terça-feira, 4 de setembro de 2012
O presente e o futuro das bibliotecas (especialmente da Biblioteca Nacional)
Mais, nas palavras do seu
Relatório de Gestão: "Para evitar sobrecarga (da rede elétrica), não é
permitido aos leitores utilizar carregadores para equipamentos como
computadores, gravadores e assemelhados".Neste ano, em duas ocasiões,
vazamentos do sistema de ar refrigerado inundaram áreas em vários andares,
formando poças com até 10 centímetros de profundidade.Há estantes que dão
choque, sua fachada centenária solta pedaços e tapumes protegem os pedestres.
Funcionários da instituição
fizeram uma manifestação na sua escadaria celebrando "o aniversário das
baratas que infestam o prédio, com destaque para seu 'berçário', no quinto
andar; das pragas que gostam muito de papel; brocas, traças e cupins" bem
como "dos ratos do primeiro andar".
Nesse cenário de real ruína,
ressurge a cantilena: faltam recursos. Coisa nenhuma. O governo da doutora
Dilma e a administração do companheiro Galeno Amorim, atual diretor da BN,
botam dinheiro da Viúva em coisas que nada têm a ver com a tarefa de guardar,
catalogar e tornar acessíveis os livros.Em 2011, o Orçamento deu à BN R$ 30,1
milhões para gastos sem relação com pessoal e encargos. De outras fontes
públicas, para diversas finalidades, recebeu mais R$ 63,4 milhões.A
digitalização dos sacrossantos Anais da BN parou em 1997, mas ela gastou alguns
milhões em coedições, no patrocínio de traduções (inclusive para o croata) e na
manutenção de um Circuito Nacional de Feiras do Livro. Colocou R$ 16,7 milhões
num programa de compra e distribuição de livros populares, ao preço máximo de
R$ 10 para distribuí-los pelo país afora. (Quem achou que por R$ 10 compram-se
também estoques de livros encalhados ganha uma passagem de ida e volta a
Paris.)
A criação de um polo de
irradiação editorial pode ser uma boa ideia, mas essa não é a atribuição da
Casa. Mercado de livros é coisa privada, biblioteca é coisa pública. Se ela não
tivesse ratos no primeiro andar, baratas em todos, estantes que dão choque e um
catálogo eletrônico mixuruca, poderia entrar no que quisesse, até mesmo na
exploração do pré-sal.
Se Galeno Amorim pode
revolucionar o mundo editorial brasileiro, a doutora Dilma deveria criar o
Programa do Livro Companheiro, o Prolico. Nomeando-o para lá, deixaria a
Biblioteca Nacional para quem pudesse cuidar dela."
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[cada vez que tenho de ir na BN
-- e sou fadado a ter de ir muito --irrito-me previamente; o que não acontece
nunca com relação a outros acervos que frequento,para consultas e pesquisas.vo
u lá a priori irritado por (entre as que Elio registra e outras coisas
detestáveis)
1. só o documento oficial de
identidade, não a cópia (ora,preservo o original em casa e uso a cópia no dia a
dia)
2.nada de caneta,só lápis
(paranóia,que os demais acervos,inclusive públicos não têm, de que se vá
rabiscar o livro)
3.nada de papel impresso, folhas
virginalmente imaculadas (a troco de quê ? outra paranóia inadmissível)
4.não utilizar o carregador de
energia para o laptop (absurdo dos absurdos ! por vezes passo um dia inteiro lá
-- e imaginem a ginástica que se é obrigado a fazer)
5. para se entrar com o laptop, a
burocracia - inclusive com andanças pra lá e pra cá -- é inacreditável.
6.talvez o pior de tudo: o site
da BN só abriga e exibe os elementos para 576 mil obras, contra 2 milhões que
compõem o acervo total. e mais : experimente acessar o site,mesmo vc. numa
máquina (desktop ou laptop,ou tablet,etc) poderosa, em determinados horários,
ainda mais se o acesso desejado,que se necessite,requeira urgência : pobre
pesquisador ...]
É a mais importante biblioteca do
país: por isso, merecia\merece 'melhor tratamento' (para dizer o mínimo...). A
Biblioteca Nacional -- essa denominação assumida em 1876 -- originariamente
constituída como Biblioteca Real, trazida por d. João VI,com um acervo de 60
mil peças, tornou-se o principal elemento para os esforços de então para
disseminação do livro e da leitura. Denominada depois da Independência
Biblioteca Imperial e Pública da Corte,começando a se "abrasileirar e se
modernizar" a partir da década de 1840 -- quando começou a configurar-se a
formação de um público leitor no Brasil,evidenciado pela pela implementação de
redes de bibliotecas e pela instalação de sociedades de leitores (Sociedade
Literária do Rio de Janeiro;Ginásio Científico-Literário Brasileiro;Sociedade
Ensaios Literários;Grêmio Literário Português; Retiro Literário
Português;Sociedade Phil'Euterpe) e de gabinetes de leitura (alguns situados no
interior de livrarias [!]) -- dos quais o mais importante e de maior acervo era
o Real Gabinete Português de Leitura.
{estes dados encontram-se em meu
estudo,a se dar em livro, "As leituras dos formadores de leitores:Machado
de Assis,Lima Barreto e Monteiro Lobato".informa,mapeia,focaliza e
analisa,entre outros elementos --mormente os inerentes às fontes(autores e
obras) influenciadoras da formação literária dos aludidos três escritores -- o
processo e a dinâmica de constituição do público leitor brasileiro}
o presente e o futuro das bibliotecas
uma resposta : bibliotecas
públicas modernizadas, a conviverem, e interagirem, com as novas e dinâmicas (e
alvissareiras) mídias digitais, a 'compartilharem' com bibliotecas
escolares,bibliotecas comunitárias,e, retomando os 'modelos' daqueles idos do
pós-1840 [vide meu post anterior] , com núcleos e gabinetes de leitura e
sociedades literárias.
a meu juízo, tudo no presente e
no futuro depende\dependerá da capacidade de as bibliotecas incorporarem e se
integrarem à cultura digital,vale dizer à realidade inexorável - e eficaz -- do
mundo contemporâneo.
{neste sentido,busco viabilizar
-- primeiramente a nível de biblioteca universitária (encontro-me em tratativas
com uma) -- a implementação de acervos digitais(não de obras e textos apenas
digitalizados como as ações de 'biblioteca digital' até aqui praticadas em
geral mas sim disponibilizados em arquivos pdf a permitir leitura correta e
mesmo gravação), sob projetos que tenho devidamente formatados e constituídos}
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