sábado, 4 de abril de 2009

Humor à carioca

abre-se o pano da lettera brasilis - in http://www.germinaliteratura.com.br/2009/lettera_brasilis_capa.htm : vá lá e veja,e leia, e deleite-se
Já se disse, e a vida , também por que não a própria História, confirma isso, que nada é ao mesmo tempo mais individual, cultural e universal do que o humor. Praticado em exemplos clássicos desde a Antiguidade , pelo grego Aristofanes ou pelo latinos Plauto e Terencio, na complexa Idade Média , do saxão Chaucer e do florentino Boccacio, no profícuo Renascimento ,do espanhol Cervantes, do francês Rabelais, do inglês Shakespeare, o riso acompanha o mundo e os homens nas formas,graus e jeitos mais variados , mesmo que seja (diria eu, principalmente que seja) para a humanidade gozar dela própria e sorrir, ou satirizar, ou pilheriar, ou debochar da eterna tragédia humana.
É preciso por outro lado ficar claro que o humor não se manifesta pela matriz básica da piada, da gargalhada,do deboche , mas se expressa por tantos matizes -- como por exemplo a irreverência, a paródia , a metáfora, a parábola, o tragicômico e o melodramático, ou a sátira política, a crítica social e comportamental -- quanto sejam adequados para retratar o ridículo,o patético . O humor, a História mais uma vez nos prova, muitas vezes é muito perigoso, inúmeros são os casos daqueles que, só para ficarmos no terreno da literatura, foram ‘retribuídos’ com prisão , ou exílio, ou desterro, ou morte : aliás, já que adentramos na seara literária, convém lembrar que o humor na literatura é feito desde que o mundo é mundo, por escritores, antigos, ocidentais, orientais, medievais, renascentistas, clássicos, modernos, contemporâneos ,pós-modernos – e até mesmo por aqueles tidos como sérios,sóbrios,sisudos,austeros, como se verá\lerá em um inusitado caso aqui. O que dizer então, nesse particular, do brasileiro,cuja proverbial natureza bem-humorada [sic] faz dele,ou fez dele, um estereótipo, aos olhos universais, da alegria em sua conceituação mais original. Verdade ou mito, o sorriso, a anedota, a ironia, o sarcasmo, a galhofa, a comicidade parece ter concedido uma espécie de ‘marca registrada’ ao nascido, ou habitante, destes trópicos – sob tal ótica, nada ‘levistraussianamente’ tristes.Embora, não nos esqueçamos, a Inglaterra seja considerada o país do humour por excelência.
E o cômico brasileiro, assevera ainda a cartilha, atinge sua mais perfeita tradução, ou expressão, no carioca, a cidade do Rio de Janeiro erigida à capital da gargalhada nacional -- respeitadas evidentemente outras searas geográficas,e antropológicas, onde também se pratica esse ‘esporte’ pátrio(como esquecer,por exemplo, Juó Bananére e Alcântara Machado em São Paulo: Bernardo Guimarães – sim , ele – em Minas Gerais:; Ascenso Ferreira,e até Gilberto Freyre – saibam todos ! -- em Pernambuco;QorpoSanto, no Rio Grande do Sul; Gregório de Mattos – irresistível “Boca do Inferno” -- na Bahia :.Dessa matriz da irreverência , extraímos cinco autores que a seu modo e feitio,estilo e tônica, concepção e circunstâncias, exerceram e externaram o humor numa literariamente carioca forma de ser.

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