sexta-feira, 4 de julho de 2008

Porém, nenhum escritor brasileiro do período ‘edificou’ tanto a mulher como personagem capital e leitmotiv básico de seus textos como Machado de Assis. Ele escrevia sobre mulheres e para mulheres. Amores e frustações femininos eram temas constantes, sempre presentes o ciúme, o adultério, a prostituição, e as personagens femininas ocupam lugar privilegiado, lugar de destaque em todos os romances e na maioria dos contos.Nas entrelinhas de seus contos , romances, e também de suas crônicas, Machado sempre chamou atenção para as necessidades e os direitos da vida afetivo-sexual de suas leitoras: a mulher devia receber instrução e não ficar confinada à vida doméstica, tendo direito ao amor e à liberdade__ daí, seus temas mais constantes: o ciúme e o adultério. Machado trouxe à luz a questão da sexualidade feminina ,a exemplo de Flaubert, Balzac,Eça e ...Freud.
nos romances, principalmente da ‘segunda fase’, Machado capta de forma aguda, a la Freud, as sutilezas do ‘discurso do desejo inconsciente’, descreve conflitos e enfatiza o inconsciente, sua obra como o principal elemento/vetor de pontos de interseção entre a literatura e a psicanálise ; a percepção acentuada do funcionamento do psiquismo humano na verdade vem desde as primeiras obras.]Na maioria dos romances, a mulher é o elemento forte, põe o homem dependente, é também o esteio, a base da relação.Um número surpreendente de contos são o que pode ser catalogado como ‘estudos sobre a mulher’: “Queda que as mulheres têm para os tolos”; “Singular ocorrência”; “Capítulo dos chapéus”; “Primas de Sapucaia !”; “Uma senhora”; “Trina e una”; “Noite de almirante”; “A senhora do Galvão”; “Missa do galo”; “D. Paula”.Para muitos estudiosos, Machado era mesmo ‘feminista’ __ e a cada leitura de sua obra nos damos conta da sutileza e da abrangência desse feminismo.Erigido como categoria literária.

Nenhum comentário: