domingo, 19 de agosto de 2012

"fiasco"?... onde,como ? ora,ora


e-books : verdades e ... nuances  

Malgrado meu ceticismo com relação a estatísticas sobre índices de leitura e de produção e vendas do setor editorial, que expressei anteriormente [“Esqueceram do digital ?.....”], pesquisa da Câmara Brasileira do Livro- CBL e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros- SNEL, corroborada pelo levantamento da FIPE , que cataloga o lançamento em 2011 de 5.235 títulos no formato digital, sustenta que começam a fazer presença no panorama editorial,cerca de 9% dos mais de 58 mil títulos totais lançados em 2011 – mas correspondem a um faturamento diminuto,coisa de R$ 870 mil.
Bem, relutei um pouco em comentar o que se segue – temente de que venham a clamar tratar-se de duas realidades e contextos sócio-econômico-culturais distintos em todos os graus : e são mesmo...: nos EUA, nos últimos dois anos, o número de e-books vendidos mais que duplicou, passando de 125 milhões, em 2010, para 388 milhões, em 2011, passando a responder por 15% do mercado em 2011 ante 6% em 2010, de acordo com um relatório da Association of American Publishers e Book Industry Study Group, e as editoras, que já disponibilizam mais de 1m milhão de títulos em formato digital, viram a receita proveniente da comercialização de e-books chegar a US$ 2,1 bilhões; lá, os livros digitais mais que dobraram sua popularidade em 2011, e superaram as vendas dos livros de capa dura na categoria ficção para adultos, e no seguimento de livros infantis, o crescimento do faturamento foi de 475%. -books cresceram cerca de 50%. Já no seguimento de livros infantis, o crescimento do faturamento foi de 475% no mesmo período.

O que eu acho : não adianta me ‘bombardearem’ com um alardeado – e discutível --“fiasco das vendas dos ebooks”[sic].Diante da dicotomia que no mercado brasileiro faz comemorar o “crescimento” -- apontei anteriormente certas nuances dos números -- das vendas de livros impressos, e nos EUA, celebrar o faturamento, cada vez maior, ano a ano, na venda dos e-books, prefiro, e proponho colocar em reflexão,prezados facebookianos, o seguinte : qual das duas situações deveria ser mais festejada?
Cá no Brasil, as livrarias que vendem e-book,notadamente Cultura, Travessa Saraiva [aliás, uma 'intensa' leitora de e-books,seja no kindle seja no iPad, me disse numa reunião social que os preços praticados pela Saraiva nos digitais é exorbitante, igual ao do livro impresso!], garantem que os resultados são "irrisórios" -- no que continuo a acreditar pouco: sabemos o quanto elas ainda não se ‘entregarem’ de todo (o termo é meu) aos livros digitais,de resto atitude também de editoras.
Concomitantente, as editoras deveriam estar atentas e agradecer pelo que os e-books estão a lhes proporcionar: dados fornecidos pelos aplicativos que os leitores de e-books usam,quanto a tipos de obras e autores,gêneros, frequência de leitura, extensão das obras,etc propiciam a livrarias digitais- e editoras -- definir estratégias de mercado:nos EUA,p.ex. a Barnes & Noble,com a coleta de dados sobre os leitores, decidiu lançar uma seção de livros curtos depois de ver que seus leitores costumavam abandonar obras longas de não ficção pelo meio; aqui,o Saraiva Digital Reader, aplicativo da livraria Saraiva para várias plataformas, coleta dados como o tempo de leitura e os dias da semana em que o usuário mais lê. Quer dizer: : ao contrário do livro impresso -- lido e manuseado pelo leitor na privacidade,sem oferecer indícios e elementos de seus hábitos,gostos e ritmos de leitura, os e-books tornam-se instrumentos fundamentais de formulação de estratégias e ações editoriais e comerciais por editoras e livrarias. fica a questão -- a que leitores de todos os matizes podem responder aqui : muito bom para elas, mas será isso bom para vc.? Considero isso ótimo: não vejo nenhum tipo ou grau de 'invasão de privacidade'(sic).




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