a seu grande poder de comunicação,por via de uma linguagem assimilável pelo leitor e mercê do prestígio que foi angariando no decorrer dos anos, procurou levar a camadas de público normalmente distantes dos fatos políticos não apenas registros e retratos mas sobretudo comentários pessoais sobre a realidade então vigente. Coelho Neto, a propósito, expressou em entrelinhas logo na primeira das séries seu entendimento de que somente pela crônica – deixava então de se dedicar apenas à ficção (antes, publicara alguns contos no mesmo veículo no qual se iniciaria na crônica) poderia levar a literatura a “um meio despreparado para recebê-la e entendê-la,face ao atraso e ignorância de um público distante das letras” [sic], ao mesmo tempo fazendo da crônica um canal direto de intervenção social. .<br /><br />Basicamente, são quatro os conjuntos cronísticos nos quais Coelho Neto tratou de temas e questões políticas poemas e contos de verdadeiros libelos contra a escravidão e a favor da República: a par de muitas considerações e apreciações passíveis – e necessárias – de a eles se fazerem, esses conjuntos cronísticos , com seus respectivos enfoques político e social , afastam-se sensivelmente das características mais marcantes da prosa de Coelho Neto.<br /><br />De um modo geral, os estudiosos da literatura brasileira concordam em que ninguém como Coelho Neto encarnou “mais dramaticamente” o problema da forma. Romântico por inclinação e formação natural, realista em algumas obras, simbolista em outras, sobretudo parnasiano na essência da maioria de seus escritos, a Coelho Neto na verdade nunca faltou capacidade criadora, mas ele próprio a relegou a segundo plano em sua obsessão da escrita de efeito, obsessão que o levou a procurar seguir todas as correntes literárias das épocas em que viveu : somente no fim da vida rebelou-se contra a moda e os modismos.<br />Coelho Neto incorporou e personificou como nenhum outro múltiplas, e indubitavelmente conflitantes, características e propósitos , “querendo ser primitivo e heleno, colher motivos em lendas nórdicas e orientais, exprimir a natureza de sua terra e a gente contemporânea, fazendo isso tudo menos por curiosidade intelectual do que pelo prazer de ouvir soarem vocábulos exóticos ou onamotopaicos”, sentenciou Lúcia Miguel Pereira.<br />Por força do culto ao virtuosismo, “deixou-se dominar pela palavra, em lugar de dominá-la”,observou ela em artigo publicado na Gazeta de Notícias, de 9 de dezembro de 1934, exatos 10 dias depois da morte do escritor : “Sua obra visava à fruição estética e, mesmo quando incluía um conteúdo social pendia para o artificialismo, porque tomou o meio pelo fim, confundiu expressão e idéia; suas fases prolixas, difusas, onde a função do adjetivo é muito mais importante que a do substantivo, revelam a tendência a impressionar-se excessivamente com os detalhes, a sentir mais o aspecto exterior das coisas que a sua essência, ao mesmo tempo em que seus vocábulos raros traduzem o gosto pelo bonito, pelo brilhante; a força interior, a obedecer enfim a todas as exigências da moda”.</span>mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-70814951216953395932014-12-21T05:59:00.001-08:002014-12-21T05:59:27.676-08:002014, UM ANO DE ‘ENTRADAS NA POSTERIDADE’—II<div class="_wk _5rny attachmentUnit" style="background-color: white; border-left-color: rgb(192, 201, 221); border-left-style: solid; border-left-width: 2px; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px; margin: 0px 0px 12px -9px; padding: 5px 0px 5px 8px;">
<div class="userContentWrapper">
<div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_5496d0790bc366822455665" style="display: inline;">
<b><i><span style="color: #783f04;">Laurindo Rabello: ultra-romântico; “poeta lagartixa”; “o Bocage brasileiro”</span></i></b><br /><br /><span style="color: #141823;">“Que homem é esse?” assim exclamou, surpreendido, Antônio Álvares da Silva ao ver Laurindo Rabello pela primeira </span><span class="text_exposed_show" style="color: #141823; display: inline;">vez. E então observou : “língua desempeçada a cortar pelo mundo com um desembaraço ; com o maior sangue frio saltava por cima de certos respeitos e deferências, em uma linguagem que eu nunca tinha ouvido. O mais é que eu, tal era a minha comoção, não podia deixar de ouvi-lo, preso, encadeado, como me achava, a uma palavra rápida, correta, fluentíssima e cáustica que fascinava. “<br />Quem foi, enfim, Laurindo Rabello ?<br />Foi renomado poeta romântico -- embora no delineamento dos autores e obras representativos do romantismo literário brasileiro, normalmente não está incluído como dos grandes nomes, ao lado de Gonçalves Dias, Gonçalves Magalhães, Fagundes Varela, Casimiro de Abreu, Castro Alves, por exemplo; mas deveria, sob todos os aspectos,sentidos e pontos de vista ter lugar honroso nos manuais canônicos de Literatura brasileira.<br />Laurindo foi dos mais famosos e estimados poetas brasileiros do seu tempo, mercê de acentuado teor de crítica social e diversidade temática nos variados estilos lírico, burlesco, épico, satírico, presentes em suas composições; notabilizando-se também pela habilidade para atacar e satirizar poeticamente as autoridades, e pelos exercícios poéticos de cunho obsceno -- nos “Poemas livres”, editados postumamente em 1882 , daí cognominado "o Bocage brasileiro", assim designado pela fértil acervo poético de cunho obsceno, erótico, pornográfico, fescenino, produzido mesmo em pleno romantismo literário brasileiro, de resto ‘púdico’, ‘sisudo’, rigorosamente balizado pela moral oitocentista.O autor desses impactantes poemas, vítima de leituras no mínimo incompletas de sua produção literária, teve esse grupo sumariamente expurgado das sucessivas edições de suas obras.<br />A par do próprio quilate de sua poética romântica, de grande , e qualitativa, diversidade temática nos variados estilos lírico, burlesco, épico, satírico, e erótico e obsceno , aliada a acentuado teor de crítica social, presentes em suas composições, o atributo que mais impressionava seus contemporâneos fosse o talento para os improvisos – repentista, compositor e cantor de modinhas e lundus , bem recebido e aclamado em todos os salões, “o desejado de todas as reuniões sociais e musicais”.<br />Laurindo Rabello tocava piano e violão, repentista, compositor e cantor de modinhas e lundus, sua popularidade estendendo-se por toda a cidade do Rio de Janeiro, era a figura principal da época, em torno de quem por cerca de 20 anos “girou o movimento harmonioso de nossas canções”.Daí carinhosamente apelidado “o poeta lagartixa”, pela maneira espontânea e alegre de viver, o jeito desengonçado de se trajar, andar e comportar.<br />Tamanha sua importância literária e intelectual que foi profunda e intensamente comentado por críticos proeminentes entre outros como Silvio Romero, José Veríssimo, Alfredo Bosi, Antonio Candido .Tal sua relevância bibliográfica, formidável é o volume de sua produção poética , seja assim propriamente dita, seja em composições musicais, publicadas, notadamente pos-mortem : são 13 obras poéticas, 11 antologias específicas, 1 seleta e 16 coletâneas de modinhas,lundus e canções -- além do conjunto fescenino , reunido nos “Poemas livres”.<br />Depois de morrer – em 1864, estamos pois no sesquicentenário de sua morte -- pouco a pouco, o nome de Laurindo Rabello embaçou-se e caiu no esquecimento, por vezes recebendo apenas menção de um estudioso, ou crítico, ou historiador da literatura brasileira.<br />* [ justamente por tal sesquicentenário, preparei duas obras (ainda a editar e publicar) : “Inéditos de Laurindo Rabello”, abrigando cinco poemas, um folhetim, uma modinha e um lundu, e “Laurindo Rabello fescenino”( este, na verdade o 1º. volume de um conjunto de obras e textos de mesmos teor, timbre e tom, escritos por renomados, consagrados, canônicos, ‘comportados’ escritores brasileiros clássicos), expondo 38 poemas “licenciosos, voluptuosos, obscenos”.<br />dupla homenagem,portanto : de um lado sejam dados ao conhecimento público os textos, até então inéditos em livro ou outro suporte, apenas publicados originalmente em periódicos de época; de outro, faça-se conhecer – e entreter -- os “Poemas livres”,publicados postumamente (1882) e de imediato colocada esta até então única e restrita edição no limbo das obras proibidas, censuradas, escondidas, confinadas aos porões do esquecimento literário.].<br /> <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1bUSsyuHoSxKtEDIbzXQrbyzvDogsiSAVgvQ-4-0nRcIA8fSRSwxjaktaX2geVY1jKnxUXqGE2r9f4mR6zgZJ9jJKqVMGURKNCdfYpovwvOy-BYXpksAwAsMJmA49Dd-YwKMcEp04UwA/s1600/Laurindo+Rabello.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1bUSsyuHoSxKtEDIbzXQrbyzvDogsiSAVgvQ-4-0nRcIA8fSRSwxjaktaX2geVY1jKnxUXqGE2r9f4mR6zgZJ9jJKqVMGURKNCdfYpovwvOy-BYXpksAwAsMJmA49Dd-YwKMcEp04UwA/s1600/Laurindo+Rabello.jpg" /></a></div>
...................................<br /><br />Eu possuo uma bengala<br /><br /><i>Eu possuo uma bengala<br />Da maior estimação,<br />É feita da melhor cana<br />E tem o melhor castão.<br /><br />A minha bela caseira<br />Toda inteira se arrepia<br />Quando três vezes por dia<br />Dou bengaladas nela.<br />remate (refrão : Lhe ficando a bengalada...<br /></i>-- lundu composto e cantado por Laurindo Rabello – e sempre pedido em suas apresentações e participações em salões, festas,eventos,etc; o remate, qual refrão, provocava na platéia “apartes picantes, imaginação lasciva e muita hilariedade...”</span></div>
</div>
</div>
<a ajaxify="/394367320630177/photos/a.396560657077510.89500.394367320630177/801738786559693/?type=1&relevant_count=1&src=https%3A%2F%2Ffbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net%2Fhphotos-ak-xap1%2Fv%2Ft1.0-9%2F10678714_801738786559693_8549792957842453233_n.jpg%3Foh%3D95ead16dbe1372c378a974ac77aaeec0%26oe%3D5537406B%26__gda__%3D1426806199_d21ef21166d9866ccb1f3a3b4227c342&size=104%2C132&fbid=801738786559693&source=9&player_origin=pages" class="photo photoWidth1 _4dsy belowUnitContent" data-ft="{"tn":"E"}" data-gt="{"fbid":"801738786559693"}" href="https://www.facebook.com/394367320630177/photos/a.396560657077510.89500.394367320630177/801738786559693/?type=1&relevant_count=1" rel="theater" style="background-color: white; color: #3b5998; cursor: pointer; display: block; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; margin: 0px -9px; text-decoration: none;"></a><br />
<div class="letterboxedImage photoWrap" style="background: rgb(246, 247, 248); height: 132px; position: relative; width: 504px;">
</div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-27090437054292568302014-12-06T05:29:00.000-08:002014-12-06T05:29:35.113-08:00Humberto de Campos -- 80 anos depois<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #783f04;"><i><b>neste 05 dezembro, em 1934, morria Humberto de Campos, um dos mais ativos e profícuos escritores de seu tempo -- inclusive dono de uma verve satírica demolidora ,até mesmo contra seus pares e amigos literatos, e em especial de uma 'veia' fescenina (que na verdade era do Conselheiro XX, presente estará em meu livro com os fesceninos)</b></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #783f04;"> ____________________________________</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i>As cruzes</i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As senhores grazinavam, como
periquitos em roçado, em torno da mesa do chá, quando Mme. Gama Simpson se
curvou, rindo com alarido, sobre a toalha de linho bordada de cegonhas
vermelhas, numa escandalosa explosão de alegria.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Segurando em uma das mãos a taça
de porcelana e na outra, fechadinha como um botão de rosa, uma torradinha cor
de ouro, a linda criatura ria despreocupadamente, agitando-se na cadeira,
quando, com o movimento do corpo, lhe saltou do colo de neve e rosa, pela
janela de seda do decote, a sua custosa cruz de brilhante, fugindo-lhe para o
ombro, com o risco de perder-se.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Cuidado com a cruz, madame! —
avisou, atencioso, do outro lado da mesa, o conselheiro Atanásio, que
observava, sem perder um movimento do solo, as ondulações do Calvário e os
arredores da Jerusalém.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
D. Lisete olhou o decote, apanhou
a cruz fugitiva, e, aconchegando-a à carnem rosada, queixou-se, risonha:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Também, que idéia esta, de
inventar cruzes para o colo da gente!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Vossa Excelência não sabe,
então, o que elas significam, na opinião de Tabarin?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As senhoras mostraram-se curiosas
de conhecer a origem daquele costume, e o antigo palaciano começou, medindo as
palavras:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Na Idade Média, quando eram
deficientes os meios de comunicação de cidade para cidade, de aldeia para
aldeia, de um castelo para outro castelo, os monges, que dominavam nos países
barbarizados da Europa tomaram a si a incumbência de marcar os caminhos, cujas
direções eram assinaladas por meio de cruzes. Ao deparar, na mata ou na
montanha, um destes símbolos da cristandade, o viajante já sabia que não errara
o seu roteiro, e que a estrada era, mesmo, por ali...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Mas... - interrompeu,
impaciente, Mme. Souza Batista.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Espere... - implorou o
conselheiro.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E continuou:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Mais tarde, com o advento das
modas femininas, e com o aproveitamento, por parte das mulheres, de todas as
conquistas do homem, entenderam elas de utilizar o mesmo símbolo, com a mesma
significação.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— A cruz no colo das mulheres
quer dizer, então, alguma coisa? — interrompeu, franzindo a testa, Mme.
Werther.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Evidentemente, minha senhora! —
tornou o conselheiro.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E explicou:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Elas estão dizendo, como nas
montanhas antigas, que... o caminho é por ali!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando o conselheiro terminou a
sua narrativa, Mme. Simpson procurou a sua cruz de brilhantes, e tomou um
susto. Com os seus modos estabanados, a cruz havia, de novo, abandonado o
decote, e fugido para trás...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;">______________</span><span style="background: black; border: 1pt none black; font-size: 0pt; padding: 0cm; text-align: center;"> </span><img height="18" src="file:///C:/Users/Mauro/AppData/Local/Temp/msohtml1/01/clip_image001.gif" style="text-align: center;" v:shapes="_x0000_i1025" width="18" /><span style="text-align: center;">______________</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i>Ferrabrás<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O coronel Otaviano de Meireles,
comandante de um batalhão da Guarda Nacional aquartelado em Niterói, era
conhecido em toda a cidade pela sua valentia, e, em especial, pela sua
intransigência em questões de honra. Casado com uma das senhoras mais formosas
do bairro, era tal o pavor infundido pelo seu nome, que ninguém se atrevia,
sequer, a levantar os olhos para a sua cara metade. Aquele que tal fizesse,
era, na opinião de toda a gente, um homem liquidado.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Foi por esse tempo, e quando mais
se acentuava, em toda a praia de Icaraí, a fama da coragem do coronel, que
passou a residir na vizinha capital o jovem advogado Dr. Otacílio Fernandes,
que não era coronel, nem major, nem capitão, nem tenente, mas fora, sempre, um
dos mais famosos namoradores de Niterói.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Proprietário do prédio em que o
coronel residia, não foi necessário grande esforço da parte do moço para travar
amizade com o inquilino; e esta foi tão rápida, e tão sincera, que, uma semana depois, era o Dr.
Otacílio convidado para um almoço, no primeiro domingo, na residência do brioso
militar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Chegado o dia, lá estava, na
praia de Icaraí, o jovem capitalista. Risonho, amável, dissimulando com um
sorriso gentil a austeridade da sua fisionomia marcial, correu o dono da casa
ao portão, para receber o convidado e fazê-lo subir até à sala, onde madame já
o esperava, obsequiosa e linda, com o rosto a emergir, como uma grande rosa,
das espumas de neve do seu elegantíssimo "peignoir" de linho e renda.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— O Dr. Otacílio Fernandes —
apresentou o coronel.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E ao recém-chegado:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Minha esposa...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Minutos depois, sentados à mesa
redonda, em que havia apenas três talheres, a palestra corria jovial, feliz,
entre petiscos saborosos e sorrisos significativos, quando o telefone tilintou.
Era o procurador do coronel que reclamava a sua presença, urgente, na estação
das barcas, para ultimação de um negócio inadiável.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Diabo! — exclamou o bravo
militar. Tenho de ir, não há remédio!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E virando-se para o capitalista,
enquanto desamarrava o guardanapo:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Esteja à vontade, doutor. É
questão de meia hora. Fique por aí; eu não demoro!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E para a esposa:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Orminda, faze as honras da
casa; eu venho já!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mal o coronel tomou o bonde, duas
taças se chocavam no ar, por cima da mesa, festejando ruidosamente aquele
encontro, há tanto desejado. E de tal forma foi a saudação, que, ao reentrar em
casa, o coronel foi encontrar os dois no seu gabinete, num colóquio de
excessiva intimidade. Apanhado em flagrante, o advogado pôs-se de pé, lívido.
Apoiado na porta, que empurrara, o coronel encarou-o trovejando:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Sim, senhor, Sr. Dr. Fernandes!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pálido, trêmulo, o advogado
lembrou-se da fama do coronel, e sentiu que chegara a última hora da sua vida.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Sim, senhor! — tornou o
militar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E abrandando a voz:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
— Você não tem medo de uma
congestão?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p><span style="text-align: center;">______________</span><span style="background: black; border: 1pt none black; font-size: 0pt; padding: 0cm; text-align: center;"> </span><img height="18" src="file:///C:/Users/Mauro/AppData/Local/Temp/msohtml1/01/clip_image001.gif" style="text-align: center;" v:shapes="_x0000_i1025" width="18" /><span style="text-align: center;">______________</span> </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i>Resposta difícil<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Rosto em fogo, cabelos em
desalinho, Dr. Atanásio, que acaba de entrar da rua, passeia nervosamente de um
lado para outro no seu gabinete de trabalho, agitando nas mãos crispadas uma
carta que acabara de receber no escritório, e que fora, para ele, uma punhalada
no coração. À sua frente, no canapé de couro escuro, tauxiado de prata polida,
a jovem D. Eleonora esconde a face lavada de lágrimas nas duas conchas das mãos
cor de neve, soluçando de vergonha e de susto no horror daquela situação.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- E dizer-se que eu confiava em
ti, tua honra, no teu amor, e que estava <st1:personname productid="em S. Paulo" w:st="on">em S. Paulo</st1:personname> tranqüilo, sereno, na certeza de que
procedias, aqui, com seriedade. com dignidade, com a correção que me havias
jurado, de joelhos, diante de Deus!... - geme, quase chorando, o pobre esposo
desesperado.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Madame procura, como um náufrago
na tormenta, uma frase com que inicie a desculpa impossível, mas o marido
atalha, agitado, com os olhos em chama, forçando-a a esconder, de novo, a
cabeça entre as mãos:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Que vergonha, meu Deus! que
vergonha, agora, para mim!... Nunca mais, na minha vida, poderei levantar o
rosto diante desta sociedade, que conhece, que sabe, que testemunhou,
impassível, o teu crime, a lama que atiraste sobre o meu nome!...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Enfiando os dedos na cabeleira
grisalha, passadas largas, o notável advogado mede, cada vez mais nervoso, a
extensão do gabinete, cujos tapetes lhe abafam os passos, quando, de repente,
pára, e reclama, cerrando os punhos:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Confessa-me. afinal: quando
foi que aquele miserável, abusando da tua fraqueza, e aproveitando a minha
ausência, penetrou nesta casa?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Adivinhando nessa pergunta um
caminho para a reconciliação, D. Eleonora levanta o lindo rosto ensopado de
lágrimas, e, fixando os grandes olhos úmidos nos olhos ardentes do marido,
indaga, apenas, pronta para uma explicação:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Qual?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p><span style="text-align: center;">______________</span><span style="background: black; border: 1pt none black; font-size: 0pt; padding: 0cm; text-align: center;"> </span><img height="18" src="file:///C:/Users/Mauro/AppData/Local/Temp/msohtml1/01/clip_image001.gif" style="text-align: center;" v:shapes="_x0000_i1025" width="18" /><span style="text-align: center;">______________</span> </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i><br /></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i>Obediência<o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mal saída do colégio, para onde
entrara ainda criança, isto é, desde que o pai, o comendador Anacleto,
enviuvara, foi a encantadora Maria Lúcia residir no palacete recentemente
alugado pelo velho capitalista em uma das ruas menos movimentadas de Botafogo.
Deslumbrada com a liberdade conquistada à força de estudo, de uma aplicação que
lhe granjeara o primeiro lugar na sua turma, apenas uma coisa a desgostou: foi
a recomendação que lhe fez o pai, severo e prudente:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Olha, minha filha; esta casa é
tua; governa-a como se fosses a dona. Uma coisa, apenas, eu te peço: vive
isolada, sem relações de amizade, e nunca, em hipótese alguma, incomodes os
vizinhos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E beijando-lhe a testa clara.
coroada por uns lindos cabelos castanhos:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Muito juizinho; ouviu?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Duas semanas não se tinham
passado sobre a libertação de Maria Lúcia, quando uma quadrilha de ladrões,
vendo, uma tarde, sair as criadas, que a jovem patroa indultara naquele dia,
resolveu assaltar, pulando o muro dos fundos, o palacete do comendador.
Descalços, em mangas de camisa, chapéu em cima dos olhos, os miseráveis
penetraram na casa e, desrespeitando a fraqueza da moça, praticaram toda a
sorte de depredações, esvaziando as gavetas, arrombando os cofres de jóias, carregando,
enfim, com todas as coisas de valor que havia na residência do honrado
capitalista.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
À noite, ao abrir a porta, de
regresso ao lar, o comendador teve um pressentimento triste, ao ver a casa às
escuras. Abertas, porém, as lâmpadas, recuou, horrorizado, para, em seguida,
precipitar-se, de compartimento em compartimento, chamando, aflito, pela
menina:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Maria Lúcia? Maria Lúcia? Onde
estás, minha filha?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No último quarto da casa,
esperava-o uma surpresa maior: sentada no leito, desgrenhada pálida, com as
vestes em desalinho, Maria Lúcia chorava, com a cabeça nas mãos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Minha filha da minh'alma! -
gemeu o velho, atirando-se para ela. - Que foi isso?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Os ladrões!... - explicou a
moça, num gemido.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E enxugando os olhos;</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Levaram tudo: as roupas, as jóias,
a louça, tudo, enfim. Depois...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Depois?... - rugiu o velho,
com os olhos esbugalhados.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Desgraçaram-me!... - concluiu
a moça, prorrompendo em soluços.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Desgraçaram-te?... - gritou o
velho, de dentes e punhos cerrados, com um rugido soturno, cavo, de fera
atingida no coração.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E após um instante de silencio
desesperado:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- E como foi? Amarraram-te?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Não, senhor.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Subjugaram-te?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Não, senhor.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Taparam-te a boca?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Não, senhor.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- E por que não gritaste? -
berrou o ancião, parando, de súbito, no meio do quarto.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E a moça, levantando para ele,
num soluço, os lindos olhos machucados de lágrimas:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
-- Papai não disse que eu não
incomodasse os vizinhos?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p> </o:p><span style="text-align: center;">______________</span><span style="background: black; border: 1pt none black; font-size: 0pt; padding: 0cm; text-align: center;"> </span><span style="text-align: center;">____________</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-86018753445983736502014-11-27T06:00:00.000-08:002014-11-27T06:00:50.228-08:002014, um ano de ‘entradas na posteridade’—i<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><i><span style="font-family: Garamond;">Gonçalves
Dias : mais do que romantismo poético, etnia e alteridade, erotismo e sátira</span></i></b><span style="font-family: Garamond;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond;">Dele,
sabe-se ser considerado ícone do romantismo poético brasileiro, quem aliás o
inaugurou temática e efetivamente : o
poeta, ensaísta e intelectual Antonio Carlos Secchin sentencia que “Canção do
exílio” é o “documento de identidade da história literária do Brasil”(segundo
ele, a carta de Caminha seria a “certidão de nascimento da história
institucional brasileira”).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond;">Gonçalves
Dias teve vida curta: morreu aos 41 anos, a 03.11.1864, vítima de naufrágio, já
em águas brasileiras,próximo à costa, quando voltava da Europa—mas o suficiente
para merecer, com todas as honrarias, um posto no Olimpo literário do país,
ainda que com poucas obras, produzidas entre seus 23 e 29 anos : <i>Primeiros cantos</i>, <i>Leonor de Mendonça</i> (teatro), <i>Segundos
cantos</i>, <i>Meditação</i>, <i>Últimos cantos</i>, <i>Os Timbiras</i> (inacabado) , <i>Dicionário
da Língua Tupi</i>..<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond;">O
que pouco se conhece, e talvez muitos não sabem, é o quanto em Gonçalves Dias
existe o “alterofilista”[sem o <i>h</i>...]
, na expressão de Secchin, no sentido de sua dedicação, extremamente relevantes
para a historiografia literária brasileira,em estudos, reflexões e produção
poética e em prosa,inclusive em discursos e depoimentos, às questões de alteridade e de etnia, ele mesmo mestiço, filho de um
português com uma índia – apondo-as e expressando-as, sempre fazendo do índio o
elemento da identidade fundadora do
Brasil, nos poemas “Marabá”, em “I-Juca
Pirama”- em que inaugura, por assim
dizer, o <i>ethnoslogos</i> da literatura e
da cultura brasileiras -e em diversos outros, não fosse Dias o indianista por
excelência, e precursor, na literatura
brasileira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Garamond;">Assim
como, e do mesmo modo provavelmente menos conhecida, duas outras facetas,
também importantes historiograficamente e literariamente : o erotismo e a
sátira – o primeiro presente, p. ex., em
“Leito de folhas verdes”,em “Marabá”, em “O canto do índio”; o Gonçalves Dias
satírico em “Sextilhas de Frei Antão” e
em “Que coisa é um ministro?” – apondo-se
aqui, uma observação pertinente : na
linha/via reversa, o indianismo gonçalviano,
teria sido satirizado, ou parodiado, por Bernardo Guimarães no “Elixir
do Pajé”(de resto, peça ‘clássica’ fescenina do romantismo brasileiro); e por
Múcio Teixeira em “Canto da bugra”, paródia a “O canto do tamoio”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="tab-stops: 423.0pt 504.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><i><span style="font-family: Garamond;">_____________________<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i> Leito de Folhas Verdes</i></div>
<div class="MsoNormal">
Gonçalves Dias</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Por que tardas, Jatir, que tanto a custo</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>À voz do meu amor moves teus passos?</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>À voz do meu amor moves teus passos?</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Da noite a viração, movendo as folhas,</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Já nos cimos do bosque rumoreja.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Eu, sob a copa da mangueira altiva</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Nosso leito gentil cobri zelosa</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Com mimoso tapiz de folhas brandas,</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Onde o frouxo luar brinca entre flores.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco,</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Já solta o bogari mais doce aroma!</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Como prece de amor, como estas preces,</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>No silêncio da noite o bosque exala.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Brilha a lua no céu, brilham estrelas,</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Correm perfumes no correr da brisa,</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>A cujo influxo mágico respira-se</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Um quebranto de amor, melhor que a vida!</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>A flor que desabrocha ao romper d`alva</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Um só giro do sol, não mais, vegeta:</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Eu sou aquela flor que espero ainda</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Doce raio do sol que me dê vida.</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Sejam vales ou montes, lago ou terra,</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Onde quer que tu vás, ou dia ou noite,</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Vai seguindo após ti meu pensamento;</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Outro amor nunca tive: és meu, sou tua!</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Meus olhos outros olhos nunca viram,</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Não sentiram meus lábios outros lábios,</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>A arazóia na cinta me apertaram</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Do tamarindo a flor jaz entreaberta,</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Já solta o bogari mais doce aroma;</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Também meu coração, como estas flores,</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Melhor perfume ao pé da noite exala!</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Não me escutas, Jatir! nem tardo acodes</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>À voz do meu amor, que em vão te chama!</i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Tupã! lá rompe o sol! do leito inútil</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<i>A brisa da manhã sacuda as folhas!</i></div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-21183205653101435112014-11-07T04:01:00.001-08:002014-11-07T04:01:19.272-08:00aos que vão ao ENEM<span style="color: #783f04;"><i><b>ainda mais neste 1750. ano de nascimento de Machado</b></i></span><br />
______________________<br />
<div align="center" class="MsoFootnoteText" style="text-align: center;">
<b><i><span style="font-size: 12.0pt;">A crônica em Machado de Assis<o:p></o:p></span></i></b></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt;">Inovador na ficção, como contista e romancista – está na história da
literatura brasileira a magistral inflexão estilística, temática e de linguagem
por ele executada no final da década de 1870 -- Machado de Assis foi soberbo
cronista que fez da crônica muito mais do que um registro pontual do cotidiano,
transformando-a em um verdadeiro gênero literário, a servir de modelo, molde e
paradigma a tudo e todos que o
sucederam, inclusive os de hoje. .<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ao longo de 41 anos, Machado criou
crônicas, nos mais diversos veículos, séries, formatos e assinaturas (ou
disfarces), desde 1859, <st1:personname productid="em O Parahyba" w:st="on">em <i>O Parahyba</i></st1:personname> (de
Petrópolis), seguindo-se colaborações para o <i>Correio Mercantil </i>(1859-1864), para <i>O Espelho </i>(1859-60); para o <i>Diário
do Rio de Janeiro </i>(1860-63: série “Comentários da Semana”; 1864-67: série
“Ao Acaso”), <i>O Futuro </i>(1862-63), <i>Imprensa Acadêmica</i>, de São Paulo (1864 ;
1868 :série “Correspondência da Imprensa Acadêmica”) <i>A Semana Ilustrada </i>(1865-75: séries “Crônicas do Dr. Semana”,
“Correio da Semana”, “Novidades da Semana” , “Pontos e Vírgulas”, “Badaladas<i>”</i>), <i>Ilustração
Brasileira </i>(1876-78: séries “Histórias de 15 dias”, “Histórias de 30
dias”), <i>O Cruzeiro</i> (1878: série
“Notas Semanais<i>”</i>), <i>Revista Brasileira</i> (1879), <i>Gazeta de Notícias </i>(1881-1900: séries
“Balas de Estalo”, “A + B”, “Gazeta de Holanda”— constituídas em versos,os ‘versiprosa’ (termo cunhado por ele e que
antecipa em muitos anos a mesma expressão usada por Carlos Drummond de Andrade
--“Bons Dias!” e “A Semana<i>”</i>). </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nessas quatro décadas <i>-- </i>com uma produção de 738 artigos -- <i> </i>o País teve oportunidade de conhecer um magnífico repositório da arte
machadiana de criação de muitas das
melhores crônicas da literatura brasileira – um número nada desprezível delas
consideradas verdadeiras obras-primas..</div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt;">.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Machado fez da crônica mais do que simples jornalismo, superior ao
comum do gênero – haja vista o que Artur Azevedo sentenciou em artigo em <i>O Álbum </i>,janeiro 1893 : "(...) <i>Atualmente escreve Machado de Assis, todos
os domingos, na Gazeta de Notícias, uns artigos intitulados A Semana que noutro
país mais literário que o nosso teriam produzido grande sensação artística</i>",
a atestar o quanto dotou a crônica dos elementos de verdadeira literatura. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A crônica de Machado de Assis,
com suas primordiais características de leveza de tom e teor, fluência textual
e estilística muito próxima da oralidade, ironia satírica e pilhéria, metáfora
e paródia, ostenta também a presença incisiva (como ocorre em sua obra
ficcional) dos conhecidos e admiráveis elementos machadianos do disfarce, da
dissimulação, do subterfúgio, da sutileza, dos significados ocultos postos como
desafios ao leitor, por meio de outras de suas peculiaridades, o uso do
anonimato e do pseudônimo, de que ele foi um dos mais profícuos usuários, e em
especial a “arte das transições”-- levada a extremos no unir tópicos
aparentemente distintos, um parecendo não ter nada a ver com outro, mas que
justapostos oferecem um resultado
surpreendente,cujo trajeto é ‘amenizado’ para o leitor , primeiro desviando-o
do tema principal, depois retornando e reintegrando-o,numa espiral de
circularidade muitas vezes nem percebida de todo. Mestre do subterfúgio, da
dissimulação, da sutileza, do disfarce e do enigma, Machado esconde ou disfarça
uma parte da verdade e desafia o leitor a descobri-la e fazê-la emergir,
utilizando armadilhas retóricas típicas de sua narrativa na ficção, executadas
também na crônica, sobretudo pelo absoluto
domínio da relação cronista-leitor, e a preponderância do conhecido
narrador machadiano, o ‘narrador volúvel’ da ficção aparecendo também na crônica :a rigor, nos
comentários e ilações desse narrador é que a crônica passa a se fazer e sentir.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Na verdade, sempre existiu em
Machado um notável e meticuloso experimentador -- mutável na utilização de formas,estilos e
modelos -- mas absolutamente
seguro,determinado e consciente.. Ao longo do tempo, Machado sempre
preocupou-se com configurações para sua
obra : (assim como o conto) a crônica foi um notável e eficaz terreno de
experimentações narrativas, nelas se revelando uma seqüência notável de
exercícios formais,estilísticos, de linguagem e de enfoque .As crônicas
machadianas possuem , em si, estrutura,forma e encadeamentos consistentes e
complexos, além de plena interação com os contextos histórico,
político,econômico, social,cultural,urbano sob os quais foram elaboradas : revelam cadeias de
pensamento e reflexão em muitos aspectos, passagens e nuances
intertextualizados, ou que viriam a se intertextualizar com elementos,ambiências
e situações de romances e contos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nesse particular, é possível a
construção de uma equação especulativa/ interpretativa sobre a correspondência
do estilo e enfoque machadianos postos na crônica com estilos, formas e temas
postos por ele na ficção e no conjunto de sua obra -- em especial o momento da
inflexão, por volta do final da década de 1870, cujas causas e motivos tanto
intrigam os analistas e estudiosos de
Machado. Em essência e matéria, a mesmíssima ‘reformulação’ de enfoque, forma e
estilo imprimida por Machado de Assis em sua criação ficcional –-- transpondo o
romantismo dos primeiros três romances (<i>Ressurreição</i>,
<i>A mão e a luva</i>, <i>Helena</i>) e a ‘ideologia’ presente nos contos iniciais (abrigados nas
coletâneas <i>Contos fluminenses </i>e<i> Histórias da meia-noite</i>), incorrente no
processo de transição no final da década de 1870 (representado por <i>Iaiá Garcia </i>e anunciador da inovação/
‘revolução’ sintetizada no ‘shandiano’ <i>Memórias
póstumas de Brás Cubas</i>) para um
aprofundamento e sedimentação do realismo, mas ‘subvertendo’ e renovando
esse realismo (em <i>Papéis avulsos</i> ,
consolidado <st1:personname productid="em Quincas Borba" w:st="on">em <i>Quincas Borba</i></st1:personname>, <st1:personname productid="em Dom Casmurro" w:st="on">em <i>Dom
Casmurro</i></st1:personname>, depois em <i>Esaú
e Jacó</i> e no definitivo <i>Memorial de
Aires</i> ) . Esse processo de
reformulação, dizíamos , deu-se da mesma forma, sob o mesmo diapasão, com a
mesma ‘latitude’ literária , na mesma época, também na produção das crônicas publicadas na imprensa<b>.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ao se examinar a produção
croniquesca de Machado encontraremos
crônicas que .impressionam não apenas pela matéria registrada e narrada
mas sim pela forma de contá-la – quer interferindo direta e intimamente na
narração, fazendo do narrador <i>o</i>
comentarista, quer pelo distanciamento, numa forma de narrativa isenta
mas intrinsecamente crítica. Em determinadas crônicas há por certo um Machado
trivial e contido, em outros um autor meramente humorístico, com textos e
narrativas que não passam do simples divertimento; alguns, aparentemente
simplórios e despojados, mas carregados de significados; outros em que, sob a
capa de uma escrita sóbria, discreta e ‘bem-comportada’ reveste contradições e
ambigüidades comportamentais, , mazelas e injustiças sociais,hipocrisias morais
e políticas. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Importante observar ainda quanto
os períodos, os contextos históricos, os veículos e seus respectivos espaços dados à crônica, as assinaturas,
influíram tanto no enfoque temático, como
no timbre. Nenhuma série é essencial e totalmente idêntica a outra, ainda
que guardem afinidades e similaridades, mantidas as homogeneidade e unidade inerentes a
cada uma .Da mesma forma se
constata que cada época, ou série, trata ou prioriza um tema que
sobressai por sua relevância,sua particularidade, sobretudo por sua
correspondência-consonância com o momento histórico de sua feitura : às
distintas e seqüentes séries podem-se traçar a rigor, enredos e sub-enredos que
se desdobram e interligam-se em ciclos -- cada script com seu pano de fundo
temporal , sob o fio condutor da
própria história brasileira da segunda metade do século XIX. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Relevante e absolutamente
indispensável realçar, nesse sentido, o quanto Machado, ao contrário do que
equivocadamente interpretado e difundido, tratou de política em seus escritos –
também nos contos e romances, sobretudo nas crônicas -- a desmistificar a pecha
de “alheio a questões de seu tempo”, “alienado”, etc. Foi ele um lúcido
‘relator’ da história brasileira e um crítico atento e severo da sociedade e
das instituições do País : dedicou-se intensamente, para quem não sabe, a
registrar, comentar, refletir e especialmente criticar assuntos da esfera política., exposto em nada menos do que 385 crônicas
,vale dizer cerca de 52% de sua produção total de 738 artigos – o mesmo se dando com relação à economia,
referenciada e reportada em 77 crônicas..</div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">Ficção e realidade, ficção e história, ficção
e sociedade brasileira constituem fulcros sempre presentes na obra machadiana.
Em boa parte de sua ficção e da
não-ficção Machado oferece ao leitor uma interpretação satírica, por vezes
alegórica, desnundando mitos e certezas,
aparências e disfarces, dilemas e mentiras -- </span><span style="font-size: 12.0pt;">sob o mesmo clamor crítico-satírico de seu olhar ,por vezes direto e
transparente,por vezes machadianamente oblíquo e dissimulado, feito testemunho incomparável sobre a vida
brasileira do século XIX. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: 11.0pt; font-variant: small-caps;">mr<o:p></o:p></span></b></div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-64644043624119481092014-11-01T04:30:00.000-07:002014-11-01T04:30:37.697-07:00aos que vão ao ENEM ainda mais neste <span style="font-family: 'Baskerville Old Face'; text-align: justify;">175º. ano de nascimento (1839) de Machado de Assis</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Baskerville Old Face";"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Baskerville Old Face"; font-size: 12.0pt; font-variant: small-caps;">o conto <st1:personname productid="EM MACHADO DE ASSIS" w:st="on">em machado de assis</st1:personname><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Baskerville Old Face";">Pode-se
perfeitamente afirmar ter sido Machado de Assis mais do que o
decisivo ‘impulsionador’, do conto na literatura brasileira : foi com
efeito o <i>criador </i>do conto brasileiro ,porquanto a par da qualidade superior
de suas narrativas curtas, nenhum dos grandes autores que o antecederam pouco
,ou quase nada produziram no gênero -- basta examinar as obras de Gonçalves de
Magalhães, Joaquim Manuel de Macedo e José de Alencar, por exemplo – e extremamente
parcas,esparsas e efêmeras foram as manifestações anteriores. A altíssima qualidade literária
de Machado como contista tornou-o,desde sempre, comparável aos considerados
grandes mestres do gênero de sua época, como Edgard Allan Poe(1809-1849), Guy de
Maupassant(1850-1893),Anton Tchecov(1860-1904) – comparável e com eles
inter-textualizado . <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText2" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Baskerville Old Face";">Não obstante tal status de um dos maiores
contistas,quantitativa e qualitativamente, da literatura brasileira, quiçá o
maior, criador de 226 contos , Machado de Assis não recebeu ao longo dos anos,
mesmo nas edições póstumas, as obrigatórias integridade, completude e
responsabilidade no tratamento editorial de seus contos, cuja história
imperfeita de edições constitui-se um complexo enredo de erros, omissões, equívocos,
negligência.. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Baskerville Old Face";">Um
dos aspectos mais destacados no Machado contista – a rigor, de toda sua ficção
em prosa -- talvez sua qualidade essencial, é o emprego do esforço criador na
busca gradual e compassada,bem urdida, de uma coerência ,uma abrangência e uma
profundidade obtidas parte pelo talento nato parte (a maior) pelo exercício
consciente e meticuloso da prática literária , vis a vis com a percepção clara
do entorno histórico,social e cultural e dos meios de que dispõe para expressão
de sua obra.Essa combinação de vieses,convém enfatizar, determinou
substancialmente todo seu desenvolvimento como escritor e essencialmente o
processo da evolução literária de Machado
-- como “um todo consistente,
coerente, continuado”, com a marcante inflexão no início da década de 1880. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Baskerville Old Face";">Inflexão
que, a par de contribuir positivamente para a análise e interpretação adequadas
da trajetória machadiana, em
contrapartida serve para sedimentar um conceito, ou avaliação, sob
alguns aspectos, discutível : a divisão
da obra -- ficcional e não-ficcional -- de Machado em duas fases ,o
‘aprendizado’ <i>versus</i> a ‘maturidade’,
a ‘formação’ <i>versus </i> a ‘radicalização’.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoCommentText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Baskerville Old Face"; font-size: 12.0pt;">O fato de ser algo discutível
considerar a obra machadiana catalogada
em duas ‘fases’ não implica necessariamente em renegar a existência, como em todo processo , de
escalas e estágios, com nítidos pontos de inflexão,ou de mais intensa
transição : no caso de Machado, os anos
1868-71 , de resto condizente este com o próprio momento histórico-político do
País<b> </b>, e principalmente o biênio
1878-79, quando se deu, <st1:personname productid="em O Cruzeiro" w:st="on">em <i>O Cruzeiro</i></st1:personname>
(março-setembro 1878), além de outros contribuições machadianas, a
publicação do romance <i>Iaiá Garcia </i>e
sete contos -- de titulação, temática,teor e conteúdo, que se podem considerar
‘insólitos’, ‘inusitados’,‘estranhos’<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5121148060136346781#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 12pt;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
diferenciados na contística machadiana --<i>
</i>como elementos decisivos de “ponto de viragem” ficcional antecipador da
experimentação levada a efeito em <i>Memórias póstumas de Brás Cubas</i>, e ainda
os contos “A chave”, “Curiosidade” e “Um
para o outro” (que recuperei – 2007-- depois de 128 anos desaparecido e tido
como perdido ), todos originariamente
veiculados <st1:personname productid="em A Esta ̄o" w:st="on">em <i>A
Estação</i></st1:personname> no ano de 1879.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Baskerville Old Face";"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Baskerville Old Face";">Notável
e meticuloso experimentador, mutável na utilização de formas, estilos e modelos,
preocupado com configurações (temáticas,tramáticas,estilísticas ,de linguagem)
para sua obra, Machado passou a fazer de
cada conto um exercício de forma,gênero e estilo – ora em diálogo, ora
paródia, ora sátira, ora epistolar, ora em forma de conferência ,ora denso, ora
leve, narrativa longa,narrativa curta, com narrador em primeira pessoa,
narrador em terceira pessoa, sem narrador; conto filosófico, conto político,
conto fantástico, história romântica, conto humorístico – e nisso vislumbram-se
diversas chaves temáticas pelas quais podem ser agrupados -- de análise psicológica , de denúncia social
, pendulando entre o formal e o
coloquial, o erudito e o popular, o nacional e o universal . <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Baskerville Old Face";"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Baskerville Old Face";">O
amor é o grande tema, central e capital, na contística de Machado. O amor visto, tido e exposto de Machado,
presentes sem exceção em todos os
contos, vez por outra inserindo como a única comunicação possível entre
pessoas,quaisquer que sejam suas natureza, caracteres, etnia,classe social, e o
casamento – e seu derivativo mordaz, o ciúme – tema difícil de ser tratado à
época ,mas sempre em defesa da base moral do amor : até mesmo quanto se reporta
a questões político-sociais como a
escravidão ,sobre a qual, ou a ela se
referindo, produziu um significativo
naipe de contos -- todos publicados,importante notar, no ‘feminino’ <i>Jornal das Famílias.</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Baskerville Old Face";">Machado
sempre escreveu sobre mulheres e para as mulheres e não era segredo – pelo
menos até 1881,quando consolidou a longa e profícua atuação nas páginas da <i>Gazeta de Notícias</i> -- preferir colaborar em publicações cujo
público predominante era feminino, primeiro no <i>Jornal das Famílias</i> , de
<st1:metricconverter productid="1864 a" w:st="on">1864 a</st1:metricconverter>
1876, e a partir de 1879 <st1:personname productid="em A Esta ̄o. Tinha" w:st="on">em <i>A Estação</i>. Tinha</st1:personname> a mulher não apenas como protagonista de
seus romances e contos mas também sua
leitora predileta e <i>leitmotiv. </i>A
rigor, a mulher é a própria essência da
ficção machadiana – e nenhum escritor de seu tempo ‘edificou’ tanto a mulher como personagem
capital e basilar de seus textos como
Machado de Assis.(sem se constituir propriamente em explícito ‘defensor
dos direitos da mulher’ – muito menos um ‘dialético feminista’ -- Machado era
convicto de que as mulheres deviam ser instruídas e não permanecerem atadas à
vida doméstica,ao mesmo tempo sempre preocupado e atento para as necessidades
emocionais,afetivas e mesmo sexuais das mulheres.).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Baskerville Old Face";">Condizentes
com as alterações e ebulições vivenciadas na sociedade brasileira nas três
décadas finais do século XIX, mutações e transformações da mesma forma se dão
no universo contístico: antes de 1880, os contos se centravam no namoro,paixão
e casamento o casamento,feliz ou
infeliz, consumado ou não, bem-sucedido ou não, por sentimento ou interesse ,
ao passo que no pós-1880 aparecem com mais nitidez formas e situações de
fragmentação e diluição do casamento e ,embora nunca consumadas de fato,
intenções e sentimentos de infidelidade afetiva – nos contos machadianos, há mulheres que flertam com a
idéia da infidelidade, mas acabam não a
consumando: importante observar que intencionada ou não, fomentada ou não,
incentivada ou não, quase sempre platônica, a infidelidade feminina é sempre contraposta, e
redimida, na redenção pelo amor -- o
grande e central tema da ficção
machadiana ; todos os sentimentos impuros e espúrios,proibidos e reprováveis,
se idealizados , ou cogitados,em nome dele , são no final por ele
regenerados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype";">
</span><span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;"> </span><i><span style="font-family: "Monotype Corsiva"; font-size: 11.0pt;">M.R</span></i><span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=5121148060136346781#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 11pt;"> <i>O Cruzeiro</i> circulou no Rio de Janeiro de 01.01.1878 a 20.05.1883, e
nele Machado colaborou de <st1:metricconverter productid="23.03 a" w:st="on">23.03
a</st1:metricconverter> 01.09.1878, com sete contos, 14 crônicas ( na série
“Notas Semanais”), uma ‘ópera-cômica em 7 colunas”(a definição é do próprio
Machado), um artigo referente a assunto da seara teatral, a (célebre) crítica
literária a <i>O primo Basílio</i>, de Eça
de Queiroz, além do romance “Iaiá Garcia”, em folhetins.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11pt;">
Neste particular,desenvolvi projeto de obra [<i>ainda sem editor</i>] que abriga os contos, e mais a “ópera-cômica em 7
colunas” e o artigo - do mesmo teor de ‘inusitado’-- que reporta ao teatro : tudo sob o título de “As
estranhas fantasias de Eleazar” (Eleazar, o pseudônimo utilizado por Machado em
todos os textos de colaboração <st1:personname productid="em O Cruzeiro" w:st="on">em
<i>O Cruzeiro</i></st1:personname>)<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5121148060136346781.post-29413225225717362272014-10-18T06:30:00.002-07:002014-10-18T06:30:48.390-07:00Em tempo de eleições : Lima Barreto e a política<div align="center" class="MsoBodyText" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoBodyText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Em essência, Lima Barreto sempre tratou mais
de política do que qualquer outro tema. Ninguém como ele, em seu tempo,
escreveu tanto sobre o tema e, por extensão, sobre questões sociais. Sua ‘literatura militante’,
assim por ele definida, determina o caráter marginal de sua obra: sua visão
crítica da sociedade o fez enveredar concreta e irreversivelmente no caminho da
luta social; nos jornais e revistas investiu contra todos os signos do poder,
nos textos ficcionais denunciou as profundas injustiças da sociedade
brasileira. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Toda a obra barretiana desenvolve-se a
partir e em torno de um tema nuclear: o
poder e seus efeitos discricionários — o poder
visto e descrito por ele como “<i>o
variado conjunto de elementos, vetores e procedimentos encadeados no interior
da sociedade, compondo grandes e pequenas cadeias, visíveis e invisíveis,
tendentes a restringir e constringir o pensamento dos homens, coibindo-lhes as
possibilidades de afirmação, pessoal, cultural, profissional, social, e a justa
inserção social</i>”. Tinha a visão verticalizada, analisando desde as
estruturas políticas como o governo e as ideologias, e as instituições
culturais como a imprensa e a ciência, até os modelos determinantes do
comportamento coletivo e do relacionamento cotidiano. Lima Barreto era, acima
de tudo, um anti-patrimonialista. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Crítico implacável da pretensa modernidade que
se queria implementar com a República, avesso a todas as formas de assimilação
de valores estrangeiros (no bojo, p. ex. de sua resistência ao futebol, ao
cinema e à cultura importada ), defensor ,por vezes intransigente, de uma
brasilidade que sustentava devia permear a “autêntica língua nacional”, foi no
entanto opositor ativo do nacionalismo
ufanista surgido no final do séc. XIX e início do XX,a começar por questionar as imagens errôneas que o Brasil
fazia de si mesmo, levando ad absurdum os clichês e mitos nacionalistas e os
desmascarando um a um.(no romance <i>Triste
fim de Policarpo Quaresma </i>parodia
implicitamente o opúsculo patrioteiro de Afonso Celso, filho de seu protetor,
intitulado <i>Por que me ufano do meu país</i>
(1901), livro muito popular no começo do século XX, que deu origem ao termo
ufanismo e foi traduzido para diversas línguas na época, inclusive o alemão<b>.</b> Lima Barreto inclusive alertava para
o que denominava “<i>um dos mitos mais
perigosos,o do patriotismo : no fundo, os patriotas grandiloqüentes de plantão
não passam de traidores da pátria, pois a usam para a sua própria autopromoção
e enriquecimento</i> (...), <i>a sociedade
de classes e o Estado a
instrumentalizarem o patriotismo e o nacionalismo em favor do interesse das
elites</i>.”. Na contrapartida, procurou esboçar um patriotismo social, com
consciência histórica e respeito pela cidadania, ancorado na cultura própria,
resistente ao cosmopolitismo e de reconhecimento da mestiçagem – étnica,social
e cultural --no Brasil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;"> Para
ele, a nova sociedade ,caracterizada
pelo binômio cosmopolitismo, inspirador das ações da elite do país , e
bovarismo<a href="file:///E:/Lima%20Barreto%20e%20a%20pol%C3%ADtica.doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="font-size: 11pt;">[1]</span></b></span><!--[endif]--></b></span></a>,
“<i>atitude mistificatória de o homem se
conceber outro que não é, entre o que é e o que acredita ser</i>”, era um
sistema que premiava o egoísmo, o banal, a decadência dos costumes, o
preconceito, lastreada nos valores máximos da elite – a fruição do conforto
material, os privilégios, a superioridade, gerando discriminação e
sectarismo. “<i>A nossa República se
transformou no domínio de um feroz sindicato de argentários cúpidos, com os
quais só se pode lutar com armas na mão. Deles saem todas as autoridades, deles
são os grandes jornais, deles saem as graças e os privilégios; e sobre a Nação
eles teceram uma rede de malhas estreitas, por onde não passa senão aquilo que
lhes</i> <i>convém</i>” <a href="file:///E:/Lima%20Barreto%20e%20a%20pol%C3%ADtica.doc#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="font-size: 11pt;">[2]</span></b></span><!--[endif]--></b></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Lima Barreto,em sua fértil produção
contística, publicou 46 contos de teor explicitamente político – ainda que em
alguns deles, caso específico do conjunto de 13 textos que ele próprio batizou
de “contos argelinos”, se utilize da alegoria e do simulacro. Exemplares
insofismáveis de veemente oposição à República, da ferrenha crítica aos
governos republicanos ,notoriamente o ‘florianismo’ (referente a Floriano Peixoto) e o ‘hermismo’ ( a Hermes
da Fonseca)<a href="file:///E:/Lima%20Barreto%20e%20a%20pol%C3%ADtica.doc#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><b><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="font-size: 11pt;">[3]</span></b></span><!--[endif]--></b></span></a>
-- já objetos de críticas exacerbadas em inúmeros artigos e crônicas e também
na novela <i>Numa e a ninfa</i> e no memorialístico <i>Diário íntimo</i> --
expressão do intransigente e obstinado
repúdio para as coisas da política, aos
políticos, aos conchavos partidários,às oligarquias , Lima Barreto os “contos argelinos” têm
em seu cerne paródico a ascensão dos militares, com sua crescente participação
na política, e o militarismo — importando
notar que, em outro viés de leitura e interpretação, trazem em si a emblematização ficcional do patrimonialismo,
contra o qual Lima Barreto se colocava na própria essência de sua ideologia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText2">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">A
criação, confecção e publicação desses 46 contos deram-se em período histórico
conturbado, durante os sucessivos governos de Hermes da Fonseca, Venceslau Brás
e Epitácio Pessoa, em sete dos mais cruciais anos de plena sedimentação do
regime republicano — de resto um processo de altíssima ebulição política,
convulsionante e transformadora.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">Por
essa época , apenas</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">Lima Barreto (Euclydes
da Cunha morrera em 1909) mantinha , entre os escritores, uma postura
participativa – de natureza crítica -- nas coisas da política , uma vez que os
demais literatos se afastaram</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">do
envolvimento e da militância a que se entregaram ainda durante as campanhas
abolicionista e republicana, nas últimas décadas do século XIX e início do
século XX : frustrados a expectativa e o entusiasmo iniciais despertados pela
República , os intelectuais desistiram da participação política ativa,
militante, que muitos tiveram no advento do novo regime e passaram a se
concentrar na literatura e em parte no jornalismo ‘croniquesco’,
dedicando-se</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">a produzir uma literatura
de</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">linguagem empolada, o ‘clássico’
calcado em expressões cediças e de figuras de efeito, cheia de arabescos
estilísticos — uma literatura</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">impregnada
de vocábulos garimpados do virtuosismo lingüístico e verborrágico,expressão da
frivolidade dominante. Uma literatura como “o sorriso da sociedade” de que
falava Afrânio Peixoto e contra a qual Lima Barreto lutava com denodo.</span></div>
<div class="MsoBodyText3">
<span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">No
lado oposto, além da ferrenha oposição à escrita aristocrática predominante ,
destoando e substancialmente contrário aos estilos vigentes, Lima Barreto por
essa época já era respeitado como articulista e cronista e reconhecido como
excepcional escritor mercê dos elogiados romances publicados </span><i style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">Recordações do escrivão Isaias Caminha</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">(1909)
e </span><i style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">Triste fim de Policarpo Quaresma</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">
(1915)—que rejeitava terminantemente fazer de tanto de seu trabalho
jornalístico como de sua obra literária, fosse ficcional ou não-ficcional,
“instrumento de propaganda do sonho republicano de falso progresso e falsa
civilização”. Sustentava ele que fazia “</span><i style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">uma
literatura militante, de obras que se ocupam com o debate das questões da época
</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">(...)</span><i style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">, por oposição às letras que,
limitando-se às preocupações da forma, dos casos sentimentais e amorosos e da
idealização da natureza”</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">.</span></div>
<div class="MsoBodyText3">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;">Na
contrapartida ao aristocratismo da escrita de então , aos nefelibatas da
linguagem, tinha-se <st1:personname productid="em Lima Barreto" w:st="on">em
Lima Barreto</st1:personname> um registro da
língua ‘brasileira’ do início do século XX e um ritmo genuinamente
nacional que prenunciava a linguagem
modernista. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoBodyText3">
<span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">Contrariamente
à maioria de seus contemporâneos,</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">Lima
Barreto conferia à sua obra ficcional o sentido militante de uma “missão
social, de contribuir para a felicidade de um povo ,de uma nação, da
humanidade” Em sua concepção, a literatura tinha de ser “militante”, com
objetivo concreto e definido, como sentencia em entrevista a</span><i style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> A Época,</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">18.02.1916
: “(...)</span><i style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">não desejamos mais uma literatura contemplativa, cheia de ênfase e
arrebiques ,falsa e sem finalidade, o que raramente ela foi; não é mais uma
literatura plástica que queremos, a encontrar beleza em deuses para sempre
mortos, manequins atualmente, pois a alma que os animava já se evolou com a
morte dos que os adoravam; digamos não a uma
literatura puramente contemplativa, estilizante sem cogitações outras
que não as da arte poética, consagrada no círculo dos grandes burgueses embotados
pelo dinheiro, de amplo emprego por pretensos intelectuais,bacharéis e
políticos”</i><b style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> </b><i style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> (...) “a obra
de arte tem por fim dizer o que os simples fatos não dizem. Este é meu escopo.
Vim para a literatura com todo o desinteresse e toda coragem. As letras são o
fim da minha vida. Eu não peço delas senão aquilo que elas me podem dar:
glória!”</i></div>
<div class="MsoBodyText2">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">Dono
de obra ficcional e não-ficcional com vigoroso fulcro ideológico, Lima Barreto
buscava na politização da literatura um sentido sobretudo ético.Na única
conferência literária que faria, mas não o fez — “O destino da Literatura”
[publicada na </span><i style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">Revista Souza Cruz</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">,Rio de Janeiro, 1921 , em cujo número
também apareceu trecho do romance </span><i style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">O cemitério dos vivos</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> ], </span><st1:personname productid="em Rio Preto" style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;" w:st="on">em Rio Preto</st1:personname><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">, São Paulo, em
fevereiro de 1921 — foi explícito :“</span><i style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">A Beleza não está na forma, no encanto
plástico, na proporção e harmonia das partes, como querem os helenizantes de
última hora</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> </span><b style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">.</b><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> </span><i style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">A importância da obra literária que se quer bela
sem desprezar os atributos externos de perfeição de forma, de estilo, deve residir
na exteriorização de um certo e determinado pensamento de interesse humano(...)
E o destino da literatura é tornar sensível, assimilável, vulgar esse grande
ideal de fraternidade e de justiça entre os homens para que ela cumpra ainda
uma vez sua missão quase divina. Mais do que qualquer outra atividade
espiritual da nossa espécie, a Arte, especialmente a Literatura, a que me
dediquei e com quem me casei; mais do que ela, nenhum outro qualquer meio de
comunicação entre os homens, em virtude mesmo do seu poder de contágio, teve,
tem e terá um grande destino em nossa triste humanidade</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">.”</span></div>
<div class="MsoBodyText2">
<span style="font-family: "Palatino Linotype"; font-size: 11.0pt;"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">Marginalizado
por suas origens e condição social, execrado por ser ‘passadista e contrário à
modernização’, Lima Barreto enfrentou as marcas de seu tempo e da sociedade brasileira
que lhe foi contemporânea. Seu projeto era um projeto para uma vida inteira de
militância literária contra o preconceito, mas também “contra os falsos
intelectuais, contra um academismo espelhado no modelo europeu, contra uma
literatura só de deleite, como ornamento”. Para ele, a literatura era uma
verdadeira missão. A pretensa beleza estilística, os atributos externos formais
de perfeição, de forma, de estilo, de vocabulário, não poderiam prescindir da “</span><i style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">exteriorização de um certo e determinado pensamento
de interesse humano, que fale do problema angustioso do nosso destino em face
do Infinito e do Mistério que nos cerca, e aluda às questões de nossa conduta
na vida</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">” [</span><i style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">Bagatelas</i><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> ; Empresa de Romances Populares, Rio de
Janeiro,1923]</span><i style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">Tanto nos romances e contos como nas crônicas
e artigos, Lima Barreto</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> </span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">exerceu sempre
uma crítica à cultura da modernidade contra a opressão social e a hipocrisia
política — tal como se revelaram na implementação da República . A opção por
uma literatura militante determinou o caráter marginal (e ‘revolucionário’,
para muitos estudiosos) de sua obra : sua visão crítica da sociedade, da
política e da cultura, renderam-lhe frutos amargos — desprezo do público,
penúria econômica, alcoolismo e doença, internação em manicômio — mas nada o
fez submeter-se aos ditames da moda e dos valores culturais da República.</span><span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Palatino Linotype'; font-size: 11pt;">A “esperança” mencionada por Lima
Barreto na entrevista de 1916 alimentava-se na verdade da recusa impassível em
transigir com o que demandava popularidade — o aburguesamento do escritor, por
via da adesão aos temas da moda, que fortaleciam os interesses políticos,
econômicos, sociais e culturais da República. Nada porém o fez submeter-se a
esses valores.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG8tPgLlZM9vc12jFhuv2i3kCjw8w90pBo2me2kj0cbSS7YNCVb6WlUU_YVEsOz38REr-ptZsG0IB-GjMs4mSYtHczQibvGJv2jVZairV_UeX6OoC9tmmblYvgRYLBXEndcqEU-jS8Cec/s1600/Lima+Barreto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG8tPgLlZM9vc12jFhuv2i3kCjw8w90pBo2me2kj0cbSS7YNCVb6WlUU_YVEsOz38REr-ptZsG0IB-GjMs4mSYtHczQibvGJv2jVZairV_UeX6OoC9tmmblYvgRYLBXEndcqEU-jS8Cec/s1600/Lima+Barreto.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///E:/Lima%20Barreto%20e%20a%20pol%C3%ADtica.doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11.0pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: Garamond; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 11.0pt;"> bovarismo, conceito cunhado pelo filósofo francês Jules de Gaultier em
sua obra <i>Le Bovarysme</i>, em 1892, advindo de Gustave Flaubert e sua <i>Madame
Bovary</i>, seja em relação à figura do artista ‘sonhador irresponsável’ seja a
um comportamento artificial simbolizando
um falseamento da vida,um desejo irreal de fuga – o abismo que se abre entre as duas escalas, a
da realidade e a do imaginário, conferindo-lhe
uma dimensão ao mesmo tempo trágica e irônica ; o termo é especialmente
empregado também com o sentido da alienação intelectual que precede a construção
de uma identidade cultural própria. Lima Barreto -- para quem o bovarismo era
uma atitude mistificatória típica da nova elite, extremamente prejudicial para
o país, “<i>o poder partilhado no homem de se conceber
outro que não é, o afastamento entre o indivíduo real e o imaginário,entre o
que é e o que acredita ser</i>” -- aplicou esse conceito tanto literariamente –
no romance <i>Triste fim de Policarpo Quaresma</i> e nos contos “A biblioteca”, “Lívia” e “Na
janela” aparece como a própria essência
dos textos – quanto socialmente : segundo ele, a República estava toda imersa
em atitudes bovaristas e ,pior, os
próprios intelectuais, teoricamente dotados de maior capacidade e lucidez
críticas, mergulharam desde o início numa militância ufanista,destemperada, de
otimismo ingênuo ; e esse ufanismo bovarista era uma forma terrível de se
alienarem dos graves problemas do país.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn2">
<div class="MsoBodyText" style="text-align: justify;">
<a href="file:///E:/Lima%20Barreto%20e%20a%20pol%C3%ADtica.doc#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: Garamond; font-size: 11.0pt;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-size: 11pt;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-family: Garamond; font-size: 11.0pt;"> <i>“</i>Sobre a carestia”, in <i>O
Debate</i>, 15.09.1917.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn3">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file:///E:/Lima%20Barreto%20e%20a%20pol%C3%ADtica.doc#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: Garamond; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></a> <span style="font-size: 11.0pt;">em dezembro de 1909,Lima Barreto editara com Antônio
Noronha Santos (o maior de seus amigos) um panfleto contra a candidatura Hermes
da Fonseca à presidência da República, intitulado “O Papão – semanário dos
bastidores da política,das artes e... das candidaturas”.</span></div>
</div>
</div>
mauro rossohttp://www.blogger.com/profile/13780187324490495166noreply@blogger.com1