quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

ainda por um São Paulo x Rio - I


fizeram-se aqui considerações comparativas acerca das diferenças de literaturas[sic] praticadas em São Paulo e no Rio. não como provocações, mas ainda como reflexões , faz-se agora a bola rolar num terreno bem conhecido de todos."esporte das multidões",paixão nacional", o futebol acaba de abrir sua temporada pelos campos brasileiros certamente fadado a provocar as mais deslavadas emoções e os mais acirrados confrontos. também classificado como "uma caixinha de surpresas", nada mais decorrente que se abra também a Caixa de Pandora para refletir sobre as relações entre futebol e intelectuais -- que as houveram,e muito, pois a ele os intelectuais dedicaram páginas e estudos. volta-se aqui ao âmbito interativo\comparativo (...) de São Paulo- Rio .

O futebol , os literatos e duas cidades

no Rio de Janeiro...

O futebol, todos sabemos , surgiu no limiar do século XX no Rio de Janeiro como “uma grande novidade”, mas por ser esporte de origem inglesa logo cairia no gosto das rodas elegantes da cidade ( que na época cultivavam quase que exclusivamente o remo ) — e de imediato, por suas próprias características , despertaria paixões acirradas, não apenas entre torcedores e admiradores dos clubes então formados ( Payssandu Cricket Club, Fluminense Foot-Ball Club, The Bangu Athletic Club, etc ).
Justamente por ter vindo da “Old Albion” (assim era chamada a Inglaterra, ‘na intimidade’, pelas elites), em seus primeiros anos na cidade o futebol teve um caráter restrito, praticado preponderantemente por jovens ricos e bem-nascidos — mas já no final da década de 1910 alcançava uma popularidade nunca vista . João do Rio foi o primeiro cronista a detectar a importância do jogo para a cidade, assinando com o pseudônimo de José Antonio José (um de seus ‘disfarces’ jornalísticos: com esse nome, escreveu,p.ex., Memórias de um rato de hotel) uma crônica intitulada “Pall Mall Rio – Foot-ball” em O Paiz de 4 de setembro de 1916, onde vaticinava :“Tenho assistido a meetings colossais em diversos países, mergulhei no povo de diversos países, nessas grandes festas da saúde, da força e do ar. Mas absolutamente nunca eu vi o fogo , o entusiasmo, a ebriez da multidão assim.”(...)

[continua]

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