sábado, 18 de agosto de 2012

'esqueceram' do digital ? (ou é indolência ou inércia ?...)


Lê-se mais que as (incompletas) estatístcas apontam   

Bem, referi-me, ao comentar [post anterior] sobre a Bienal do Livro, e especificamente sobre a atual Bienal de São Paulo2012 e a conjuntura presente, “(...) os  parcos e raros leitores para os quais todas as pesquisas apontam a média de leitura de ... 2 livros por ano[!]” – o que de pronto provocou algumas reações (fortes, mas sensatas e ‘educadas’, mister frisar) e “reclamos de correção”,aqui mesmo no FB e por email : observam esses meus pacientes leitores que na verdade o índice de leitura do brasileiro,apontado pela recente pesquisa Retratos da Leitura no Brasil – e registrado no oportuno livro sob mesmo título, organizado por Zoara Failla,edição IPL e Imprensa Oficial,344 pgs, muito bem lançado nessa Bienal – é na verdade de 4(quatro) livros por ano,e não 2. sim, o número em ‘estado bruto’ é esse, mas excluídas as obras indicadas pelas escolas e aquelas compradas pelo governo para distribuição à rede escolar e bibliotecas , e consideradaapenas a LEITURA ESPONTÂNEA chegamos à  lamentável  marca que registrei.
 Aliás, aproveitemos a oportunidade e examinemos certos números e determinados fatos inerentes ao levantamento "Produção e vendas do setor editorial brasileiro", realizado pela Fipe por encomenda da CBL e do Snel . Por exemplo, se o mercado editorial cresceu 7,36% em faturamento em 2011, comparativo a 2010, computado o efeito da inflação (6,5% pelo IPCA), o aumento real foi de ...irrisório 0,81%; e – atenção ! --  o governo teve papel fundamental nos números do faturamento do setor, uma vez que as vendas de livros para programas e órgãos governamentais tiveram crescimento de nada menos do que 21,2% (valor não deflacionado), mas....ao se considerarem os dados de mercado (que engloba todas as vendas com exceção daquelas para governo), o cenário é diferente : o setor cresceu em faturamento 3%, mas, levando-se em conta a inflação, houve queda real de 3,27%. Enquanto isso, segundo a  Pesquisa LOF – O Livro no Orçamento Familiar, que utiliza dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, caiu, de 40,66% para 36,16%, a proporção de domicílios que adquiriram algum material de leitura: considerando apenas livros não didáticos, o aumento foi de mero 0,63%, passando de 7,47% a 8,10%, como também decresceu o valor médio anual despendido por família com material de leitura como um todo(em 19,4%)  e livros em particular (queda de 12,3%).

O que eu acho: não é que não acredite, malgrado latente ceticismo que dispenso a estatísticas de modo geral,ainda mais as formuladas cá no Brasil (João Ubaldo Ribeiro,que estudou estatística,como afiança, quando do mestrado feito na Califórnia – e sendo “muito bom na matéria”, diz, é um veemente,vigoroso,contumaz crítico das estatísticas produzidas e divulgadas entre nós),  mas questiono esses cenários de um modo geral . Todos os levantamentos,pesquisas e computações retratam,reportam-se e registram, no tocante a índices de leitura, de produção, de vendas, de faturamente, etc, única e exclusivamente os dados inerentes a livros impressos – sem catalogar, até porque não existem ainda mecanismos para tal [por indolência e ‘inércia’,por certo relutância (sic) de editores,livreiros ‘et alii’, acredito, face a suas respectivas posturas diante do elemento a que vou me referir a seguir], esses mesmos  dados para os livros digitais e todas as formas e meios de leitura intensamente,e irreversivelmente, presentes hoje, nos tablets,iPads,iPhones,portais,sites, diversos links pela internet e demais plataformas digitais. Vou adiante para uma desafiadora conclusão : lê-se ,e produz-se e vende-se muito mais hoje no Brasil, e em todas faixas etárias e todos os tipos de textos !



Nenhum comentário: