domingo, 31 de agosto de 2008

edição histórica de Machado


Contos de Machado de Assis: relicários e raisonnés [org. de Mauro Rosso \\ed. PUC-Rio\Edições Loyola ;224 pp]
Histórica,porque crivada de elementos inéditos, presentes nos dois blocos que a compõem.
O primeiro traz o conto “Um para o outro”, até então desconhecido, somente publicado em 1879, nunca republicado e dado como perdido – recuperado depois de 6 anos de investigação, busca, pesquisa e recolha empreendidas por Rosso ; o conto “Três tesouros perdidos”,que a par de suas particularidades intrínsecas, possui a condição historiográfica de ser a primeira narrativa curta escrita por Machado, há exatos 150 anos ; o conto “Uma partida”, de 1892, nunca publicado na íntegra ; e mais o conto “Bagatela” ,também de publicação restrita ,sobre o qual ainda persiste a dúvida de tratar-se de uma tradução ou criação original de Machado.
O segundo bloco oferece o histórico bibliográfico-editorial de toda a produção contística machadiana, em matrizes especialmente – e nunca antes – construídas, organizadas sob distintos vieses, que se cruzam e se reportam umas às outras, remissivas entre si, a retratarem , para cada um dos contos, suas respectivas seqüências de publicação e concomitantemente aspectos problemáticos inerentes a edições levadas a efeito, ou não realizadas como deveriam ser, além de um também inédito conjunto matricial completo – até aqui não objeto de levantamento e catalogação integrais – dos pseudônimos,anônimos e criptônimos de Machado.Dois blocos que, interligados e intertextualizados, têm o objetivo maior de expor elementos para novos e profícuos estudos sobre a evolução literária machadiana e ao mesmo tempo mostrar o quanto textos importantes de sua safra contística não são suficientemente revelados,conhecidos e estudados -- realçando o muito ainda a se realizar.
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Mauro Rosso --professor e pesquisador de literatura brasileira ; ensaísta, escritor ; idealizador e organizador de coleções bibliográficas de literatura brasileira ; autor de Uma proposta para a prática pedagógica (2002); São Paulo , a cidade literária (2004) ; Cinco minutos e A Viuvinha, de José de Alencar : edição comentada (2005.), Lima Barreto e a política : os ‘argelinos e outros contos . com todas as probabilidades é um dos autores mais profícuos,individualmente, de produção textual referente a Machado de Assis : colaborador da coletânea, org. Gustavo Franco, Machado de Assis e a economia:o olhar oblíquo do acionista (2007), conclui a preparação , para o Senado Federal da antologia Machado de Assis e a política : crônicas [com 381 textos machadianos] ; tem pronta a edição de Queda que as mulheres têm para os tolos : Machado de Assis,o subterfúgio, o feminino, a transcendência literária [o primeiro livro de Machado publicado,1861, pleno de elementos significativos e anunciadores,prenunciadores e antecipadores do ficcionista que viria depois].
palestrante e conferencista sobre Machado de Assis[abordando temas como “Machado de Assis,o subterfúgio, o feminino, a transcendência literária”, “O conto machadiano”; “Machado de Assis cronista, o grande relator da vida brasileira”;“Interseções da ficção e da não-ficção em Machado de Assis”, “A evolução literária machadiana e o processo de inflexão”, “Narradores e narratários machadianos e os novos leitor-modelo e leitor-empírico criados” ”; “Machado de Assis e seu tempo: a História, a política, a economia, as questões sociais”, “A atualidade de Machado de Assis”, “Machado de Assis em chaves temáticas”];
e colaborador para revistas acadêmicas e sites de literatura, com ensaios, artigos e textos [como “Apontamentos para um estudo de Casa velha” , “Em tempo de eleições, é bom ler Machado”, “Quem tem medo do ‘feminismo’ de Machado de Assis ?”, “Machado, eterno enigma” , “As mulheres preferem os tolos ?”,“Machado de Assis cronista : o grande relator da vida brasileira”, “Machado de Assis e a política : nada oblíquo, nada dissimulado”, “ Os narradores,os narratários e os novos leitores criados por Machado”, “O conto em Machado de Assis”.]