domingo, 28 de setembro de 2014

Machado de Assis e Laurindo Rabello: juntos no eterno literário


duas datas, próximas, unidas em duas grandes figuras literárias
-- a  28.09.1864 (há 150 anos portanto) morria Laurindo Rabello; a 29.09.1908 Machado de Assis
  não se terá, nunca haverá tom ou timbre fúnebre  aqui : morreram na vida, ambos, iniciaram nesses dias a eternização na Literatura Brasileira.
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“O Brasil acaba de perder um dos seus primeiros poetas. Se ele tem em alguma conta a glória das musas, o dia em que um destes espíritos deixa a terra, para voar à eternidade, deve ser um dia de  luto nacional.
E aqui o luto seria por um duplo motivo: luto por mágoa e luto por vergonha. Mágoa da perda de um  dos maiores engenhos da nossa terra, talento robusto e original, imaginação abundante e fogosa,  estro arrojado e atrevido. Vergonha de haver deixado inserir no livro da nossa história a página negra  do abandono e da penúria do poeta, confirmando hoje, como no século de Camões, a dolorosa  verdade destes versos:
           O favor com que mais se acende o engenho
           Não no dá a pátria, não, que está metida
           No gosto da cobiça, e na rudeza
           De uma austera, apagada e vil tristeza.
Todos sabem que a vida de Laurindo Rabello foi uma longa série de martírios. Se não tivesse altas e legítimas aspirações, como todos os que sentem vibrar em si uma corda divina, os padecimentos ser-lhe-iam menos sensíveis; mas, cheio daquela vida intelectual que o animava, dotado de asas capazes de subir às mais elevadas esferas, o poeta sentia-se duplamente martirizado, e a sua paixão atingia proporções dos maiores exemplos de que reza a história literária de todos os países.
A figura de Prometeu é uma figura gasta em alambicados necrológios; mas eu não sei de
outra que melhor possa representar a existência atribulada deste infeliz poeta, espicaçado, não por um, mas por dois abutres, a fatalidade e a indiferença. A fatalidade — se é lícito invocar este nome — assentou-se-lhe no lar doméstico, desde que ele abriu olhos à vida; mas, se ao lado dela não se viesse depois sentar a indiferença, a vida do poeta seria outra, e aquele imenso espírito não teria atravessado por este mundo — amargurado e angustiado.
Consola um pouco saber que, na via dolorosa que o poeta percorreu, se já lhe não assistia a fé nos homens, nunca se lhe amorteceu a fé em Deus. Os sentimentos religiosos de Laurindo Rabello eram os mais profundos e sinceros; ele tinha em si a consciência da justiça divina, em quem esperava, como o último refúgio dos desamparados deste mundo. Em seus últimos momentos deu ainda provas disso; o seu canto do cisne foi uma oração que ele improvisou para ajudar-se a morrer. Os que ouviram essa inspiração religiosa dizem que não se podia ser nem mais elevado nem mais comovente. Assim acabou o poeta cristão.
Laurindo Rabello era casado há alguns anos. A família foi então para ele o santuário do seu coração e o asilo da sua musa. Os seus labores nestes últimos tempos tendiam a deixar à companheira dos seus dias uma garantia de futuro. Não tinha outras ambições.
Um grande talento, uma grande consciência, um grande coração, eis o que se perdeu em Laurindo Rabello. Do talento ficam aí provas admiráveis, nos versos que escreveu e andam dispersos em jornais e na memória dos amigos. Era um poeta na verdadeira acepção da palavra; estro inspirado e imaginação fecunda, falando a língua de Bocage e admirando os que o ouviam e liam, tão pronta era a sua musa, tão opulenta a sua linguagem, tão novos os seus pensamentos, tão harmoniosos os seus versos.
Era igualmente uma grande consciência; consciência aberta e franca, dirigida por aquele rigorismo de Alceste, que eu ouvi censurar a mais de um Filinto do nosso tempo. O culto da justiça e a estima do bem eram-lhe iguais aos sentimentos de revolta produzidos pela injustiça e pelo mal. Ele desconhecia o sistema temperado de colorir os vícios medíocres e cantar as virtudes ilusórias.
Quanto ao coração, seus amigos e companheiros sabem se ele o tinha grande e nobre. Quando ele se abria, aos afetos era sempre sem reservas nem refolhos; sabia amar o que era digno de ser amado, sabia estimar o que era digno de ter estima.
Se este coração, se esta consciência, se este talento acaba de fugir aos nossos olhos, a pátria que o  perdeu deve contar o dia da morte dele na lista dos seus dias lutuosos.
Há oito dias comemorava eu uma perda literária do país; hoje comemoro outra, e Deus sabe quantas não sucederão ainda nesta época infeliz para as musas! — Assim se vão as glórias pátrias, os intérpretes do passado diante das gerações do futuro, os que sabem, no turbilhão que leva as massas irrefletidas e impetuosas, honrar o nome nacional e construir o edifício da grandeza da pátria.
Ouço que se pretende fazer uma edição dos escritos de Laurindo Rabello. É um duplo  dever e uma dupla necessidade; o produto auxiliará a família viúva; a obra tomará lugar na galeria literária do Brasil.
Quanto a ti, infeliz poeta, pode-se dizer hoje o que tu mesmo dizias em uma hora de amarga tristeza:
        A tua triste existência
        Foi tão pesada e tão dura,
        Que a pedra da sepultura
        Já te não pode pesar.

assim escreveu Machado de Assis, no Diário do Rio de Janeiro ,em crônica a 03.10.1864, cinco dias depois da morte de Laurindo Rabello.
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A par do (significativo) fato de nos encontrarmos no sesquicentenário de sua morte (1864), quem foi afinal Laurindo Rabello ?
Foi renomado poeta romântico, identificado na vertente do Ultra-romantismo  – só que  no delineamento dos autores e obras representativos do romantismo literário brasileiro,  normalmente não está incluído como dos grandes nomes, ao lado de Gonçalves Dias, Gonçalves Magalhães, Fagundes Varela, Casimiro de Abreu, Castro Alves, por exemplo;  mas  deveria, sob todos os aspectos,sentidos  e pontos de vista ter lugar honroso nos manuais canônicos de Literatura brasileira.
Sim, Laurindo foi dos mais famosos e estimados poetas brasileiros do seu tempo, mercê de acentuado teor de crítica social e  diversidade temática nos  variados estilos  lírico, burlesco, épico, satírico, e  por vezes,  erótico e obsceno (nos “Poemas livres”, editados postumamente em 1882 por eles, foi cognominado "o Bocage brasileiro" ) presentes em suas composições; a rigor, um atributo que  mais impressionasse seus contemporâneos e o tornasse bastante popular fosse o talento para os improvisos – repentista,  compositor e cantor de modinhas e lundus (alguns presentes nesta coletânea) , era bem recebido e aclamado em todos os salões,  “o desejado de todas as reuniões sociais e musicais”, carinhosamente apelidado "o poeta lagartixa" pela  maneira espontânea e alegre de viver, o jeito desengonçado de se trajar, andar e comportar.
Tamanha sua importância literária e intelectual que foi profunda e intensamente comentado por críticos proeminentes como Silvio Romero, José Veríssimo, Antonio Candido e Alfredo Bosi, entre outros; tal sua relevância bibliográfica  formidável  que é  o volume de sua produção poética , seja  assim propriamente dita, seja em composições musicais,  publicadas, notadamente pos-mortem : são 13 obras poéticas, 11 antologias específicas, 1 seleta e 16 coletâneas de modinhas,lundus  e canções --  além do  conjunto  fescenino , reunidos nos “Poemas livres”.
   [ * em tempo : finalizo a preparação – ainda sem editor – de duas obrinhas (não no sentido reducionista mas porque de breves extensão e formato) a ele  inerentes  : “Inéditos de Laurindo Rabello (poemas, folhetim, modinhas e lundu)”-- em nenhuma de suas obras publicadas, das que mencionei acima, aparecem os textos que recolhi ,por isso mesmo inéditos,  pela primeira vez dados à luz que não nos periódicos de publicação original --  e “Fesceninos de Laurindo Rabello”.]

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Foi na Sociedade Petalógica, sociedade literária e artística criada em 1853 por Paula Brito, que reunia literatos e intelectuais (freqüenta­da pelas  figuras de maior relevo daquele tempo,  reunindo todo o movimento romântico de 1840-60, dos poetas Gonçalves Dias, Casimiro de Abreu, Araújo Porto-Alegre,Laurindo Rabello a romancistas como Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antonio de Almeida,, Teixeira e Souza, dos compositores  Francisco Manuel da Silva ao ator João Caetano, além  de personalidades como os ministros José da Silva Paranhos, o barão do Rio Branco, Eusébio de Queiroz, o senador Francisco Otaviano, líderes da sociedade como Antonio Maciel Monteiro, os jornalistas Joaquim de Saldanha Marinho e Firmino Rodrigues ), que Machado de Laurindo conviveram pessoalmente nos anos finais de 1850 e nos primeiros de 1860; inclusive colaboraram contemporaneamente na Marmota Fluminense (com esse título de 1854 a 1857) e A Marmota (de 1857 a 1859) – a rigor, o jornal e a Petalógica, assim como a tipografia, a livraria e a editora mantidas por Paula Brito, todas integradas entre si,  são faces e vertentes de uma coisa só, da mesma realidade que fez de Paula Brito uma das mais importantes figuras da história jornalística, editorial, cultural e literária brasileiras [muito já escrevi sobre ele, muito há de se escrever para dar a conhecer, mais e mais, e difundir sua  existência e notável trabalho que realizou : "o primeiro editor digno deste nome que houve entre nós", em citação de Machado de Assis, exerceu papel fundamental no desenvolvimento não apenas da carreira literária de Machado mas de muitos outros escritores, em meados do século XIX; foi o primeiro editor a publicar trabalhos de literatos brasileiros  como ‘empreendimento de risco’ e não mediante pagamento por parte do autor, como se praticava na época, pela primeira vez, um romancista ou um poeta brasileiro sendo  publicado em livro e  pago por isso. Ao mesmo tempo, as publicações de Paula Brito, ao contrário do comum na época, concentradas em administração, política e informações práticas para os homens de negócios,  dirigiam- se muito mais para o “leitor comum” e sobretudo  criando um público leitor feminino, ávido por literatura romanesca, influenciada pelos franceses,suficientemente numeroso para alterar as características do mercado : o  volume de periódicos de Paula Brito dirigidas às mulheres, iniciado ainda em 1832 com a pioneira revista feminina A Mulher do Simplício, ou A fluminense exaltada, sucedida por A Marmota Fluminense, depois A Marmota,  evidencia o quanto  consciente era da existência,  e força, desse novo público leitor feminino. 

Tanto quanto o jornal, a livraria, a editora, a tipografia, a Petalógica – talvez até mais do que eles -- a música conferiu a Paula Brito muito mais  receptividade e visibilidade populares: em casa, organizou famosos encontros, entre músicos populares e poetas letrados; na tipografia,  editava partituras, divulgava letras e títulos musicais –contribuindo decisivamente para a propagação , por exemplo, da modinha e do lundu, dados pelos especialistas como os primeiros, os originais  gêneros musicais brasileiros.
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Entre os freqüentadores das reuniões musicais em casa de Paula Brito, além dos encontros na Petalógica, estava  Laurindo Rabello, poeta – desde cedo  exercitado nos mais variados estilos de poesia, lírico, burlesco, erótico, obsceno, satírico, épico -- mas também (ele dizia “principalmente”, repentista, cantor e compositor de modinhas e de lundus, criando inclusive um estilo inconfundível de composição e impressionando a todos pelo incrível  talento para os improvisos.
Alexandre Mello Moraes – em Cantares brasileiros: cancioneiro fluminense (Rio de Janeiro, 1981) -- escreveu  que “nas boas salas desta capital, um rapaz alto e moreno, magro e de ombro levantado, sempre retorcendo o espesso bigode negro, dominava em noites de saraus a onda dos convivas, fascinando pelos repentes e pela palavra, governando a seu capricho o entusiasmo e os aplausos, os risos ou mesmo as lágrimas.(...) Improvisador fácil, era depois de adiantada hora da noite que as mais calorosas palmas e gostosas gargalhadas vitoriavam-lhe na saída dos lundus especiais, só ouvidos por homens, a um canto das mesas, aos acelerados e vibrantes arpejos de seus floreados acompanhamentos.dentre esses lundus em voz baixa, de repertório secreto e inédito, tornavam-se inexcedíveis os de Laurindo, belos trocadilhos chistosos, pelo sentido equívoco das palavras...
-- um lundu de Laurindo  cheio de sutilezas :
    Eu possuo uma bengala
    Da maior estimação,
    É feita da melhor cana
    E tem o melhor castão.

    A minha bela caseira
    Toda inteira se arrepia
    Quando três vezes por dia
     Dou bengaladas nela.
                [ - e concluía:
   “Lhe ficando a bengalada

 remate que provocava apartes e insinuações picantes e muita hilariedade.]

A propósito: para quem não sabe, Machado de Assis também compôs músicas, como
    * “Cantata da Arcádia” (poesia de Machado de Assis e música de José Amat, escrita especialmente para o sarau literário e artístico na  Arcádia Fluminense, em 25.11.1865; dada como  perdida).
     * “Lua da Estiva Noite” (poesia de Machado de Assis e música de Artur Napoleão, serenata, para canto, piano e flauta;  publicada no cancioneiro Ecos do Passado -- Primeiro álbum de Romances para canto com acompanhamento de piano por Artur Napoleão, Rio de Janeiro, s.d.).
Lua da estiva noite !
Que surges no horizonte !
Vai por além do monte
   Cair! Cair! Cair !
A virgem dos meus sonhos
Não vês dormir !
     Dormir !

Vento da estiva noite,
Que andas soprando as vagas,
Vai nas remotas plagas
    Rugir ! Rugir ! Rugir !
A virgem dos meus sonhos
Não vês dormir !
     Dormir !

Sonho da estiva noite,
Visão suave e bela,
Vem sobre a fronte dela
   Sorrir ! Sorrir ! Sorrir!
A virgem dos meus sonhos
Não vês dormir !
     Dormir !

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Na imprensa fluminense das décadas de 1850 e 1860, foi bastante  fértil – de ambos os lados – ‘convivência jornalístico-literária’ entre Laurindo Rabello e Machado de Assis.

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Inventário-raisonné de ‘convivência jornalística’

na Marmota Fluminense 1855

-- Laurindo Rabello
*  21.01.1855,
     poema  “As potências do Ocidente”
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-- Machado de Assis
 * 12.01.1855
     poema “Ela”
* 16.01.1855
     poema “A palmeira”
* 20.03.1855
     poema “A saudade”
* 01.05.1855
     poema “Saudades”
* 18.05..1855
     poema “Julia”
* 01.06.1855
     poema “Lembranças de amor”
 * 15.07.1855
     poema “Teu canto : a uma italiana”
* 17.07..1855
     poema “A lua”
* 24.07.1855
     poema “Meu anjo”
* 10.08..1855
     poema “Um sorriso”
* 12.08.1855
     poema “Como te amo”
* 14.08.1855
     poema  “Paródia”
* 05.10.1855
     poema “A saudade”
* 09.10.1855
    poema “No álbum do Sr. F.G. Braga”
* 21.10.1855
     poema “A uma menina”
* 28.10..1855
    poema “O gênio adormecido”
* 02.11.1855
    poema “O profeta(fragmento)”
* 23.11.1855
    poema “O Pão d’Açúcar”
 * 02.12.1855
    poema “Soneto a S.M. o imperador, senhor D. Pedro II”

na Marmota Fluminense 1857

-- Laurindo Rabello

*  02.01.1857
      poema  “O gênio e a Morte”
*. 06.01.1857
     poema “No album d’uma senhora”
*   09.011857,
      poema “Estragos de amor”
* 13.01.1857
     poema “A minha resolução”
* 16.01.1857
     poema “A linguagem dos tristes”
* 20.01.1857
     poema “Aos anos  do meu prezado amigo/ José Pedreira França”
*  23.01.1857,
     poema “Aos anos do meu prezado amigo José Pedreira França” (continuação).
*  30.01.1857
     poema “Epicédio: À morte do doutor José de Assis Alves Muniz Barreto”
*  03.02.1857
     poema “Epicédio:À morte do doutor José de Assis Alves Muniz Barreto” (continuação).
* 10.02.1857
     poema “ Sobre o túmulo do marechal Pedro Labatu”t.
*  13.02.1857
      poema “ Adeus ao Mundo”
* 17.02.1857
    poema “A minha vida : Ao meu amigo e colega A. J. Rodrigues da Costa”
* 24.02.1857
     poema “Amor e lágrimas”
*  03.03.1857
     poema “A saudade branca”
* 13.03.1857
      poema “Ao meu amigo e mestre o senhor  Francisco Moniz Barreto”.
* 05.05.1857
     poema “Rondó”
     poema “Charadas: Todas vez que ela vem”
     poema  “Outra: Fui fazer minha morada”
* 19.05.1857
      poema “Motes: Hei de, mártir de amor, morrer te amando; É carpir, delirar, morrer por ela.”

-- Machado de Assis
* 15.09.1857
    poema “Não?”
* 15-18-29.09—06-.10-06.11-04.12.1857
     tradução (prosa) “A literatura durante a Restauração”(Lamartine)
* 02.10..1857
    poema “Resignação”
*23.10.1857
     poema  “Amanhã”
* 22.12.1857
     poema “A ***”
* 25.12.1857
    poema “Deus em ti”

em  A Marmota  1858

-- Laurindo Rabello
* 29.06.1858
   poema  “Aos anos de um respeitável ancião”
* 24.08.1858
    poema  “À d. Carlota Milliet”

-- Machado de Assis
* 05.01.1858
    conto “Três tesouros perdidos”
* 08.01.1858
    poema “O sofá”
* 12.01.1858
     poema “Álvares de Azevedo”
* 26.01.1858
     poema “Vai-te”
* 16.02.1858
    poema “Esta noite”
* 05- 16- 26.03.1858
    artigo “Os cegos”
* 23.03.1858
    poema “Reflexo”
* 02.04.1858
     poema “A morte no calvário”
* 09.04.1858
    ensaio “O passado, o presente e o futuro da literatura”

em A Marmota  1859
    
-- Laurindo Rabello
* 25.02.1859
      poema “Dois impossíveis”
* 15.04.1859
     poema “Mote: Beijo a mão que me condena”
* 06.05.1859
     poema “Teus olhos”
* 10.05.1859
     modinha “Que mais desejas ?”
* 31.05.1859
      poema “As lagrimas”
* 03.06.1859
     poema “Ao  octagésimo segundo aniversário do Illm. snr.  João Antonio da Trindade
* 07.06.1859
     poema “Saudades”
* 17.06.1859
    poema “Epigrama: Tratou Maria os meus versos”.
* 05.07.1859
     poema  “Ao  batismo de dois meninos”

* 20.12.1859
     poema “Colcheia : Um só momento de amor”
     poema “Outra : Uma ingrata, uma inconstante”

-- Machado de Assis
  * 10-13-17.05--03-14.06—26-30.08.1859
-- conto(tradução) “Bagatela”
  * 04.10.1859
-- artigo “Coisas que são maçantes”

em A  Marmota 1860
   
-- Laurindo Rabello
* 07.02.1860
    poema “Mote a prêmio: As potências do Ocidente”
*  02.03.1860
    poema “Mote: Um pensamento de morte”
*  06.04.1860
    poema “À minha terra natal”
*  21.09.1860
     modinha “Que mais desejas?”
* 26.10.1860
    poema “Epístola”
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mr
Em outros tempo e espaço de convivência jornalística, Laurindo e Machado colaboraram em O Espelho – de conteúdo de matérias variadas, como romances (originais ou traduzidos), crônicas,  artigos  sobre literatura, artes, poesia e também seções dirigidas especificamente às mulheres. Machado de Assis desde a criação do periódico nele  atuou intensamente , inclusive mantendo a seção permanente “Revista dos teatros”, de notícias e crítica teatrais; Laurindo começou a colaborar a partir do número 13, assim anunciado pela redação do jornal :“Os nossos leitores conhecem sem dúvida uma das bonitas penas que desta redação já faz parte, o sr. Machado de Assis; além deste sr., tomará também parte na redação o sr. L. J. da Silva Rabelo, cujas belíssimas poesias mais de uma vez terão apreciado”.  

em O Espelho
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-- Laurindo Rabello
* 18.09.1859
     poema “Desalento”
* 09.10.1859
     poema “À morte de Junqueira Freire”
* 11.12.1859
     poema “As duas redenções”

  - Machado de Assis
* 04.09.1859
    poema “A estrela da tarde”
* 08- 25.09.1859
    artigo “Os imortais(lendas) : I- O caçador de Harz; II- O marinheiro batavo; III-
* 11-18.09-09- 16- 30.10.1859
    artigo “Aquarelas: I- Os fanqueiros literários; II- O parasita; III – O empregado público aposentado; IV – O folhetinista.”
* 11- 18- 25.09- 02-09-16- 23- 30.10 –06-13- 20- 27.11--04- 11- 18-25.12.1859
    seção “Revista dos teatros”
* 18.09.1859
    poema “Ao proscrito Ch. Ribeyrolles”
* 25.09- 02.10- 25.12.1859
     ensaio “Idéias sobre o teatro”
* 23.10.1859
     poema “Sonhos”
* 23.10.1859
    artigo  “A reforma pelo jornal”
* 27.11.1859
    poema “Um nome (no álbum da Exma. Sra. D. Luisa Amat)”
* 18.12.1859
    poema “Travessa”
* 25.12.1859
    poema “A d. Gabriela da Cunha”
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mr

Por sua vez, o Diário do Rio de Janeiro publicou, de Laurindo Rabello, em 11.10.1864, postumamente portanto, o último poema escrito por ele, “Canto do cisne” – inclusive apondo um paratexto : “Feito pelo Sr. Dr. Laurindo Rabello no seu leito de morte, a 25 de setembro de 1864, tendo falecido a 28 desse mesmo mês.”

Neste ano de 1864, foi nas páginas do Diário do Rio de Janeiro, a 03.10, que Machado de Assis – então ativo redator, com a série de crônicas “Ao Acaso” (05.07-29.11.1864/16.05.1865) – expressou a emocionada homenagem póstuma ao companheiro Laurindo Rabello.

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Mauro Rosso
set’2014